🔴 QUER INVESTIR NAS MELHORES CRIPTOMOEDAS DO MOMENTO? SAIBA COMO CLICANDO AQUI

Eduardo Campos

Eduardo Campos

Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo e Master In Business Economics (Ceabe) pela FGV. Cobre mercado financeiro desde 2003, com passagens pelo InvestNews/Gazeta Mercantil e Valor Econômico cobrindo mercados de juros, câmbio e bolsa de valores. Há 6 anos em Brasília, cobre Banco Central e Ministério da Fazenda.

Dívida Pública

Dívida bruta encerra setembro em 77,2% do PIB

Dados fiscais evidenciam o tamanho do desafio fiscal que espera o presidente eleito e sua equipe

Eduardo Campos
Eduardo Campos
29 de outubro de 2018
12:20

Ao longo da semana passada tratamos do desafio fiscal do presidente eleito, e os dados do Banco Central (BC) apenas reforçam esse quadro. A dívida bruta do setor público encerrou setembro em 77,2% do Produto Interno Bruto (PIB), recuo marginal sobre os 77,3% de agosto, mas ainda rondando as máximas da série histórica iniciada em 2006. E a trajetória esperada para o fim do ano é de piora já que sazonalmente os déficits primários são maiores no último trimestre.

O endividamento líquido, que considera os ativos da União, subiu de 51,2% do PIB em agosto para 52,2% do PIB no mês passado. Segundo o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, a flutuação de curto prazo da dívida líquida reflete a movimentação do câmbio.

O principal ativo considerado no cálculo da dívida líquida é a reserva internacional. Quando há desvalorização do dólar, como visto no mês passado, há uma pressão de alta sobre a dívida líquida, pois os ativos representam menos reais quando convertidos.

Resultado primário

Em setembro, o déficit primário (receita menos despesas, sem considerar juros) do governo foi de R$ 24,621 bilhões. No ano, o déficit soma R$ 59,321 bilhões, menor que os R$ 82,110 bilhões vistos em igual período do ano passado. A meta do ano é de R$ 161,3 bilhões, mas o governo já indica que o resultado pode ser melhor, na casa dos R$ 125 bilhões.

Segundo Rocha, essa redução do déficit primário no acumulado do ano reflete um aumento de receitas de cerca de 6% em termos reais, enquanto que as despesas apresentaram crescimento menor, de 2,3%.

“Essa redução do déficit é um passo em termos de consolidação fiscal, mas quando se olha a evolução do endividamento, déficits contribuem para o aumento da dívida. A consolidação precisa passar de resultados deficitários para superávits para estabilizar o crescimento da dívida e posteriormente reduzi-la”, explica.

Leia Também

Medido em 12 meses, o déficit primário está em R$ 87,794 bilhões, ou 1,29% do PIB. A esse valor se soma um gasto com juros de R$ 401 bilhões (5,9% do PIB) e chega-se a um déficit nominal de R$ 488,835 bilhões, equivalente a 7,2% do PIB.

Olhando os números por dentro, o esforço fiscal do governo federal, que soma R$ 102,397 bilhões em 12 meses até setembro, é totalmente consumido pelos gastos com a Previdência, que mostra um déficit de R$ 196 bilhões. No fim de 2017, o superávit do governo federal era de R$ 64,7 bilhões e o déficit previdenciário estava em R$ 184,442 bilhões. Os números ilustram a importância da reforma do sistema previdenciário para um melhor equilíbrio das contas públicas.

Em entrevistas recentes, Paulo Guedes, futuro ministro do presidente eleito Jair Bolsonaro, voltou a dizer ser factível zerar o déficit primário em um ano. A tarefa não é nada fácil mesmo que o déficit deste ano fique abaixo do projetado. Seria necessário um brutal corte de gastos, que se mostra pouco factível em função do limitado volume de despesas discricionárias, e/ou um forte aumento de impostos. Guedes tem falado em utilizar receitas com privatizações para ajudar nessa redução do déficit, mas um plano de venda de ativos públicos ainda não foi detalhado.

Perguntado se o plano de Guedes é factível e sustentável, Rocha disse que o BC não tem participado e não feito comentários sobre os temas das campanhas eleitorais. Além disso, lembrou Rocha, o órgão responsável pela sustentabilidade da política fiscal é o Ministério da Fazenda e não o Banco Central.

