Uma grande ideia para ganhar dinheiro
Entenda porque grandes passos nos investimentos dependem da chegada de uma boa ideia
As ideias são seres egoístas. Aparecem só quando querem, pensando apenas nelas mesmas. Chegam à nossa morada psíquica sem avisar. Resta-nos esperar pela boa vontade alheia.
“Nós que aqui estamos por vós esperamos” – como no filme de Marcelo Masagão, também queremos nos inspirar em alguma era dos extremos para fugir dos pensamentos domesticados do consenso de mercado. “Animais domesticados e esterilizados não têm a menor chance contra um predador selvagem. Nem pensar”, nos ensina Nassim Taleb.
Talvez o pior não seja isso. O bicho pega mesmo porque, da mesma forma com que chegam, as ideias vão embora, na hora e na forma que bem entendem, sem nos consultar. Deixam-nos um grande saco vazio.
A cada dia você acorda e precisa provar para si mesmo que ainda pode ter uma grande ideia, ainda que nem mesmo você acredite nisso. Penso no Robert Frost: “I have promises to keep, and miles to go before I sleep, and miles to go before I sleep”. Talvez a resposta esteja nos Stone Temple Pilots: “Well, I'm half the man I used to be”.
Como chegam os trens do pensamento? De onde surgem as ideias? Qual é a boa ideia para investir agora? Qual é a dica mais quente da Bolsa?
Sempre me interessei por isso, talvez porque ache que o grande valor da análise está na ideia. Evidentemente, subjacente a isso está a noção de uma boa execução e instrumentalização da tal ideia – precisamos não somente de iniciativa (a ideia é o início do processo), mas também de terminativa. O resto, pra mim, é commodity.
Leia Também
Há dois tipos de analistas. Aqueles que se debruçam sobre as notas de rodapé e descobrem pequenas nuances contábeis ou diferenciais competitivos a partir de um diligente e minucioso escrutínio de certos detalhes não capturados ainda pelo consenso, para depois ainda entrarem naquilo tim-tim por tim-tim. E outros que se voltam mais a uma espécie de epifanias, antevisões de cenários, contemplações e elucubrações frente ao que pode ser, mas ainda não é. Os primeiros normalmente enxergam as nervuras de cada folha, enquanto os outros veem mais a floresta como um todo.
Claro que adoraríamos ser as duas coisas, mas é bastante difícil reunir as duas habilidades ao mesmo tempo. A rigor, já é bastante difícil ter apenas uma delas. Se tivesse de me encapsular em um dos grupos – e encapsular-se é, obviamente, sempre um exercício reducionista, mas sigamos em frente –, ficaria no segundo time.
Talvez por isso me interesse tanto sobre a dinâmica de surgimento da ideia.
Vejo os trens do pensamento chegando como no filme “Divertida Mente”. E também, a exemplo da protagonista, penso que “sempre faço tudo errado. Não presto. E sou chato”.
Se ainda não está claro, o que estou tentando dizer é que as grandes tacadas de investimento dependem, na minha visão, da geração de uma boa ideia. Então, se pudéssemos entender e sistematizar o processo de geração de ideias, estaríamos em grande vantagem.
A notícia ruim é que não tenho algo sistematizado para oferecer-lhe nesse sentido. A notícia boa é que há algumas pistas. Para mim, se você quer ter boas ideias com mais frequência, precisa ler muito e praticar muito.
Carrego uma visão muito particular sobre a questão da criatividade. Talvez os neurocientistas possam me desmentir com facilidade. Tudo bem. É falando muita merda que a gente aduba a vida.
Sempre falo às pessoas mais íntimas que não vejo a memória da mesma forma com que normalmente lhe caracterizam, como um grande compartimento em que vamos simplesmente empilhando as coisas. Lá elas ficariam quietas, e voltariam à superfície conforme o nosso desejo de abrir as gavetas.
Para mim, a memória está ligada de maneira umbilical à criatividade. A criação viria de um mecanismo associativo de coisas que já estariam lá dentro. Quanto mais você lê e pratica algo, mais coisas têm armazenadas dentro de você. Assim, pode conectá-las e associá-las para a criação de algo novo, que simplesmente é a junção de coisas anteriores já existentes, com um tempero adicional, muitas vezes inconsciente, vindo do próprio cozinheiro.
A prática, por sua vez, cumpriria um papel fundamental em desenvolver um grande arsenal para o processo decisório a partir de “pattern recognition” (reconhecimento de padrões). Depois de passar por várias e várias situações parecidas, você poderia ligar aquela nova situação particular a outras anteriores semelhantes, que serviriam de bússola para uma tomada de decisão.
