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Fernando Pivetti
Fernando Pivetti
Jornalista formado pela Universidade de São Paulo (USP). Foi repórter setorista de Banco Central no Poder360, em Brasília, redator no site EXAME e colaborou com o blog de investimentos Arena do Pavini.
Ajuste fiscal no radar

Horas depois do fim da eleição, Moody’s e Fitch já batem na porta de Bolsonaro para cobrar medidas

Agências querem que o novo governo tenha compromisso com a agenda de reformas e esperam atividade da equipe de Bolsonaro

Fernando Pivetti
Fernando Pivetti
29 de outubro de 2018
18:30 - atualizado às 14:19
Jair Bolsonaro
Bolsonaro já começa a receber demandas do mercado para que promova reformas - Imagem: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agencia Brasil)

Mal foi eleito e o governo Bolsonaro já começou a ser cobrado de todos os lados, principalmente em relação à economia. E as agências de classificação de risco Moody's e a Fitch foram umas das primeiras a pressionarem o novo presidente. Elas vieram a público nesta segunda-feira, 29, para cobrar atenção à agenda de reformas consideradas fundamentais para o equilíbrio das contas públicas do País.

O destaque ficou para a reforma da Previdência, uma das principais bandeiras empunhadas, sem sucesso, pelo governo de Michel Temer.

Na Moody's, a vice-presidente Samar Maziad afirmou ao Estadão/Broadcast que a aprovação de uma boa reforma da Previdência Social no próximo ano pelo Congresso "será positiva para a economia e a avaliação de crédito de rating do Brasil", bem como se ela for rejeitada pelos parlamentares haverá impacto negativo para fatores como confiança e investimentos.

É importante lembrar que as duas agências também balizam a nota de crédito do Brasil através das ações do governo e de sua atividade no sentido de melhorar a situação fiscal.

Para Samar, o presidente eleito Jair Bolsonaro precisará obter o consenso do Congresso para aprovar esta mudança constitucional e que essa reforma requer grande apoio popular, demanda negociação e habilidade política junto ao parlamento.

Já para a Fitch, o alerta é sobre como uma implementação "fraca" de reformas estruturais, como a da Previdência, poderia minar a confiança de investidores no País, aumentar os custos de empréstimos e afetar "adversamente" a perspectiva de médio prazo para o crescimento.

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Em relatório divulgado nesta segunda-feira, 29, a agência destaca que o forte apoio eleitoral ao capitão reformado e ao seu partido poderiam "impulsionar" o capital político do novo governo e habilitá-lo a construir uma maioria legislativa se partidos centristas oferecerem apoio.

No entanto, pondera, é "incerto" quão efetivamente o novo governo conseguirá usar o "período de lua de mel" nos primeiros meses de mandato para priorizar e aprovar sua agenda econômica.

Projeto só em 2019

A equipe de Bolsonaro parece querer tocar a pauta de reformas com calma. O deputado federal e futuro ministro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse hoje que o projeto de reforma da Previdência deverá ser rediscutido somente a partir do ano que vem.

Para ele, a proposta que está atualmente parada no Congresso representa um "remendo" e é preciso aprovar uma proposta mais definitiva. "Não dá para ficar mexendo na vida das pessoas de cinco em cinco ano. A tendência é apresentar projeto novo da Previdência no início do ano que vem".

O futuro ministro disse que a proposta a ser apresentada terá dois princípios básicos. O primeiro é justamente um horizonte mais amplo da reformulação. Já a segunda premissa, disse, é separar o que é assistência social do restante dos benefícios previdenciários.

*Com Estadão Conteúdo.

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