Swaps e conta de juros

A conta de juros em setembro foi de apenas R$ 14,552 bilhões, contra R$ 60 bilhões em agosto. A razão dessa queda é o resultado das operações com swaps cambiais. De forma simplificada, quando o dólar cai, o BC é ganhador com as operações que realiza para dar proteção cambial ao mercado.

Mês passado, houve um ganho de R$ 12,8 bilhões com os swaps, após uma perda de R$ 28,6 bilhões em agosto, mês de alta na cotação da moeda americana.

Sem o efeito de swaps, em agosto, as despesas de juros seriam de cerca de R$ 31,5 bilhões, em setembro, fazendo o mesmo exercício, o resultado ficaria ao redor de R$ 27,4 bilhões. Grosso modo, a conta de juros mostra relativa estabilidade.

Como há redução da conta de juros, isso também transparece no resultado nominal, onde o déficit do mês passado foi de R$ 39,173 bilhões em comparação com R$ 76,9 bilhões em agosto.

Elasticidades

O BC também atualizou as elasticidades da dívida líquida e apresentou, pela primeira vez, os números para a dívida bruta. As elasticidades captam o impacto dos indexadores, câmbio, juros e inflação, sobre o endividamento.

Na dívida líquida, cada variação cambial de 1% afeta a dívida em direção contrária em 0,16 ponto do PIB, ou R$ 10,7 bilhões. No caso do juro, uma variação de 1 ponto, mantida por 12 meses, tem impacto de 0,42 ponto do PIB, ou R$ 28,2 bilhões. Para cada variação na inflação de 1 ponto, mantida por 12 meses, o impacto é de 0,14 ponto do PIB, ou R$ 9,6 bilhões.

Para a dívida bruta, uma variação cambial de 1% tem impacto de 0,1 ponto do PIB, ou R$ 4,7 bilhões. Um aumento de 1 ponto no juro, mantido por 12 meses, impacta o endividamento em 0,39 ponto do PIB, ou R$ 26,5 bilhões. No caso da inflação, para cada variação de 1 ponto, mantida por 12 meses, há impacto de 0,14 ponto, ou R$ 9,7 bilhões.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
60 ANOS DE BC

Não haverá ‘bala de prata’ — Galípolo destaca desafios nos canais de transmissão da política monetária

2 de abril de 2025 - 16:50

Na cerimônia de comemoração dos 60 anos do Banco Central, Gabriel Galípolo destacou a força da instituição, a necessidade de aprimorar os canais de transmissão da política monetária e a importância de se conectar com um público mais amplo

O QUE ESPERAR?

Banco Master: Compra é ‘operação resgate’? CDBs serão honrados? BC vai barrar? CEO do BRB responde principais dúvidas do mercado

1 de abril de 2025 - 10:23

O CEO do BRB, Paulo Henrique Costa, nega pressão política pela compra do Master e endereça principais dúvidas do mercado

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Vale tudo na bolsa? Ibovespa chega ao último pregão de março com forte valorização no mês, mas de olho na guerra comercial de Trump

31 de março de 2025 - 8:18

O presidente dos Estados Unidos pretende anunciar na quarta-feira a imposição do que chama de tarifas “recíprocas”

conteúdo EQI

Protege contra a inflação e pode deixar a Selic ‘no chinelo’: conheça o ativo com retorno-alvo de até 18% ao ano e livre de Imposto de Renda

30 de março de 2025 - 8:00

Investimento garimpado pela EQI Investimentos pode ser “chave” para lucrar com o atual cenário inflacionário no Brasil; veja qual é

DE OLHO NOS CALOTES

Nubank (ROXO34): Safra aponta alta da inadimplência no roxinho neste ano; entenda o que pode estar por trás disso

28 de março de 2025 - 19:00

Uma possível explicação, segundo o Safra, é uma nova regra do Banco Central que entrou em vigor em 1º de janeiro deste ano. 

