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Fernando Pivetti

Fernando Pivetti

Jornalista formado pela Universidade de São Paulo (USP). Foi repórter setorista de Banco Central no Poder360, em Brasília, redator no site EXAME e colaborou com o blog de investimentos Arena do Pavini.

Renda variável

A Bolsa vai bem, obrigado. Mas há controvérsias sobre o futuro das ações no novo governo

Mercados vivem uma onda positiva desde que Bolsonaro virou favorito para vencer a eleição. Mas o futuro da economia ainda traz muitas dúvidas

Fernando Pivetti
Fernando Pivetti
22 de outubro de 2018
14:28 - atualizado às 14:00
Bolsa de valores de São Paulo
Bolsa vive sob um céu de brigadeiro desde o fim do primeiro turno - Imagem: Shutterstock

É consenso entre os analistas do mercado de que a bolsa teve um salto considerável desde o início da campanha eleitoral, em agosto. Sendo mais específico, esse clima favorável ocorre desde que Jair Bolsonaro se mostrou um candidato mais competitivo e favorito para vencer a disputa.

O que, no entanto, não é consenso entre esses mesmos analistas é a consistência dessa maré positiva da renda variável. Enquanto uns dizem que ainda há espaço para ganhos na bolsa, outros temem que toda essa expectativa se transforme em frustração com um eventual governo Bolsonaro que não consegue aprovar reformas.

Nesta segunda-feira, 22, o jornal O Estado de S. Paulo trouxe duas entrevistas que ilustram bem essa divisão de opiniões que alguns membros do mercado têm sobre o futuro do Brasil.

Embora não inclua uma queda brusca da bolsa no radar, André Perfeito, economista-chefe da Spinelli, alerta que, sem encaminhar uma solução para o problema fiscal do País, o bom momento das ações pode ter perna curta. "O investidor brasileiro cai muito fácil nesse canto da sereia e me irrita a ingenuidade de parte do mercado."

Já para William Leite, responsável pela renda variável da Garde, o mercado de ações ainda pode ser uma oportunidade para o investidor, desde que se tenha um prazo mais longo. Veja trechos da entrevista com os dois analistas:

André Perfeito, Spinelli

Como o fator Bolsonaro influencia a valorização das ações?
Acreditamos que o mercado está precificando menos um governo Bolsonaro, mas antes a derrota do PT. Sabemos pouco ainda sobre as reais intenções do governo Bolsonaro em temas-chave como privatização e reforma da Previdência. Já sobre o candidato petista temos uma maior concretude das propostas, e a possibilidade de o PT não ganhar é um forte estimulante para a Bolsa. Apesar da alta recente, ainda estamos 15% abaixo do pico registrado este ano antes da greve dos caminhoneiros. Em tese, estamos apenas corrigindo.

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Há espaço para mais alta?
Tudo depende de como ele e sua equipe encaminharem certas questões. Sabemos que o desafio é grande e o governo está fazendo água faz tempo. A pergunta na mesa é como ele vai enfrentar isso. Ele vai fechar o buraco no casco diminuindo o tamanho do navio ou vai acelerar o barco para não entrar mais água? Parte do mercado não está convencido da conversão de Bolsonaro ao receituário ortodoxo.

Quais os cenários otimista e pessimista para a Bolsa?
Não deve cair muito mais, afinal a Bolsa já foi bastante penalizada nos últimos anos. Apesar do rali recente, o índice ainda está 45% mais baixo que o pico de 2011, se visto em dólares. Há bons motivos para uma correção, mas o perigo reside em acreditar que essa alta é consistente mesmo que não se faça nada.

A Bolsa está cara?
Caro ou barato são termos relativos aos olhos do comprador e o maior comprador no aquário são os estrangeiros. O Brasil está barato nesse sentido e podemos nos beneficiar com a demanda externa, mas cabe aqui muito cuidado. Geralmente, quando "gringo" entra na Bolsa, o índice sobe e cria uma euforia. Mas se entrou, ele "já comprou barato", logo, tem de tomar cuidado para não dar saída para esse mesmo investidor estrangeiro - ou seja, comprar dele depois mais caro acreditando ainda que pode subir mais. O investidor brasileiro cai muito fácil nesse canto de sereia e me irrita a ingenuidade de parte do mercado com isso.

William Leite, Garde

Há um otimismo excessivo?
Achamos que há um fundamento sólido para essa alta da Bolsa. Quando olhamos para o fundamento das empresas listadas, temos visto algumas revisões relevantes de lucro causadas em parte por conta do preço de commodities, mas também por conta de um melhor desempenho operacional. Com base nos últimos balanços e análises macroeconômicas, a expectativa quanto aos resultados melhorou. Com isso, víamos a Bolsa num preço barato, mas faltava apenas uma melhora de confiança para que ela tivesse melhor performance.

O bom humor levou a Bolsa ao pico ou ainda vê espaço para alta?
O mercado já precifica uma vitória de Bolsonaro. Porém, ainda há espaço para uma alta adicional com o início do governo, quando as reformas começarem a serem discutidas. Mas ainda é preciso ter mais clareza sobre o que será feito.

Até onde acredita que a Bolsa pode subir e até onde pode cair?
Num cenário otimista, em que o novo presidente consiga aprovar as reformas necessárias, os juros fiquem num patamar baixo e o País volte a crescer num ritmo mais acelerado, poderia ir para 110 mil pontos. Isso, é claro, se não houver nenhuma turbulência maior vinda do exterior. Num cenário mais pessimista, em que o novo presidente não consiga aprovar as reformas e o País continue nesse ritmo mais lento, acreditamos que a Bolsa ficaria perto dos 75 mil pontos.

Faz sentido para o investidor entrar agora?
Achamos que ainda faz sentido entrar, desde que ele tenha um horizonte longo o suficiente para poder esperar pela maturação do investimento. Recomendamos também cautela na escolha de quais ações comprar pois, após essa alta inicial, já não é mais qualquer ação que representa uma boa oportunidade.

*Com Estadão Conteúdo.

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