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ESQUENTA DOS MERCADOS

Mercado deve ter intensivo de negociações e indicadores com feriado na quinta

Notícias sobre formação da equipe econômica deve mexer com as bolsas

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12 de novembro de 2018
8:49 - atualizado às 14:42
Divulgação dos dados de atividade econômica e inflação nos EUA e Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) devem movimentar semana. - Imagem: Seu Dinheiro

Bom dia, investidor! Hoje é feriado nos Estados Unidos mas as Bolsas em NY funcionam normalmente. Na quinta-feira, o feriado é aqui. Então, teremos uma semana corrida, com divulgação dos dados de atividade econômica e inflação nos EUA, zona do euro e China. No Brasil, teremos dados do comércio e Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br).

Em Brasília, o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, também avançou na montagem de sua equipe: acertou a presença de nomes já conhecidos na administração federal, como Ivan Monteiro, Joaquim Levy e Mansueto Almeida.

O presidente eleito Jair Bolsonaro volta para Brasília amanhã, mas, após atritos, cancelou reuniões com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE).

Bolsonaro, que vinha transmitindo ao seu partido, o PSL, a recomendação de apoio à reeleição do presidente da Câmara, já parece agora estar sendo influenciado pela corrente que resiste a endossar o nome de Maia. O movimento coincide com as relações estremecidas do novo governo com o Congresso.

No Senado, Eunício tem mostrado descontentamento com o presidente eleito e o futuro ministro da Economia. Furioso com a “prensa” que Paulo Guedes mandou dar nos parlamentares, na tentativa de apressar a votação da reforma, Eunício disse não estar preocupado “se Bolsonaro vai gostar ou não” do que vem sendo votado.

Escalado para ser o articulador político de Jair Bolsonaro, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) tem se ausentado do plenário, o que só aumenta a insatisfação e o risco de novas pautas‐bomba.

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A decisão de Bolsonaro de retirar da agenda as visitas aos chefes do Legislativo, por outro lado, sugere que ele desistiu de aprovar “alguma coisa” da reforma da Previdência ainda este ano. Em transmissão ao vivo no Youtube, na sexta-feira passada à noite, Bolsonaro praticamente descartou a possibilidade de aprovar algo, ao afirmar que “pouca coisa pode ser aproveitada (do projeto que recebeu do atual governo)”.

“Nós queremos uma reforma da Previdência, mas não podemos começar com os trabalhadores da iniciava privada. Não é por aí. Tem que se rever alguma coisa (do INSS), mas a pública é a mais deficitária”, Jair Bolsonaro.

Em outro trecho, porém, o presidente eleito descartou elevar a alíquota de contribuição dos servidores de 14% para 22%, como está sendo recomendado por técnicos, dizendo que isso seria “um absurdo”.

A reforma da Previdência é a questão mais urgente e o primeiro desafio de Bolsonaro, daí a apreensão do mercado. O governo de transição está administrando mal essa expectava, que remete não apenas às contas da União, mas também à grave situação fiscal dos Estados: 16 comprometem 60% da receita com a folha. Conforme o Estadão de domingo, um novo socorro aos governos estaduais já é considerado inevitável pela atual equipe econômica, que sugere a renegociação das dívidas em troca de apoio à reforma da Previdência.

Em 2017, os gastos estaduais com aposentadorias e pensões atingiram R$ 162,9 bilhões, com um déficit de R$ 106 bilhões, segundo o economista Paulo Tafner, autor de uma das propostas nas mãos de Paulo Guedes.

Dream Team

As dúvidas e preocupações com a política econômica vêm sendo compensadas pela composição da equipe de Paulo Guedes. Neste domingo, vazou o nome de Joaquim Levy, que deve ir para o BNDES. Além dele, Mansueto Almeida pode ocupar a Fazenda, subordinada ao ministério da Economia, enquanto Ivan Monteiro deve continuar na Petrobras. Também o nome de Ana Paula Vescovi para a Caixa Federal foi festejado.

Já para o BC, Ilan Goldfajn não estaria ainda descartado, ele poderá ficar até março de 2020, se for aprovada a autonomia formal. O projeto prevê mandatos fixos de quatro anos, não coincidentes com o do presidente. Outros cinco nomes são cogitados para assumir o Banco Central e substituir Ilan: Afonso Bevilaqua, Carlos Viana de Carvalho, Mário Mesquita, Benny Parnes e Roberto Campos Neto, diretor do Santander.

Para os Ministérios, Bolsonaro deverá anunciar nos próximos dias os titulares da Infraestrutura, para o qual está cotado o general Oswaldo Ferreira, do Meio Ambiente, das Relações Exteriores e da Defesa.

Com a ida do general Heleno para o Gabinete de Segurança Institucional, o presidente eleito pensa em colocar um nome da Marinha na Defesa. Em entrevista à Folha de S. Paulo, porém, o general Villas Bôas aconselhou um civil para a Pasta.

