Ilan: O BC tem lado, o que busca as reformas e ajustes na economia
Presidente do BC mantém neutralidade com relação às eleições, mas defende o que acha que tem de ser feito para manter a Selic baixa

O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, disse que gostaria de dar sua opinião como economista sobre as propostas dos presidenciáveis. Não fez isso apesar de insistentemente provocado pelos colegas jornalistas ao longo da entrevista do Relatório de Inflação. Mas deixou claro qual o lado da instituição.
Ilan afirmou que o BC demonstra seu posicionamento quando diz que precisam ser feitas reformas fiscais e de produtividade. Lembrou, ainda, que tal postura não é nova, pois o BC vem insistindo nisso tem ao menos dois anos. “Isso vai nos ajudar a fazer política monetária”, disse.
E é justamente o futuro das reformas e ajustes que vão ditar o rumo da Selic, atualmente fixada em 6,5% ao ano. De forma didática, um quadro sem reformas ou de ajustes insuficientes pode manter o preço do dólar elevado e desancorar as expectativas de inflação. Nesse cenário, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC vai começar a subir o juro, mesmo que gradualmente. A resposta vem em outubro, das urnas, e a reação do BC no dia 31 do mesmo mês.
“Para o BC é importante ver essas reformas e ajustes acontecendo. Isso permite que fiquemos mais confortáveis com o futuro do Brasil. E isso pode trazer para o presente esse conforto futuro maior ou menor.”
Segundo o presidente, as projeções do Relatório de Inflação para o comportamento dos preços até 2021 são feitas com base nas estimativas do mercado para dólar e juros que captam, ou não, a realização das reformas.
“Trabalhamos com as hipóteses que estão aí e que o mercado está nos trazendo. Agora, onde estamos nos posicionamos é que acreditamos que as projeções de médio e longo prazos para o juro estrutural e para o crescimento dependem sim dessas reformas e ajustes.”
Leia Também
Ilan foi claro ao ser questionado sobre a possibilidade de alta de juros em um ambiente de baixo crescimento e desemprego elevado.
“A política monetária está estimulativa exatamente porque temos capacidade ociosa. Temos compromisso com ancoragem das expectativas e inflação na meta. Alertamos que esse estímulo começará a ser retirado caso o cenário tenha piora. E está bem clara nossa visão e o que importa.”
Nada mudou no câmbio
Questionado sobre as atuações do BC no mercado de câmbio e se alguma coisa teria mudado, Ilan afirmou que “nada mudou na política cambial”. O BC segue focado em permitir que o câmbio continue fazendo seu papel. “Vamos continuar monitorando os mercados, olhando disfuncionalidades, dinâmicas perversas. Continua igual”, disse.
Na sequência, Ilan voltou a enfatizar que conforme o país consiga fazer os ajustes fiscais que precisa e reformas que aumentam a produtividade, isso também ajudará a tornar nossos ativos mais estáveis, deixará a inflação mais sustentável e o crescimento mais alto.
Convites
Questionado sobre a possibilidade de ficar no comando do BC em eventual governo de Jair Bolsonaro, Ilan disse que todos sabem que sua posição tem sido de neutralidade, que o BC é apartidário e se encara como uma instituição de Estado. Por isso, não comenta questões relacionadas à política.
Sobre as reuniões que ocorreram com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, e os economistas dos candidatos, Ilan disse que essas conversas foram para tratar da conjuntura atual e que é importante pensar em uma transição. No entanto, não houve compromisso ou algo parecido em dar continuidade à agenda de medidas microeconômicas, "BC Mais", lançada em sua gestão e que tem projetos para baratear o custo de crédito, rever compulsórios e melhorar garantias, entre outros assuntos.
Sem sinal de leniência: Copom de Galípolo mantém tom duro na ata, anima a bolsa e enfraquece o dólar
Copom reitera compromisso com a convergência da inflação para a meta e adverte que os juros podem ficar mais altos por mais tempo
Com a Selic a 14,25%, analista alerta sobre um erro na estratégia dos investidores; entenda
A alta dos juros deixam os investidores da renda fixa mais contentes, mas este momento é crucial para fazer ajustes na estratégia de investimentos na renda variável, aponta analista
Cuidado com a cabeça: Ibovespa tenta recuperação enquanto investidores repercutem ata do Copom
Ibovespa caiu 0,77% na segunda-feira, mas acumula alta de quase 7% no que vai de março diante das perspectivas para os juros
Inocentes ou culpados? Governo gasta e Banco Central corre atrás enquanto o mercado olha para o (fim da alta dos juros e trade eleitoral no) horizonte
Iminência do fim do ciclo de alta dos juros e fluxo global favorecem, posicionamento técnico ajuda, mas ruídos fiscais e políticos impõem teto a qualquer eventual rali
Felipe Miranda: Dedo no gatilho
Não dá pra saber exatamente quando vai se dar o movimento. O que temos de informação neste momento é que há uma enorme demanda reprimida por Brasil. E essa talvez seja uma informação suficiente.
