Reformas e governabilidade são as principais dúvidas do mercado, diz Arko Advice
Consultoria realizou call com mais de 400 investidores e empresário na manhã desta terça-feira. Moderação de discurso de Haddad não convence
As principais dúvidas do mercado financeiro, nacional e internacional, envolvem o compromisso do próximo presidente com as reformas, especialmente Previdência, e com sua governabilidade.
“Todas as perguntas giram em torno desses dois aspectos”, diz o cientista político da Arko Advice, Cristiano Noronha, que participou de teleconferência com representantes do mercado e do empresariado na manhã desta terça-feira.
Reformas e, principalmente, governabilidade, são pontos que o governante constrói ao longo do tempo. Mas Noronha afirmou que os candidatos costumam dar sinalizações nessa direção.
Jair Bolsonaro, diz o especialista, tem falado sobre reforma da Previdência e seu plano toca no tema de forma mais explicita. Já Fernando Haddad deixa um pouco mais de dúvida com relação ao assunto.
Com relação à governabilidade, Noronha explica que os investidores perguntam sobre a capacidade de Bolsonaro de construir uma maioria no Congresso.
Já a percepção com relação a Haddad é de que ele teria mais facilidade em montar essa base de apoio, pois o PT já foi governo com Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Além disso, o partido mantém a maior bancada do Congresso.
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"São pontos que os candidatos podem ir sinalizando ao longo do tempo", diz.
Ainda de acordo com Noronha, para o mercado é muito mais interessante ter uma agenda mais liberal na economia, que não impõe restrições ao setor privado e de menor intervenção da economia.
Nesse ponto, diz Noronha, a agenda do Bolsonaro, ao menos no papel, é melhor que a do Haddad, que tem um discurso mais intervencionista e de influência política em estatais, como Petrobras.
Sobre a moderação de discurso de Haddad, algo que começou no primeiro turno e se intensificou agora, com uma desautorização expressa a José Dirceu, Noronha diz que as pessoas começam a desconfiar.
“Mas será que o candidato vai fazer mesmo? Será que o PT deixa? Será que a militância do partido vai deixar? Como o programa de governo do candidato diz uma coisa e, agora, ele está dizendo outra, isso é recebido pelo mercado como oportunismo. O mercado acaba tendo dúvida quanto à execução”, explica.
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