Em dia de agenda fraca, mercados devem continuar otimistas com eleições
Pregão de ontem foi de grande euforia, com bolsa batendo volume recorde; candidatos reafirmaram compromisso com a democracia e parecem migrar para o centro
Bom dia, investidor! O dia ontem foi de grande euforia nos mercados locais com os resultados das urnas no domingo. Com a empolgação com a perspectiva de ter um próximo governo de viés mais liberal na economia, a bolsa brasileira teve o maior volume negociado de ações no mercado à vista da sua história: R$ 28,9 bilhões em um dia.
A animação dos investidores impulsionou o Ibovespa em 4,57%, aos 86.083 pontos, e derrubou o dólar em 2,40%, a R$ 3,7635, trazendo alívio para a inflação.
A queda do dólar e a crença no caráter reformista de um possível governo de Jair Bolsonaro derrubaram os juros futuros, que fecharam em queda de 4,92%, para 8,89% (janeiro de 2021) e 5,23% para 10,14% (janeiro de 2023).
As maiores estrelas do dia foram as ações de estatais. Eletrobrás arrancou 17,33% (ELET3) e 18,31% (ELET6); Petrobras subiu 9,49% (PETR3) e 11,02% (PETR4); e BB (BBAS3) fechou em alta de 9,68%.
A estatal estadual Cemig (CMIG4) teve uma das maiores altas do dia (17,80%), junto com outra estatal mineira, a Copasa (CSMG3), que não integra o Ibovespa e fechou em alta de 15,56%.
Ambas se beneficiam da perspectiva de privatizações - em especial, oferta de ações da Light, no caso da Cemig - trazida pela votação expressiva no candidato do Partido Novo Romeu Zema ao governo do estado. Ele concorre para o segundo turno com Antonio Anastasia, do PSDB.
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Traders não descartam um avanço da bolsa até os 90 mil pontos ainda nesta semana. O BTG Pactual já fala em 105 mil pontos, caso Bolsonaro confirme a vitória em segundo turno. Para a consultoria Eurasia, as chances de Bolsonaro ser eleito o novo presidente aumentaram para 75%.
Compromisso com a democracia
Os dois candidatos que concorrem à eleição presidencial afirmaram ontem, no "Jornal Nacional" seu compromisso com a democracia.
Bolsonaro desautorizou seu vice Hamilton Mourão, descartou a recriação da CPMF, prometeu isenção de impostos para quem ganha até cinco salários mínimos, negou uma nova Carta feita por "não eleitos" e disse que será um "escravo da Constituição". Também negou que vá acabar com o Bolsa-Família.
Já Haddad desautorizou José Dirceu nas suas declarações sobre "tomar o poder" e recuou da proposta de realizar uma Constituinte, admitindo fazer as reformas pretendidas pelo seu governo por emendas constitucionais.
Tudo indica que ambos, agora, concorrerão pelos eleitores de centro e devem adotar um discurso mais moderado. Haddad deve tentar descolar sua imagem de Lula e buscar o apoio de Ciro Gomes, inclusive com a incorporação de parte do programa econômico.
Agenda fraca
Hoje saem a primeira prévia do mês do IPC-Fipe (17h) e a produção industrial regional de agosto (9h).
Nos EUA, com um aperto mais acelerado do juro em foco, falam os dirigentes do Fed Charles Evans (11h) e John Williams (22h15).
O Fundo Monetário Internacional (FMI) piorou a previsão de crescimento do Brasil neste ano de 1,8% para 1,4%. A estimativa para 2019 caiu de 2,5% para 2,4%.
O Fundo ainda projeta que a guerra comercial vai desacelerar o PIB dos EUA de 2,9% este ano para 2,5% em 2019.
*Com informações do Bom Dia Mercado, de Rosa Riscala. Para ler o Bom Dia Mercado na íntegra, acesse www.bomdiamercado.com.br
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