Daí viria o desenvolvimento da intuição, no sentido dado por Malcolm Gladwell em “Blink”, e de conhecimento tácito, que é justamente o tipo de conhecimento que oferece o maior diferencial frente aos demais, porque ele não pode ser formalizado e estruturado, de tal sorte que também não pode ser transmitido à frente, ficando retido ao pensador original – se você perguntar para o Warren Buffett, por exemplo, tudo o que ele faz para investir, por mais que se esforce em ser sincero, não vai conseguir passar tudo que faz; e o mais interessante é que aquilo que ficar retido será a parte essencial, o “algo” que lhe faz tão diferente dos outros e está guardado ali dentro só dele num nível sub ou inconsciente.
Se você se torna alguém ligado ao estudo dos mercados financeiros ou, em alguma instância, se torna pensador de finanças (não confundir com preenchedores protocolares de planilhas, repetidores de discursos prontos ditados pelo MBA, decoradores “inteligentinhos” de clichês e/ou pessoas cujo cinto combina com o sapato), cobram de você uma única boa ideia, como se ela pudesse sintetizar o caminho para o sucesso financeiro.
Volto à questão pragmática: qual ação tem o maior potencial de valorização? Esta minha ação é boa? Qual é o único ativo para comprar agora? Qual é a grande ideia?
Eu preciso confessar: eu não tenho uma grande ideia. Aliás, talvez a ideia seja mesmo de que ninguém deveria perseguir uma grande ideia. Não há atalhos. Aliás, tentativas de se pegar atalhos podem ser o caminho para a ruína – os lobos se escondem no meio da floresta, seduzindo-nos na direção da alavancagem e do excesso de concentração.
O gestor (ou o investidor) quebra na Bolsa não pelo stock picking, pela seleção individual deste ou daquele ativo. O mais importante disso tudo é a gestão do portfólio.
Perguntas isoladas como: “Compro dólar agora ou daqui dois meses, quando vou viajar?” não fazem sentido. Eu, Felipe, acho que o dólar vai cair, mas ainda assim indico uma posição entre 5 e 10 por cento do portfólio em moeda forte, porque, ao mesmo tempo, sugiro uma posição entre 30 e 35 por cento em Bolsa agora. As decisões de compra e venda dependem mais da sua alocação em cada classe de ativo do que propriamente da perspectiva individual para aquela classe.
Toda vez que você ouvir uma “dica quente”, pense em como aquilo se encaixa dentro da sua carteira. Você gosta de Linx, por exemplo? Gosto, mas porque eu também tenho no portfólio, sei lá, Eneva. Você prefere NTN-B ou LTN agora? Olha, prefiro LTN, mas se você não tem nenhuma proteção contra a inflação, seria uma irresponsabilidade comprar os prefixados antes de adquirir os indexados.
Quando o trem do pensamento chegar convidando para uma grande aposta certeira, apenas não entre. O único objetivo de ideias obsessivas é perturbar o ambiente psíquico. Do not disturb.
Mercados iniciam a semana próximos à estabilidade, digerindo nomeações para a equipe de Jair Bolsonaro e exterior sem catalisador muito claro – Bolsas norte-americanas funcionam hoje, mas liquidez deve ser restrita por conta de feriado.
Final de semana trouxe uma série de nomes para o governo, como o de Joaquim Levy à frente do BNDES, de Mansueto Almeida para uma função na Fazenda e Ana Paula Vescovi na Caixa.
Chama atenção também a subida do petróleo depois de sequência bastante negativa, após a Arábia Saudita sugerir corte na oferta.
Agenda doméstica é fraca, contendo apenas relatório Focus e IPC-Fipe.
Ibovespa Futuro abre em leve baixa de 0,2 por cento, dólar e juros futuros estão perto do zero a zero.
Quanto custa a ‘assessoria gratuita’? O que muda com a regra que obriga à divulgação da remuneração dos assessores de investimento
A norma da CVM obriga os assessores de investimentos e outros profissionais do mercado a divulgarem suas formas e valores de remuneração, além de enviarem um extrato trimestral aos clientes
O saldão da eleição: Passado o segundo turno, Ibovespa se prepara para balanços dos bancões
Bolsas internacionais repercutem alívio geopolítico, resultado eleitoral no Japão e expectativa com eleições nos Estados Unidos
Rodolfo Amstalden: Este é o tipo de conteúdo que não pode vazar
Onde exatamente começam os caprichos da Faria Lima e acabam as condições de sobrevivência?
