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Eduardo Campos

Eduardo Campos

Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.

Entrevista Exclusiva

Invisto no Brasil se nenhum louco ganhar a eleição , diz o lendário Jim Rogers

Guerra comercial abre oportunidade para o Brasil especialmente em commodities

Eduardo Campos
Eduardo Campos
30 de setembro de 2018
6:06 - atualizado às 1:09
Jim Rogers
Imagem: Shutterstock

Conheci Jim Rogers no fim de agosto de 2013 em evento da então BM&F Bovespa em Campos do Jordão. O megainvestidor, então com 70 anos e “aposentado” desde os 37, após criar, em parceria com George Soros, o Quantum Fund, lenda do mercado com mais de 4.200% de retorno em dez anos enquanto o S&P retornou 37%, estava pessimista com o Brasil. Motivo: políticas anticapitalistas da presidente Dilma Rousseff.

Passados cinco anos de nossa última conversa, Jim disse que estava pensando no Brasil nas últimas semanas quando recebeu o e-mail com pedido de entrevista, que prontamente respondeu com um “ligue agora”. Do interior da Rússia, Jim falou de investimentos, Brasil, Estados Unidos e bitcoins.

“Já vinha pensando se não era hora de vender EUA e voltar a comprar Brasil”

Jim disse que estava considerando o que aconteceu o Brasil nos últimos anos, a crise e o baixo crescimento, e avalia que pode ser uma grande oportunidade de investir no país nos próximos três a seis meses. O porém é o que vai acontecer no mundo nesse período e nas eleições por aqui.

“Não ligo para quem seja eleito, só não pode ser um maluco. Na América nos temos um maluco. Não tenho que investir em um país comandado por um louco”, disse.

Tentei aprofundar um pouco mais sobre o quadro eleitoral por aqui e os candidatos, mas Jim voltou a dizer que não importa quem seja o eleito. Quem vai dizer se o vencedor é um louco ou não é o próprio mercado. “Lembra do Lula? Que seria terrível? Mas o mercado foi muito bom. Foi o mercado que fez o Lula parecer bom”, disse.

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Commodities

Ele reconhece que pode não ser muito bom no timing de suas recomendações de investimento, mas que passou a olhar para o Brasil ao ver o movimento das commodities, especialmente as agrícolas, que estariam mostrando uma tendência de baixa e preços artificiais em função da guerra comercial comandada por Donald Trump. “Trump está fazendo coisas malucas. Provocando preços baixos por razões artificiais. E esse é um bom motivo para comprar.”

“Estou vendo o Brasil porque entendo do mercado de commodities e sei que o Brasil vai junto com as commodities”

'Não vejo razão para comprar EUA'

Perguntado sobre o mercado americano e a firme valorização desde a crise de 2008, Jim afirma que os mercados por lá estão perto de suas máximas históricas e que não haveria razão para investir num mercado assim. “Esse é o ‘bull market’ mais longo de todos os tempos. Pode durar mais dez anos? Pode. Mas não vejo sentido! Gosto de comprar coisas com preços deprimidos”, explica.

Para ele há sim uma bolha no mercado acionário americano, mas pondera que bolhas podem durar por muito tempo. Em seu livro “Street Smarts” (Crown Bussines, sem tradução) Jim fala que todo “bull market” termina em uma bolha, que se caracteriza por preços subindo puramente porque estão subindo. Neste momento todos pensam que o que está acontecendo é racional, que os preços estão justos e vão continuar subindo. A questão é ser inteligente o suficiente para saber quando sair fora para se salvar da falta de conhecimento e experiência. Mas isso, claro, é algo difícil de se fazer.

Outro sinal de alerta que parte das bolsas americanas é que boa parte da valorização está concentrada nos papéis de tecnologia – conhecidos pelo acrônimo FAANG (Facebook, Amazon, Apple, Netflix e Alphabet/Google).

“Quando apenas algumas ações puxam o mercado, que não sobe como um todo, isso é um sinal de perigo”, disse. “Neste momento, uma coisa inteligente para se fazer é vender América e comprar Brasil.”

Ampliando um pouco a análise, Jim afirma que o investidor tem de procurar em âmbito global o que é bom e o que é ruim em termos de investimento e seguir com a sua convicção, o que ele disse ser “keep your head”. Como exemplo citou o caso da Turquia, que tem uma dívida enorme e não tem como pagar seus credores externos. E lembrou que os políticos turcos, assim como Trump, passaram a procurar culpados para suas mazelas criadas internamente. “Culpe o estrangeiro sempre! Eles se vestem diferente, pensam diferente a comida dele fede, e assim por diante”, exemplificou.

'Não ouça a mim ou a ninguém'

A fórmula de Jim Rogers para se tornar um investidor de sucesso é começar por empresas, setores ou negócios que você tenha conhecimento, alguma intimidade. “Todo mundo sabe algo sobre alguma coisa. Assiste TV, lê sobre, se interessa. Pode ser moda, carros, qualquer assunto”.

Sendo que você já tem alguma familiaridade com o tema, a recomendação é aprofundar a sua pesquisa. Olhe as empresas, seu endividamento, as pessoas que trabalham lá. “Você sabe muito sobre esse assunto. Você saberá quando terá um produto ou algo que vai mudar aquele setor. Você estará certo quando decidir comprar as ações e também saberá quando estiverem fazendo besteira e vai vender as ações”, exemplifica. “Todos sabem mais sobre algo do que as outras pessoas. Tem que começar por isso.”

Pergunto a Jim se essa lógica de investimentos também vale para as criptomoedas como o bitcoin. “Se as pessoas sabem sobre isso podem investir. Mas acho que essas criptomoedas vão todas falhar e cair para zero.”

Para montar esse texto da entrevista com Jim voltei a ler partes que já tinha destacado do “Street Smarts”, título que pode ser traduzido como “malandro” no senso de um cara experimentado, que aprendeu nas ruas. E entre a infância dele no Alabama, as competições em Yale, a vida em Wall Street, voltas ao mundo e observações sobre o passado e o futuro dos mercados, destaco a dedicatória feita por ele no livro que me deu de presente: “Faça da vida uma aventura”.

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