A estreia da Arco na Nasdaq
Papel da empresa subiu 34% ontem, para US$ 23,50; grupo de conteúdo e serviços de ensino é avaliada em US$ 1,2 bilhão (R$ 4,8 bilhões)
Após captar US$ 194,5 milhões (cerca de R$ 780 milhões) na bolsa americana Nasdaq, a cearense Arco Educação, grupo de conteúdo e serviços de ensino, quer ampliar o ritmo de crescimento dos negócios, com investimentos em tecnologia e novos produtos.
A estratégia pode incluir aquisições. Dona da plataforma SAS Sistema de Ensino e da International School, sistema de ensino bilíngue, a companhia vê espaço para aumento de participação de mercado, hoje em cerca de 5%, considerando os 8 milhões de alunos do ensino básico privado no Brasil.
Com o preço de US$ 17,50 definido para o início das negociações, o valor da empresa ficou em US$ 850 milhões (R$ 3,4 bilhões). Porém, após o papel subir 34% ontem, para US$ 23,50, o negócio ficou avaliado em US$ 1,2 bilhão (R$ 4,8 bilhões).
Não é a primeira
Essa é a segunda abertura de capital de uma empresa brasileira fora do Brasil em 2018. Em janeiro, a empresa de “maquininhas” PagSeguro, do UOL, fez seu IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) na Bolsa de Nova York, girando mais de R$ 7 bilhões. A Stone, que concorre com Cielo, Rede e a própria PagSeguro, também mira uma abertura de capital em solo americano até o fim do ano.
A Arco, que faturou R$ 195,1 milhões no primeiro semestre deste ano, 43% mais do que no mesmo período de 2017, diz que há bastante espaço para expansão no setor de educação básica privada no País. “Temos um oceano azul de oportunidades”, afirmou o presidente da Arco Educação, Ari de Sá Neto, em entrevista ao Estadão/Broadcast, lembrando que os pais brasileiros investem cada vez mais na educação dos filhos.
A Arco estreou na Nasdaq depois de vender mais de 11 milhões de ações e de observar uma elevada demanda entre os investidores estrangeiros. A oferta inicial de ações foi 100% primária, ou seja, todos os recursos provenientes da emissão vão direto ao caixa da companhia.
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Além da família Ari de Sá, que é detentora de colégios no Ceará, a empresa tem como sócio o fundo de private equity General Atlantic há quatro anos, com 25% do capital, considerados os números de antes da abertura de capital. “Atraímos investidores da qualidade para a empresa, que têm foco no longo prazo e são especializados em tecnologia, que trarão conhecimento para a empresa”, disse Sá Neto. Segundo o executivo, a ideia foi, desde o princípio, realizar uma oferta nos Estados Unidos.
Oportunidade
O perfil do investidor estrangeiro, de longo prazo, ajudou a companhia a abrir seu capital a apenas duas semanas das eleições presidenciais no Brasil, fator que tem contribuído para a volatilidade no mercado brasileiro e deixado a Bolsa paulista parada.
“Para esse investidor (de longo prazo), a volatilidade de curto prazo não preocupa. No fim do dia, a aposta é na empresa, nos produtos, no crescimento. O modelo de negócio é forte e nos últimos anos conseguimos crescer muito, mesmo no período de recessão”, frisou.
Os bancos coordenadores da oferta foram Goldman Sachs, Morgan Stanley, Itaú BBA, Bank of America Merrill Lynch, BTG Pactual, UBS e Allen & Co.
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