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O que separa os meninos dos homens?

Os fundamentos estão postos. É um bull market estrutural. Ele tem alguma volatilidade, mas passa. E termina bem.

10 de outubro de 2018
12:43 - atualizado às 18:23
Estátua do touro de Wall Street representando a alta das bolsas de hoje
Estamos em um bull market na Bolsa de Valores brasileira - Imagem: Shutterstock

Dr. Burry escuta o sino da NYSE tocando em seu computador. É o fim do pregão naquele dia. Ele coloca seus fones de ouvido na altura máxima do Speed Metal, levanta-se calmamente, põe os pés descalços no chão, repousa as baquetas sobre a mesa depois de um breve “air drumming” e se dirige ao quadro negro no canto da sala. Dr. Burry vai marcar a cota diária de seu fundo: -7 por cento.

No dia seguinte, repete metodicamente o procedimento: -6 por cento. E depois, -2 por cento. Assim foi, por quase três anos, sem alívio. “Você ainda faz isso, todos os dias?” Ele apenas anui com a cabeça, encostando o queixo no peito.

A cada pregão, era como se uma águia viesse bicar-lhe o fígado, exatamente como no mito de Prometeu (etimologia precisa ao caso: premeditação), em que Zeus (ou os deuses do consenso de Wall Street) se vinga(m) por ter(em) sido desafiado(s).

Era pelos idos de 2005/06. As datas e as variações não obedecem a uma precisão rigorosa. Não importa. A essência está preservada e, no fim do dia, o relevante é a essência.

Até que... boom! A bolha imobiliária norte-americana explodiu e ele se tornou um dos mais bem-sucedidos e aclamados gestores da época. Por anos, ele esteve short (apostando na queda) do mercado imobiliário americano, identificando antes dos outros a podridão das hipotecas subprime e o esquema de pirâmide daquele tipo de alavancagem. Por anos, o excêntrico médico com síndrome de Asperges foi ridicularizado. De esdrúxulo e desajustado a gênio e premonitório, como num passe de mágica. Ou numa quebra do Lehman Brothers.

Tudo está narrado no livro “A Jogada do Século”, de Michael Lewis. Virou filme, concorreu ao Oscar e tal. “A Grande Aposta” conta esse e outros esquemas de Wall Street até a caminhada rumo à crise de 2008.

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A história de Michael Burry é mesmo impressionante. Mas o que realmente atina minha alma quando penso a respeito não é seu sucesso. Eu me interesso por terceiros. Por outros igualmente geniais, talvez até mesmo mais geniais, que também identificaram os problemas da bolha imobiliária norte-americana lá por 2005 ou 2006, mas simplesmente não tiveram a estamina de persistir, de continuar em frente a despeito dos obstáculos. Abortaram a causa por algum motivo qualquer. Sabotaram a si mesmos.

Não importa a razão. Todos os dias o mercado vem testar sua convicção. Há uma notícia na capa do jornal mostrando o quanto você está errado, existe pressão de saques em seu fundo, seus concorrentes estão voando e você não foi convidado para a festa. A todo momento, existe um canto da sereia sussurrando em seu ouvido e boicotando a si mesmo: abandone a sua posição.

Veja o Stuhlberger falando para a Luciana Seabra no Seu Dinheiro: “Eu estava certo sobre China, rigorosamente certo, mas abandonei a posição antes da hora; eu capitulei e perdi dinheiro”. Cara, é o Stuhlberger, sacou? Imagina nós aqui fora do Olimpo… Aliás, caso ainda não tenha feito o cadastro na newsletter do Seu Dinheiro, fica aqui o convite. Está realmente especial.

A arte da gestão de patrimônio não está em acumular planilhas e analisar balanços. Também não se encontra nos melhores processos ou na melhor tecnologia. Tudo isso está commoditizado. Não gera edge, não o coloca à frente de ninguém.

O verdadeiro diferencial do investidor vem exatamente do mesmo desafio de casos cotidianos, da perseguição pelo equilíbrio tácito entre teimosia e convicção, entre perseverar sem ser cego para alternativas, entre Dionísio e Apolo, entre prazo e qualidade, entre os sistemas 1 e 2 de Daniel Kahneman, entre o Eu Superior e o Eu Inferior de Ray Dalio. A convivência harmoniosa com a ambivalência.

