Argentina ainda tenta ganhar fôlego com pacote do FMI
Mesmo com auxílio do FMI e mudanças no BC argentino, analistas ainda indicam que situação é “delicada” no país
A Argentina ainda tenta ganhar fôlego para começar a sair da crise. A revisão do acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), mudanças no comando do Banco Central com posterior ajuste na política monetária do país conseguiram deram um alívio aos mercados por lá nos últimos dias.
Analistas consideram que Buenos Aires tem dado sinalizações positivas, mas alertam sobre como o quadro ainda é delicado e não estão descartam novos sobressaltos, enquanto o governo de Mauricio Macri tenta conduzir um ajuste ambicioso nas contas públicas, em um quadro de recessão, inflação e desemprego.
“Obviamente, o programa oficial agora é muito mais consistente”, considera o economista Ramiro Castiñera, da consultoria Econométrica. Segundo ele, a meta de déficit zero e emissão monetária zero mostra uma coordenação melhor das autoridades, faltando agora o governo conseguir cumprir, de fato, o objetivo de equilibrar as contas primárias.
Crise de confiança
A Argentina enfrentou meses de estresse, sobretudo no câmbio, com investidores temerosos sobre os déficits externo e fiscal com a trajetória da dívida no país. No poder desde 2015, o presidente Mauricio Macri tentava levar adiante sua plataforma de ajuste gradual nas contas, sem sufocar a economia. A piora no quadro internacional e a uma crise de confiança de investidores, porém, tornaram a tarefa mais delicada. Em junho, Macri fechou um empréstimo emergencial de US$ 50 bilhões com o FMI para tentar acalmar a situação. Não foi o suficiente e o peso continuou sob forte depreciação. Com isso, Buenos Aires recorreu novamente ao FMI e conseguiu elevar o montante do resgate para US$ 57,1 bilhões.
O quadro da Argentina, portanto, é bastante delicado. Mesmo que o ajuste seja bem-sucedido, o país enfrentará meses difíceis, com contração econômica, em um cenário de desemprego alto, greves contra o acordo com o FMI e aumento da pobreza. O descontentamento popular pode ainda ser expresso nas urnas em outubro de 2019, quando o país terá eleição presidencial.
“Os efeitos colaterais do aperto monetário sobre a atividade (e o seu impacto sobre o fiscal e o humor social às vésperas da eleição) são o maior risco de curto prazo” do pacote do governo e do banco central, opina Sebastian Rondeau, analista do Bank of America Merril Lynch.
Leia Também
*Com Estadão Conteúdo
A Argentina dos sonhos está (ainda) mais perto? Dólar dá uma trégua e inflação de outubro é a menor em três anos
Por lá, a taxa seguiu em desaceleração em outubro, chegando a 2,7% em base mensal — essa não é apenas a variação mais baixa até agora em 2024, mas também é o menor patamar desde novembro de 2021
Trump, Milei e Musk juntos: o encontro do trio está mais próximo do que você pensa
O presidente argentino será o primeiro líder a ser recebido pelo republicano; saiba quando eles vão se reunir e onde
Rodolfo Amstalden: Lula terá uma única e última chance para as eleições de 2026
Se Lula está realmente interessado em se reeleger em 2026, ou em se aposentar com louvor e construir Haddad como sucessor, suspeito que sua única chance seja a de recuperar nossa âncora fiscal
Recado de Lula para Trump, Europa de cabelo em pé e China de poucas palavras: a reação internacional à vitória do republicano nos EUA
Embora a maioria dos líderes estejam preocupados com o segundo mandato de Trump, há quem tenha comemorado a vitória do republicano
Felipe Miranda: O Brasil vai virar a Argentina?
Em conversas raras que acontecem sempre, escuto de grandes investidores: “nós não olhamos para o macro. Somos buffettianos e, portanto, só olhamos para o micro das empresas.”