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Esporte radical na bolsa: Ibovespa sobe em dia de IPCA-15, relatório do Banco Central e coletiva de Galípolo

27 de março de 2025 - 8:20

Galípolo concederá entrevista coletiva no fim da manhã, depois da apresentação do Relatório de Política Monetária do BC

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Ato falho relevante: Ibovespa tenta manter tom positivo em meio a incertezas com tarifas ‘recíprocas’ de Trump

26 de março de 2025 - 8:22

Na véspera, teor da ata do Copom animou os investidores brasileiros, que fizeram a bolsa subir e o dólar cair

conteúdo EQI

Selic em 14,25% ao ano é ‘fichinha’? EQI vê juros em até 15,25% e oportunidade de lucro de até 18% ao ano; entenda

25 de março de 2025 - 14:00

Enquanto a Selic pode chegar até 15,25% ao ano segundo analistas, investidores atentos já estão aproveitando oportunidades de ganhos de até 18% ao ano

TÁ NA ATA

Sem sinal de leniência: Copom de Galípolo mantém tom duro na ata, anima a bolsa e enfraquece o dólar

25 de março de 2025 - 12:10

Copom reitera compromisso com a convergência da inflação para a meta e adverte que os juros podem ficar mais altos por mais tempo

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Cuidado com a cabeça: Ibovespa tenta recuperação enquanto investidores repercutem ata do Copom

25 de março de 2025 - 8:13

Ibovespa caiu 0,77% na segunda-feira, mas acumula alta de quase 7% no que vai de março diante das perspectivas para os juros

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Inocentes ou culpados? Governo gasta e Banco Central corre atrás enquanto o mercado olha para o (fim da alta dos juros e trade eleitoral no) horizonte

25 de março de 2025 - 6:39

Iminência do fim do ciclo de alta dos juros e fluxo global favorecem, posicionamento técnico ajuda, mas ruídos fiscais e políticos impõem teto a qualquer eventual rali

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Eles perderam a fofura? Ibovespa luta contra agenda movimentada para continuar renovando as máximas do ano

24 de março de 2025 - 8:05

Ata do Copom, balanços e prévia da inflação disputam espaço com números sobre a economia dos EUA nos próximos dias

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: Ata do Copom, IPCA-15 e PIB nos EUA e Reino Unido dividem espaço com reta final da temporada de balanços no Brasil

24 de março de 2025 - 7:03

Semana pós-Super Quarta mantém investidores em alerta com indicadores-chave, como a Reunião do CMN, o Relatório Trimestral de Inflação do BC e o IGP-M de março

MACRO EM FOCO

Juros nas alturas têm data para acabar, prevê economista-chefe do BMG. O que esperar do fim do ciclo de alta da Selic?

23 de março de 2025 - 12:01

Para Flávio Serrano, o Banco Central deve absorver informações que gerarão confiança em relação à desaceleração da atividade, que deve resultar em um arrefecimento da inflação nos próximos meses

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Não fique aí esperando: Agenda fraca deixa Ibovespa a reboque do exterior e da temporada de balanços

21 de março de 2025 - 8:21

Ibovespa interrompeu na quinta-feira uma sequência de seis pregões em alta; movimento é visto como correção

SEXTOU COM O RUY

Deixou no chinelo: Selic está perto de 15%, mas essa carteira já rendeu mais em três meses

21 de março de 2025 - 5:42

Isso não quer dizer que você deveria vender todos os seus títulos de renda fixa para comprar bolsa neste momento, não se trata de tudo ou nada — é até saudável que você tenha as duas classes na carteira

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Ainda sobe antes de cair: Ibovespa tenta emplacar mais uma alta após decisões do Fed e do Copom

20 de março de 2025 - 8:18

Copom elevou os juros por aqui e Fed manteve a taxa básica inalterada nos EUA durante a Super Quarta dos bancos centrais

CICLO CHEGANDO AO FIM?

Copom não surpreende, eleva a Selic para 14,25% e sinaliza mais um aumento em maio 

19 de março de 2025 - 19:35

Decisão foi unânime e elevou os juros para o maior patamar em nove anos. Em comunicado duro, o comitê não sinalizou a trajetória da taxa para os próximos meses

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

De volta à Terra: Ibovespa tenta manter boa sequência na Super Quarta dos bancos centrais

19 de março de 2025 - 8:35

Em momentos diferentes, Copom e Fed decidem hoje os rumos das taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos

TOUROS E URSOS #215

Até onde vai a alta da Selic — e como investir nesse cenário? Analista vê juros de até 15,5% e faz recomendações de investimentos

18 de março de 2025 - 13:51

No episódio da semana do Touros e Ursos, Lais Costa, da Empiricus Research, fala sobre o que esperar da política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, após a Super Quarta

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar