Com todo mundo dizendo “fuja”, Ambev cai forte na bolsa e vive tempestade pós-balanço
Diversos operadores de mercado avaliaram de forma bem negativa as ações da companhia, que pelo jeito vai ter pouco espaço para virar o jogo
Pegou muito mal no mercado o balanço divulgado nesta quinta-feira, 25, pela Ambev. E fazendo uma avaliação do resultado, os números de geração de caixa e receitas foram os que mais azedaram o humor dos investidores.
O Ebitda da empresa recuou para R$ 4,45 bilhões e ficou abaixo da expectativa dos analistas consultados pelo Bloomberg (R$ 5,13 bilhões). Já a receita líquida fechou o trimestre em R$ 11,06 bilhões, enquanto o mercado esperava R$ 12,18 bilhões.
Apesar de a empresa justificar que essa queda na receita está relacionada com a variação cambial do período, citando pressões inflacionárias na Argentina e preços mais elevados das commodities, vários operadores de mercado passaram a recomendar a seus clientes que fugissem da ação da fabricante de cervejas.
O balanço foi classificado pelo Goldman Sachs como "decepcionante". Em relatório, o GS diz que o cenário no Brasil segue desafiador e que o desempenho na Argentina foi o principal ponto fraco do período.
Já o Merrill Lynch e o JPMorgan foram mais diretos ao rebaixarem a recomendação da Ambev para 'underperform' e 'underweight' (desempenho abaixo da média do mercado), respectivamente. O Merrill foi além e baixou o preço-alvo da ação de R$ 21 para R$ 17, o que implicaria em um potencial de alta de 7% em relação ao fechamento de ontem, de R$ 15,89.
O BTG Pactual também divulgou um relatório na tarde de hoje sinalizando que vai revisar as estimativas sobre a cervejeira. Para o BTG, a Ambev tem pouco espaço para balanços positivos em meio à situação econômica do Brasil, o que confirma a tendência de performance das ações abaixo da média.
O resultado de toda essa enxurrada de notícias negativas não poderia ser outro: as ações da empresa lideravam isoladas as quedas do Ibovespa nesta quinta, com mais de 5% de baixa durante a tarde. Pela manhã, a queda era ainda mais acentuada, chegando a passar dos 7%.
*Com Estadão Conteúdo.