Quando persistir e quando capitular?

Por mais que me esforce para responder à questão, a verdade é que não darei conta de endereçá-la em sua integralidade. Muito nesse processo, talvez a maior parte, vem de conhecimento tácito, não formalizável, não estruturado, nem possível de ser escrito. A intuição é um monte de conhecimento que fica acumulado lá no fundo, sem a gente perceber.

Mas existe algo que faço capaz de ao menos ajudar no processo — sendo mais rigoroso: algo que ao menos tem ajudado até aqui. O futuro não nos pertence e a qualquer momento podemos entregar tudo. De vilões a heróis num passe de mágica e vice-versa. No mercado, você é tão bom quanto seu último trade.

Se você tem uma tese, escreva aquilo. Anote as razões fundamentais para justificar sua ideia ou sua posição. Não se perca em filigranas. Aponte somente o essencial. Com o passar do tempo, várias notícias chegarão para formar uma antítese à sua tese. “Mother do you think they will try to break my balls?" Verifique se aquilo, de fato, fere a essência da coisa, se a estrutura basal foi afetada ou se é apenas um mero obstáculo incapaz de desconstruir o que realmente importa.

Vivi na pele intensamente isso. Estava (e ainda estou) com a tese otimista para ativos de risco brasileiros. Ela se fundamentava em três coisas:

  1. crescimento ainda forte da economia mundial favorecendo preços de commodities;
  2. muita capacidade ociosa dos fatores de produção brasileiros, com prognóstico de vertiginosa expansão dos lucros corporativos;
  3. e migração do pêndulo político para o espectro da direita liberal.

Vieram a guerra comercial lá fora, a fragilidade da geopolítica internacional, o medo com a subida de juros nos EUA, os tuítes de Donald Trump, a incerteza com a eleição brasileira, a greve dos caminhoneiros (nossa, a greve dos caminhoneiros foi um momento difícil), as decepções com a atividade econômica doméstica, o clássico “sudden stop” em mercados emergentes. Por várias e várias vezes, eu estive prestes a capitular. Todos os dias era acometido pela dúvida: “Acho que não vai dar”. Pensei dia sim, e no outro também, em estopar algumas posições e estive muito perto de fazê-lo, admitindo o erro na tese original.

Por sorte, fomos teimosos, porque achávamos que a essência estava preservada. Ainda éramos os mesmos. No final, deu certo (ao menos até aqui). A Carteira Empiricus, que é como eu meço na prática e na pele meu próprio desempenho, entrega mais de 170 por cento do CDI no ano, depois de muito tiro, porrada e bomba. E, no meu chutômetro, acho que tem muito mais por vir.

Mas não conto isso para narrar uma situação passada. Abordo a questão porque seremos submetidos novamente nas próximas semanas a testes de nossa convicção. Haverá o Onyx Lorenzoni falando bobagem, o Bolsonaro tentando corrigir bobagens dizendo outras bobagens, o Datafolha sendo Datafolha, a Eurasia sendo Eurasia, momentos de estresse, realizações de lucro, correções pontuais. Precisamos separar o que é ruído do que é sinal. O galho vai balançar. Não abandone o navio antes da hora. Mais uma vez: os fundamentos estão postos. É um bull market estrutural. Ele tem alguma volatilidade, mas passa. E termina bem.

Mercados amanhecem sob realização de lucros, catalisada por declarações atabalhoadas da equipe de Jair Bolsonaro. “Essa reforma da Previdência não passa”, “a China está comprando o Brasil e não podemos privatizar a geração de Eletrobras”, “precisamos de cuidado com a política de preços da Petrobras” e por aí vai. Muita retórica eleitoral, pouco efeito prático.

Não há muitos drivers do exterior, onde Bolsas norte-americanas estão perto do zero a zero. Há alguma tensão com escalada do rendimento dos Treasuries.

Agenda doméstica trouxe alta de 1,06 por cento para o IGP-M, levemente abaixo do esperado, enquanto aguarda-se Datafolha à noite — embora já tenha virado piada. Nos EUA, saem preços ao produtor e estoques de petróleo.

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