Mercado renova esperança de rali de Natal após Fed
Jerome Powell fez a alegria de todos os mercados ontem; agora só falta o presidente Donald Trump fechar um acordo com a China

Bom dia, investidor! A quinta-feira lá fora começa com Theresa May falando sobre o Brexit no Parlamento britânico e segue com inflação e ata do banco central americano, o FED, nos EUA. Ontem, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, fez a alegria de todos os mercados. Agora só falta o presidente dos EUA, Donald Trump fechar um acordo com a China e o Natal pode ter rali. Aqui no Brasil, tem deflação do IGP‐M, desemprego e dado fiscal do Governo Central, além de um novo leilão de linha e mais um capítulo da interminável cessão onerosa.
Todo ano é assim: chega novembro, dezembro e todos os investidores começam a falar sobre o rali de fim de ano ou o "Santa Claus Rally”, um fenômeno que acontece em vários mercados. Nessa época, muitos investidores entram ou retornam para a bolsa de valores, provocando uma alta nos ativos financeiros, geralmente alguns dias antes do Natal.
Cessão vagarosa
Se for para valer o plano B do presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), o nome da novela pode mudar para “divisão onerosa”. Sem acordo para uma MP que determinasse a partilha dos recursos do megaleilão de petróleo com os Estados, o Eunício negocia a inclusão de emendas ao projeto, apurou Adriana Fernandes (Estadão).
Três emendas seriam apresentadas pelo senador Wellington Fagundes (PR‐MT), sendo que a principal permite um repasse de 15% do bônus para os governos estaduais, 15% para as prefeituras e 70% para a União. A parcela é bem maior do que estava sendo negociado (20% para Estados e municípios e 80% para o governo federal), e isso se justificaria pelas perdas com a dedução da base de cálculo do Imposto de Renda - Pessoa Jurídica e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.
A emenda está pronta e o PL 78/2018 é o primeiro item da pauta da sessão de hoje, marcada para as 11h. Se vão votar ou não, são outros quinhentos. Se votarem, a União pode ter uma dupla derrota. Não só ficará com menos recursos, como pode ver comprometido o plano de realizar o megaleilão em 2019.
Todo esforço de negociação até aqui foi para que o texto não seja alterado e tenha que voltar para a Câmara, atrasando o cronograma apertado do Tribunal de Contas da União, que exige a licitação com 150 dias de antecedência do edital.
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Ninguém garante que o presidente do Congresso, Rodrigo Maia (DEM-RJ) realizará a nova votação ainda este ano. Se ficar para 2019, o futuro ministro da economia, Paulo Guedes se verá em maus lençóis, sem poder contar com os R$ 100 bilhões do leilão para cobrir o déficit fiscal.Há disposição dos dois governos, do atual e do futuro, de resolver essa questão, mas está “difícil, difícil”, como admitiu Guedes, depois de ter sido convencido dos limites do teto de gastos.
O atual ministro da fazenda, Eduardo Guardia já alertava da impossibilidade de fazer o repasse dos recursos sem afetar o Orçamento/19, porque a transferência do dinheiro teria que ser contabilizada como despesa orçamentária. Ontem, ele avisou ao Planalto que não assinaria “de jeito nenhum” a MP negociada por Eunício e o senador Romero Jucá (MDB-RR). E o dia terminou sem que o impasse fosse resolvido, Eunício não colocou a matéria em votação, disse que não colocaria até que se chegasse a um entendimento, e, a princípio, adiou o assunto para a semana que vem. Antes, aproveitou para criticar o fato de Guedes ter consultado o TCU para tentar um acordo sem o Congresso. “Enquanto eu for presidente dessa Casa, ninguém, nenhum outro poder, vai usurpar o poder dessa Casa”.
O sonho de Guedes
Se está difícil aprovar a cessão onerosa, imagine quando chegar a hora da reforma da
Previdência. Mas Paulo Guedes já pensa em uma solução ainda mais radical para zerar o déficit em um ano. Na reunião que teve ontem no Planalto, com Guardia, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e o presidente Michel Temer, o futuro ministro da economia admitiu as dificuldades e defendeu a desvinculação total do Orçamento para ajudar a equilibrar as contas.