Eles perderam a fofura? Ibovespa luta contra agenda movimentada para continuar renovando as máximas do ano
Ata do Copom, balanços e prévia da inflação disputam espaço com números sobre a economia dos EUA nos próximos dias
Juros nas alturas têm data para acabar, prevê economista-chefe do BMG. O que esperar do fim do ciclo de alta da Selic?
Para Flávio Serrano, o Banco Central deve absorver informações que gerarão confiança em relação à desaceleração da atividade, que deve resultar em um arrefecimento da inflação nos próximos meses
Não fique aí esperando: Agenda fraca deixa Ibovespa a reboque do exterior e da temporada de balanços
Ibovespa interrompeu na quinta-feira uma sequência de seis pregões em alta; movimento é visto como correção
Deixou no chinelo: Selic está perto de 15%, mas essa carteira já rendeu mais em três meses
Isso não quer dizer que você deveria vender todos os seus títulos de renda fixa para comprar bolsa neste momento, não se trata de tudo ou nada — é até saudável que você tenha as duas classes na carteira
Rodolfo Amstalden: As expectativas de conflação estão desancoradas
A principal dificuldade epistemológica de se tentar adiantar os próximos passos do mercado financeiro não se limita à já (quase impossível) tarefa de adivinhar o que está por vir
Renda fixa mais rentável: com Selic a 14,25%, veja quanto rendem R$ 100 mil na poupança, em Tesouro Selic, CDB e LCI
Conforme já sinalizado, Copom aumentou a taxa básica em mais 1,00 ponto percentual nesta quarta (19), elevando ainda mais o retorno das aplicações pós-fixadas
Copom não surpreende, eleva a Selic para 14,25% e sinaliza mais um aumento em maio
Decisão foi unânime e elevou os juros para o maior patamar em nove anos. Em comunicado duro, o comitê não sinalizou a trajetória da taxa para os próximos meses
O que o meu primeiro bull market da bolsa ensina sobre a alta das ações hoje
Nada me impactou tanto como a alta do mercado de ações entre 1968 e 1971. Bolsas de Valores seguem regras próprias, e é preciso entendê-las bem para se tirar proveito
De volta à Terra: Ibovespa tenta manter boa sequência na Super Quarta dos bancos centrais
Em momentos diferentes, Copom e Fed decidem hoje os rumos das taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos
A decisão é o que menos importa: o que está em jogo na Super Quarta com as reuniões do Copom e do Fed sobre os juros
O Banco Central brasileiro contratou para hoje um novo aumento de 1 ponto para a Selic, o que colocará a taxa em 14,25% ao ano. Nos EUA, o caminho é da manutenção na faixa entre 4,25% e 4,50% — são os sinais que virão com essas decisões que indicarão o futuro da política monetária tanto aqui como lá
Até onde vai a alta da Selic — e como investir nesse cenário? Analista vê juros de até 15,5% e faz recomendações de investimentos
No episódio da semana do Touros e Ursos, Lais Costa, da Empiricus Research, fala sobre o que esperar da política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, após a Super Quarta
Super Quarta no radar: saiba o que esperar das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos e como investir
Na quarta-feira (19), os bancos centrais do Brasil e dos EUA devem anunciar suas decisões de juros; veja o que fazer com seus investimentos, segundo especialistas do mercado
Não é um pássaro (nem um avião): Ibovespa tenta manter bom momento enquanto investidores se preparam para a Super Quarta
Investidores tentam antecipar os próximos passos dos bancos centrais enquanto Lula assina projeto sobre isenção de imposto de renda
Mais uma Super Quarta vem aí: dois Bancos Centrais com níveis de juros, caminhos e problemas diferentes pela frente
Desaceleração da atividade econômica já leva o mercado a tentar antecipar quando os juros começarão a cair no Brasil, mas essa não é necessariamente uma boa notícia
Alívio para Galípolo: Focus traz queda na expectativa de inflação na semana da decisão do Copom, mas não vai evitar nova alta da Selic
Estimativa para a inflação de 2025 no boletim Focus cai pela primeira vez em quase meio ano às vésperas de mais uma reunião do Copom