Nas redes sociais, repercute negativamente a intenção de dar um ministério a Magno Malta, assim como já são criticadas especulações de que o atual presidente Michel Temer poderá ganhar uma embaixada para conservar o foro privilegiado.

Petrobras

Está pautada a votação no Senado, na sessão de amanhã (terça-feira), o projeto que permite à Petrobras transferir a empresas privadas até 70% dos seus direitos de exploração do pré‐sal da Bacia de Santos. Se vai a plenário é que são elas, o relator Fernando Bezerra Coelho havia previsto a votação só no dia 27.

Agenda

A dificuldade de reação do PIB, que, junto com o câmbio, preserva a inflação sob controle e eleva a especulação de Selic estável até 2020, dado que pode ser confirmado com a a divulgação de IBC‐Br de setembro, na sexta-feira, 16. O Bradesco está apostando em retração de 0,60% na margem. Também projeta queda, amanhã, nas vendas no varejo no mesmo período, pelo conceito restrito (‐0,4%), sinalizando a instabilidade da retomada econômica. A semana ainda reserva o IGP‐10 de novembro e a pesquisa de emprego (Pnad) do terceiro trimestre, ambos depois de amanhã.

No exterior

A produção industrial de outubro (divulgação na sexta, 16) nos EUA deve manter o ritmo forte e também a inflação do CPI (o Índice De Preços Ao Consumidor americano, com divulgação depois de amanhã) pode renovar sinais de reação, depois de o Índice de Preços ao Produtor (PPI) já ter surpreendido no último pregão.

O índice de preços ao consumidor de outubro deve mostrar um percentual cheio mais pressionado (0,3%), embora as variações dos núcleos ainda compatíveis com a meta de inflação continuem favorecendo o Fed (Banco Central americano) gradualista.

O presidente do Federal Reserve Jerome Powell, fala na quarta-feira e pode indicar a disposição sobre o aumento dos juros em 2019, na sequência das eleições legislavas, com a vitória democrata na Câmara prometendo impor limites à agenda expansionista de Trump. ... Ainda entre os indicadores, é importante o índice Empire State de novembro, de atividade industrial em NY, na quinta-feira. Agência Internacional de Energia (AIE) e Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) divulgam os seus relatórios mensais sobre o mercado de petróleo, amanhã. Na Europa, termina amanhã o prazo para a Itália entregar à Comissão Europeia novo plano orçamentário para 2019. Na sexta, o ministro de Economia afirmou que um déficit fiscal menor que o proposto seria um “suicídio”. Mas, neste domingo, jornais diziam que Roma busca reduzir estimava para o PIB/2019 para alcançar acordo.

Theresa May responde a perguntas no Parlamento britânico na quarta e Mario Draghi (BCE) discursa na sexta.
A zona do euro solta quarta a segunda estimava do PIB para o terceiro trimestre, que deve confirmar a desaceleração da economia do bloco. Expectava é de crescimento de 0,2% na margem. Na base anual, deve desacelerar de 2,2% para 1,7%.

Na China, na virada de amanhã para quarta saem a produção industrial e vendas no varejo de outubro.

Primeira Crise

Sem gás para bancar o rali que levou à marca histórica (89.598 pontos) na última segunda-feira, a Bolsa interrompeu um ciclo de cinco semanas no azul, perdeu quatro mil pontos e voltou aos 85 mil. Na mínima da sexta-feira, quando caiu quase 2%, encostou nos 83 mil pontos (84.030). Mas foi bom sinal que tenha zerado toda a perda até o fechamento (+0,02%, 85.641,21 pontos), descolando da pressão em NY .

A Bolsa pode estar tentando virar o jogo, após refletir nos últimos pregões a decepção com a agenda reformista, que não anda, e o ambiente externo mais desafiador aos emergentes, com as altas de juro contratadas pelo Fed. Embora não seja garantia de nada, é um alívio que, pela última parcial revelada pela B3, estrangeiros tenham trazido R$ 165,950 milhões na 4ª feira, 7, no primeiro pregão sem saídas em novembro.

O Instituto de Finanças Internacionais (IIF) destacou que os fluxos de capital para os mercados emergentes no início de novembro aumentaram, mas é a China que tem levado a maior parte do dinheiro. No Brasil, o impacto com a eleição de Bolsonaro já teria sido absorvido e os investidores estrangeiros esperam, agora, avanços na agenda das reformas, em especial, da reforma da Previdência, para voltar. É preciso dizer que a melhora da Bolsa, na reta final do pregão de sexta passada não se deveu à mudança da percepção de risco do investidor com o cenário doméstico.

O que aconteceu foi um impacto positivo graças às noticias do México.