Tudo incerto, nada resolvido: Bolsas internacionais amanhecem no vermelho e dificultam a vida do Ibovespa em dia de agenda vazia
Fora alguns balanços e o Livro Bege do Fed, investidores terão poucas referências em dia de aversão ao risco lá fora
FMI eleva projeção de crescimento do Brasil neste ano, mas corta estimativa para 2025; veja os números
Projeções do FMI aparecem na atualização de outubro do relatório Perspectiva Econômica Mundial (WEO, na sigla em inglês), divulgado hoje
Agenda fraca deixa Ibovespa a reboque de Wall Street, mas isso não espanta a possibilidade de fortes emoções na bolsa
Andamento da temporada de balanços nos EUA e perspectivas para o rumo dos juros pesam sobre as bolsas em Nova York
Vale virar a chavinha? Em dia de agenda fraca, Ibovespa repercute PIB da China, balanços nos EUA e dirigentes do Fed
PIB da China veio melhor do que se esperava, assim como dados de vendas no varejo e produção industrial da segunda maior economia do mundo
Inteligência artificial pode alavancar crescimento global, mas não é bala de prata; veja o que mais deveria ser feito, segundo a diretora do FMI
Antecipando-se às reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional na semana que vem, Kristalina Georgieva falou da necessidade de regular a IA, fazer reformas e ter cautela com a dívida pública
O que divide o brasileiro de verdade: Ibovespa reage a decisão de juros do BCE e dados dos EUA em dia de agenda fraca por aqui
Expectativa com o PIB da China e novas medidas contra crise imobiliária na segunda maior economia do mundo também mexem com mercados
Os modelos estão errados? FMI lança alerta para que bancos centrais aprimorem mecanismos de combate à inflação
Estudo integra o relatório de perspectiva econômica mundial do FMI, que será publicado na próxima semana como parte das reuniões anuais do organismo
Depois de empate com sabor de vitória, Ibovespa reage à Vale em meio a aversão ao risco no exterior
Investidores repercutem relatório de produção da Vale em dia de vencimento de futuro de Ibovespa, o que tende a provocar volatilidade na bolsa
Rússia quer se livrar do dólar e lança documento para criar criptomoeda comum aos BRICS — e critica forma como FMI trata emergentes
Alguns problemas impedem o lançamento de uma CBDC que englobe todo o bloco e os detalhes você confere a seguir
Sinais de mais estímulos à economia animam bolsas da China, mas índices internacionais oscilam de olho nos balanços
Enquanto isso, os investidores aguardam o relatório de produção da Vale (VALE3) enquanto a sede da B3, a cidade de São Paulo, segue no escuro
Agenda econômica: Inflação é destaque no Brasil, EUA e China, com ata do Fed e PIB do Reino Unido no radar
Além de dados de inflação, as atenções dos mercados financeiros se voltam para o fluxo cambial do Brasil e a balança comercial dos EUA e Reino Unido
Sob pressão: Bolsas internacionais amanhecem no vermelho, mas alta do petróleo continua e pode ajudar o Ibovespa
Vitória do governo no STF em relação a resíduos tributários do Programa Reintegra também pode repercutir no Ibovespa hoje
Javier Milei vai extinguir a Casa da Moeda e outras cinco instituições — será o fim do peso argentino?
Além da Casa da Moeda, o governo argentino pretende fechar outros “quatro ou cinco” órgãos públicos, mas não deu maiores detalhes sobre quais seriam
Em Nova York, Javier Milei promete eliminar controle cambial na Argentina — e abre brecha para um ataque especulativo contra o peso
Conforme o jornal Ámbito Financeiro, Milei argumentou que o cepo cambial poderá ser reduzido “sem nenhum problema” assim que a inflação induzida por capitais cair
Milei bebeu do próprio veneno: Argentina corta tarifa que o próprio governo aumentou na tentativa de brecar os preços
O ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, anunciou nesta quarta-feira (28) que a alíquota foi reduzida de 17,5% para 7,5%