Trump ameça fechar fronteira com México e voltar ao ambiente pré-Nafta se não conseguir aprovar seu muro
Em meio à paralisação do governo, que já dura uma semana, presidente norte-americano prometeu retrocessos caso não consiga aprovação de orçamento
No dia em que a paralisação parcial do governo dos Estados Unidos completa uma semana, o presidente Donald Trump voltou a fazer ameças para tentar pressionar um acordo.
"Ou construímos um muro ou fechamos a fronteira sulista", escreveu em sua conta no Twitter, projetando ainda que, neste último cenário, a indústria automotiva americana "voltaria aos Estados Unidos, aonde pertence".
Para o republicano, o país regressaria ao ambiente "pré-Nafta" (Tratado Norte-Americano de Livre-Comércio), "antes de tantas de nossas companhias e empregos serem bobamente mandados para o México".
"Seremos forçados a fechar a fronteira sulista se os democratas obstrucionistas não nos derem o dinheiro para terminar o muro e também mudar as ridículas leis de imigração que pesam sobre o nosso país", afirmou, em uma das várias publicações sequenciais sobre o tema.
Desde o primeiro minuto do último sábado, 22, a máquina pública federal está parcialmente paralisada pela ausência de um orçamento vigente. Trump exige receber do Congresso um documento que preveja cerca de US$ 5 bilhões para erguer uma barreira física ao longo da divisa sulista, mas precisaria de votos do Partido Democrata para conseguir a verba. A oposição se nega a apoiar qualquer projeto de lei com dinheiro para o muro, o que levou ao atual impasse e à expiração do orçamento-tampão na semana passada sem que o Legislativo aprovasse um nova peça para substituí-lo.
Nos tuítes desta sexta-feira, Trump também escreveu que os EUA "perdem tanto dinheiro no comércio com o México sob o Nafta, mais de 75 bilhões de dólares ao ano (não incluindo o dinheiro de drogas que seria muitas vezes essa soma)", que ele "consideraria fechar a fronteira sulista uma 'operação lucrativa'".
Por fim, sobrou ainda para Honduras, Guatemala e El Salvador, que, na visão do presidente american, "não estão fazendo nada pelos Estados Unidos além de tomar nosso dinheiro". "Dizem que uma nova caravana está se formando em Honrudras e eles não estão fazendo nada sobre isso. Cortaremos toda a assistência a esses três países [que estão] tirando vantagem dos EUA por anos!", concluiu.
*Com Estadão Conteúdo
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