O dólar fechou antes do bom noticiário do México, com fluxo positivo impondo leve recuo ao spot (‐0,25%, R$ 3,7385). No mercado futuro, a moeda para dezembro acelerou a queda (‐0,73%). Apesar do alívio de última hora, o que se comenta é que a divisa americana deve continuar presa ao intervalo de R$ 3,70 a R$ 3,75, mantendo os olhos nos passos do governo Bolsonaro para se sintonizar à reforma fiscal. As dificuldades de articulação política, que já saltam à vista, transmitem mensagem negativa aos investidores, mas o câmbio ainda está muito longe do patamar de estresse atingido no período eleitoral (R$ 4,20).

 

E o Trump?

Faltando duas semanas para o encontro entre Donald Trump e o presidente da China, durante a cúpula do G‐20, em Buenos Aires, no fim deste mês, NY foi alvo na sexta de um ataque direto da Casa Branca.O assessor de comércio do governo, Peter Navarro, disse que Washington não cederá às pressões do mercado financeiro e que qualquer articulação sobre a política protecionista será ditada pelo presidente americano. “Se Wall Street estiver envolvida e continuar a se insinuar nessas negociações (comerciais), haverá um cheiro podre em torno de qualquer acordo que seja consumado, porque terá o aval do Goldman Sachs e de NY.” A declaração não caiu bem para o investidor, que potencializou o desconforto com os sinais de que a inflação segue ganhando ritmo nos EUA e projeta altas em série do juro, ainda que dentro do script gradualista do Fed.

O índice de preços ao produtor apresentou a maior alta mensal desde setembro/2012, ao subir 0,6% em outubro na comparação com o mês anterior, no dobro da projeção do mercado (+0,3%).

Em meio à busca por ativos mais seguros, o retorno da Note de dez anos baixou a 3,183%, de 3,240%. No pior momento do dia, Dow Jones e S&P‐500 chegaram a cair mais de 1%, e Nasdaq teve perda superior a 2%. Até o fechamento, as bolsas amorteceram parte das quedas, mas ainda terminaram sob cautela. Ao citar o Goldman Sachs, Navarro afetou as ações do banco americano, que fecharam em baixa de 3,89%. Os papéis das big techs, particularmente sensíveis ao humor dos investidores, também se deram mal. Apenas no último pregão, Facebook (‐1,97%), Amazon (‐2,42%), Apple (‐1,93%), Microsoft (‐1,95%) e Alphabet (‐1,61%), controladora do Google, perderam US$ 75 bilhões em valor de mercado. Olha o estrago...

Dow (‐0,77%, 25.989,30 pontos), S&P‐500 (‐0,92%, 2.781,01 pontos) e Nasdaq (‐1,65%, 7.406,90 pontos) fecharam no vermelho, embora tenham subido na semana: 2,78%, 2,01% e 0,63%, respectivamente.

No câmbio, o peso mexicano subiu (20,1348/US$), após Obrador desmentir os rumores bancários. Contra os rivais fortes, o dólar ganhou terreno, com investidores digerindo os mais novos sinais de força da economia americana, que levaram o JPMorgan a revisar para cima a previsão para o PIB do 3º trimestre dos EUA. A projeção de crescimento anualizado da economia americana no período foi elevada para 3,8%, de 3,5%.

No fechamento, o dólar recuou a 113,82 ienes e o euro caiu a US$ 1,1332. A moeda comum bateu mínimas, após o governo da Itália sinalizar que pretendia manter seu plano orçamentário, para desagrado de Bruxelas. A libra cedeu a US$ 1,2963, influenciada pelo pedido de demissão do ministro de Transportes britânico, como protesto contra o plano de May para o Brexit. Ele quer um novo plebiscito para a saída do Reino Unido da UE. Seja como for, negociadores disseram ao FT que um acordo está próximo. Há ainda divergências sobre o status alfandegário da fronteira entre as Irlandas, mas haveria disposição para uma aprovação política esta semana.

No mercado de energia, na Nymex, a cotação do WTI caiu pela décima vez, na mais longa sequência de baixas do petróleo desde 1984, e fechou no nível mais baixo em nove meses: US$ 60,19/barril, com queda de 0,79%. O Brent caiu 0,66%, a US$ 70,18, na londrina ICE, menor nível em sete meses, e se aproxima do bear market.

Reunidos, ontem, para monitorar o mercado, membros da Opep e outros produtores sinalizaram que pode haver corte de produção de 500 mil BPD em dezembro. O consenso é que haverá excesso de oferta em 2019. A Arábia Saudita e Rússia, os dois maiores exportadores mundiais, devem caminhar nesse sentido.

*Com informações do Bom Dia Mercado, de Rosa Riscala. Para ler o Bom Dia Mercado na íntegra, acesse www.bomdiamercado.com.br

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