A porta para mais dividendos foi aberta: Petrobras (PETR4) marca data para apresentar plano estratégico 2025-2029
O mercado vinha especulando sobre o momento da divulgação do plano, que pode escancarar as portas para o pagamento de proventos extraordinários — ou deixar só uma fresta
O retorno de 1% ao mês voltou ao Tesouro Direto: títulos públicos prefixados voltam a pagar mais de 12,7% ao ano com alta dos juros
Títulos indexados à inflação negociados no Tesouro Direto também estão pagando mais com avanço nos juros futuros
Quanto renderia na poupança e no Tesouro Direto o dinheiro que o brasileiro gasta todo mês nas bets
Gasto médio do apostador brasileiro nas casas de apostas virtuais é de R$ 263 mensais, segundo levantamento do Datafolha. Mas dados mais recentes do Banco Central mostram que, entre os mais velhos, a média é de R$ 3 mil por mês. Quanto seria possível ganhar se, em vez de jogar, o brasileiro aplicasse esse dinheiro?
Em busca de dividendos ou de ganho de capital? Monte uma carteira de investimentos personalizada para o seu perfil de investidor
O que é importante saber na hora de montar uma carteira de investimentos? BTG Pactual quer ajudar investidores a montar o portfólio ‘ideal’
É hora de comprar a ação da Hapvida? BB Investimentos inicia cobertura de HAPV3 e vê potencial de quase 40% de valorização até 2025; entenda os motivos
Entre as razões, BB-BI destacou a estratégia de verticalização da Hapvida, que se tornou a maior operadora de saúde do país após fusão com a NotreDame Intermédica
Efeito borboleta: Investidores monitoram ata do Fed, falas de dirigentes e IPCA de setembro para antecipar rumos do Ibovespa e dos juros
Participantes do mercado esperam aceleração da inflação oficial no Brasil em meio a temores de ciclo de alta de juros ainda maior
O ‘recado anti-cripto’ do governo dos EUA — e o que isso diz sobre como Kamala Harris lidaria com moeda
Às vésperas das eleições nos Estados Unidos, o mercado cada vez mais se debruça sobre os possíveis impactos de uma presidência de Kamala Harris ou Donald Trump. No mercado de criptomoedas isso não é diferente. Com o pleito se aproximando, os investidores querem saber: quem é o melhor candidato para o mundo dos criptoativos? No programa […]
Planejador financeiro certificado (CFP®): como o ‘personal do bolso’ pode te ajudar a organizar as finanças e investir melhor
A Dinheirista conversou com Ana Leoni, CEO da Planejar, associação responsável pela certificação de planejador financeiro no Brasil; entenda como trabalha este profissional
Dona do Ozempic vai investir mais de R$ 800 milhões no Brasil — mas não será para produção de ‘canetas do emagrecimento’
A farmacêutica dinamarquesa vai desembolsar R$ 864 milhões para a melhoria de processos na fábrica de Minas Gerais, responsável pela produção de insulina
Entre o petróleo e o payroll: Ibovespa busca recuperação com juros nos EUA e conflito no Oriente Médio como pano de fundo
Relatório mensal de emprego nos EUA deve dar o tom do dia nos negócios enquanto guerra continua pressionando o petróleo
Sob pressão: Bolsas internacionais amanhecem no vermelho, mas alta do petróleo continua e pode ajudar o Ibovespa
Vitória do governo no STF em relação a resíduos tributários do Programa Reintegra também pode repercutir no Ibovespa hoje
Dividendos e JCP: BTG Pactual lança opção de reinvestimento automático dos proventos; saiba como funciona
Os recursos serão reinvestidos de acordo com as recomendações do banco, sem custo para os clientes que possuem carteiras automatizadas
Em meio ao aumento da tensão no Oriente Médio, Ibovespa reage à alta do petróleo e à elevação do rating do Brasil
Agência Moody’s deixou o rating soberano do Brasil a apenas um degrau do cobiçado grau de investimento — e a perspectiva é positiva
Nvidia já vale quase quatro ‘Ibovespas’ — e ainda tem investidor de olhos fechados para o exterior, diz sócio do BTG
Segundo Marcelo Flora, a expansão no exterior é “inevitável”, mas ainda há obstáculos no caminho de uma verdadeira internacionalização da carteira dos brasileiros
Renner (LREN3) vai se beneficiar com a “taxação das blusinhas”? BB Investimentos revisa preço-alvo para as ações e diz se é hora de comprar os papéis da varejista
Segundo BB-BI, os papéis LREN3 vêm apresentando performance “bastante superior” à do Ibovespa desde o início do ano, mas a varejista ainda tem desafios
Como Warren Buffett decide quando vender uma ação e por que o bilionário está ‘desovando’ papéis do Bank of America no mercado
O Oráculo de Omaha acendeu um alerta no mercado ao vender posições tradicionais em empresas como Apple e Bank of America
Banco BV lança CDB que rende até 136% do CDI e com resgate até nos finais de semana; veja como investir
O novo título faz parte da ação que comemora os 36 anos do banco neste mês de setembro