Segundo apurou o Broadcast, Guedes quer fazer desta a principal medida fiscal do novo governo. A ideia é polêmica e mexeria com tudo, inclusive nos gastos mínimos para saúde e educação. As despesas obrigatórias representam hoje 91% do orçamento e chegarão aos 98% em 2021 se nada for feito.
Mansueto Almeida, que permanecerá no Tesouro, revela que só neste ano mais de R$ 16 bilhões podem ficar “empoçados” nos ministérios, porque os projetos não andaram. Mesmo assim, não podem ser remanejados.
Valeu, Powell
Ontem, havia a possibilidade de Jerome Powell, do Fed assumir um tom mais “dovish”, mais manso, mas não era a expectativa consensual. Até diante das pressões de Trump, acreditava‐se que o Fed faria pé firme no aperto gradual.
Por isso, quando ele disse que o juro está um “pouco abaixo” do nível neutro, deu‐se uma festa nos mercados. A mensagem foi logo interpretada como um sinal de que o Fed já planeja uma pausa no ciclo de aumento dos juros, levando euforia às bolsas em NY, enquanto os yields dos Treasuries e o dólar caíram forte.
O discurso marca mudança importante na fala do início de outubro, quando Powell disse que os juros estavam “muito longe do nível neutro”, levando a projeções de quatro altas em 2019, além do aumento de dezembro. Mesmo que por trás da mansidão de Powell esteja a cautela com o ritmo de atividade em 2019, no efeito da guerra comercial, o recado dissipa o pior risco, de que um ajuste mais longo comprometa a economia.
Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq apresentaram o melhor desempenho porcentual diário desde março.
A surpresa positiva embalou uma onda de interesse por risco também entre os mercados emergentes, com o Ibovespa rompendo os 89 mil pontos, enquanto o dólar caía para a faixa de R$ 3,83. Com isso, a Bolsa de Valores de São Paulo está de novo próxima de renovar a máxima histórica. Com a investida de ontem aos 89.250,82 pontos, faltam pouco mais de 300 para o recorde de 89.598 pontos, batido no início do mês.
Na esperança de um rali de Natal, o que falta agora é um acordo entre EUA e China, que coloque fim no impasse comercial das tarifas. Trump e Xi Jinping encontram‐se no sábado à noite em Buenos Aires, à margem da cúpula do G‐20.
Câmbio
Juntou uma coisa (disposição do Fed para uma pausa) com outra (leilões de linha) e houve desmonte de posições compradas, afastando o dólar do nível de estresse alcançado no início da semana (R$ 3,92). Hoje o BC volta a ofertar um total de US$ 1,25 bilhão. As operações serão realizadas em duas tranches, às 12h15 (para 04/02/19) e às 12h35 (06/03/19).
No total, o Banco Central já colocou no mercado US$ 3 bilhões. Se vender tudo hoje, serão US$ 4,25 bilhões. A oferta visa atender a demanda sazonal com as remessas de final de ano das empresas.
Além de cair frente às divisas emergentes, o dólar recuou contra o iene (113,60/US$) e o euro (US$ 1,1374).
Índices
Agora cedo, o IGP‐M de novembro (8h) deve apontar deflação de 0,46%. Às 9h, a taxa de desemprego medida pelo IBGE no trimestre até outubro deve ser menor (11,70%) do que a observada no período até setembro (11,90%).
Nos EUA, torcida é para que o Núcleo do Índice de Despesas de Consumo Pessoal (PCE) de outubro (11h30) não estrague a festa. O núcleo da inflação predileta do
Fed deve manter o ritmo de setembro (+0,2%), com alta anualizada de 1,9%, abaixo da meta de 2%. As perspectivas para a política monetária também voltam ao foco com a ata do Fed (17h).
*Com informações do Bom Dia Mercado, de Rosa Riscala. Para ler o Bom Dia Mercado na íntegra, acesse www.bomdiamercado.com.br
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