Super Quarta-feira
Decisão de juros do Fed e do Copom, entrevista de Powell, dados da ADP sobre emprego e PIB dos EUA recheiam a agenda econômica do dia

A “Super Quarta-feira” deve ser marcada pela cautela no mercado financeiro, com os investidores em compasso de espera pelas decisões do Federal Reserve (Fed), às 15h, e do Comitê de Política Monetária (Copom), no fim do dia. Em ambos os casos, espera-se manutenção no ritmo de corte dos juros, com suas respectivas taxas caindo pela terceira reunião seguida, o que desloca as expectativas para os próximos passos.
Afinal, é grande a chance de o processo de afrouxamento monetário chegar ao fim - ao menos nos Estados Unidos. Por lá, as apostas são de que, após dar início a um “ciclo preventivo”, visando atenuar o impacto da guerra comercial na atividade, o Fed deve adotar a postura de “esperar para ver” como a economia norte-americana irá reagir aos estímulos já lançados.
Com isso, as chances de não haver alterações na política monetária dos EUA em dezembro são grandes, mas o ciclo de cortes pode ser retomado no ano que vem. Qualquer sinalização contrária a esse consenso deve agitar os ativos globais. Por isso, os investidores estarão atentos às palavras no comunicado que acompanhará a decisão do Fed, bem como durante a entrevista coletiva do presidente Jerome Powell, às 15h30.
À espera desses eventos, os mercados internacionais flutuam ao redor da estabilidade, com os investidores não encontrando forças para renovar o ímpeto e estender o recente rali dos ativos de risco. Os índices futuros das bolsas de Nova York estão na linha d’água, com um ligeiro viés negativo, o que pressiona a abertura do pregão europeu, em meio à divulgação de uma série de balanços. Na Ásia, as principais bolsas também fecharam no vermelho.
Já o dólar e os títulos norte-americanos estão de lado, enquanto o petróleo cai e o ouro oscila. Os investidores também acompanham as regras estabelecidas pelos democratas da Câmara dos Representantes para a investigação em torno do processo de impeachment contra o presidente norte-americano Donald Trump, que deve se tornar pública.
Além disso, ao mesmo tempo em que autoridades dos EUA têm se empenhado em anunciar nos últimos dias o progresso nas negociações comerciais com a China, Washington afirma que um acordo referente à primeira fase pode não estar pronto para ser assinado durante a cúpula no Chile no mês que vem. Pequim, por sua vez, acusa os EUA de “bullying” comercial, por sugerir a proibição de equipamentos de telecomunicações chineses nas redes norte-americanas.
Leia Também
Donald Trump: um breve balanço do caos
Aqui entre Copom e Bolsonaro
Diante dessa sinalização indefinida vinda do exterior, os mercados domésticos devem redobrar a cautela, à espera de pistas do Copom. Apesar do novo corte de 0,50 ponto na Selic, para 5%, ser amplamente esperado, os investidores ponderam quanto mais estímulos devem ser dados pelo BC brasileiro.
A dúvida recai na duração do ciclo de cortes e no nível da taxa básica de juros ao final do processo, com muitos vendo uma extensão até a taxa alcançar 4% - ou menos - já no início de 2020. Essa incerteza deve permear os negócios locais ao longo do dia, uma vez que a decisão do Copom será conhecida apenas por volta das 18h.
Com isso, a reação à decisão e ao comunicado do Copom fica adiada para amanhã. Enquanto aguardam, os negócios locais também podem medir a repercussão de reportagem da TV Globo que citou o presidente Jair Bolsonaro nas investigações da morte da vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.
Segundo o Jornal Nacional, registros da portaria do condomínio onde moram o principal suspeito de ter cometido as execuções e também o presidente mostram que, o outro suspeito do crime, Élcio de Queiroz, entrou no local dizendo que iria à casa do então deputado Bolsonaro. Élcio, porém, foi à casa onde morava Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle e Anderson.
O agora presidente nega que alguém na sua casa tenha autorizado a entrada. Além disso, registros de presença mostram que o deputado estava em Brasília no dia, e não no Rio. Investigadores estão recuperando os arquivos de áudio da guarita para saber com quem, de fato, o porteiro conversou. A citação do nome do presidente no caso torna obrigatório que a Corte Suprema (STF) analise o caso, o que tende a gerar maior apreensão.
Dia de agenda cheia
O radar dos mercados domésticos também tende a seguir no exterior, já que a agenda econômica também reserva uma série de indicadores de peso nos EUA. O destaque fica com o relatório da ADP sobre a criação de postos de trabalho no setor privado norte-americano em outubro, às 9h15.
Os números são tidos como uma prévia para os dados oficiais (payroll), na sexta-feira, sendo que ambos devem sentir o impacto da greve na montadora GM. Também merecem atenção os dados preliminares do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no terceiro trimestre deste ano, às 9h30.
Os números devem refletir a escalada da tensão comercial com a China em agosto, seguida do arrefecimento da disputa, o que tende a provocar uma ligeira desaceleração da atividade, a 1,6%, no período de julho a setembro. Ainda no calendário do dia nos EUA, saem os estoques semanais de petróleo bruto e derivados no país (11h30).
Já no Brasil, às 8h, será conhecida mais uma sondagem, desta vez sobre a confiança no setor de serviços. No mesmo horário, sai o resultado de outubro do IGP-M, que deve voltar a subir, após a tendência de queda nos meses anteriores.
Na temporada doméstica de balanços, destaques para os resultados de Santander, Lojas Americanas, Pão de Açúcar, B2W e Gerdau. No eixo Europa-Ásia, saem o índice de confiança do consumidor na zona do euro em outubro, logo cedo, e os índices PMI sobre a atividade dos setores industrial e de serviços na China em outubro, à noite.
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Acabou para a China? A previsão que coloca a segunda maior economia do mundo em alerta
Xi Jinping resolveu adotar uma postura de esperar para ver os efeitos das trocas de tarifas lideradas pelos EUA, mas o risco dessa abordagem é real, segundo Gavekal Dragonomics
Desaprovação a Lula cai para 50,1%, mas é o suficiente para vencer Bolsonaro ou Tarcísio? Atlas Intel responde
Os dados de abril são os primeiros da série temporal que mostra uma reversão na tendência de alta na desaprovação e queda na aprovação que vinha sendo registrada desde abril de 2024
Huawei planeja lançar novo processador de inteligência artificial para bater de frente com Nvidia (NVDC34)
Segundo o Wall Street Journal, a Huawei vai começar os testes do seu processador de inteligência artificial mais potente, o Ascend 910D, para substituir produtos de ponta da Nvidia no mercado chinês
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Prio (PRIO3): Conheça a ação com rendimento mais atrativo no setor de petróleo, segundo o Bradesco BBI
Destaque da Prio foi mantido pelo banco apesar da revisão para baixo do preço-alvo das ações da petroleira.
Negociação grupada: Automob (AMOB3) aprova grupamento de ações na proporção 50:1
Com a mudança na negociação de seus papéis, Automob busca reduzir a volatilidade de suas ações negociadas na Bolsa brasileira
Evasão estrangeira: Fluxo de capital externo para B3 reverte após tarifaço e já é negativo no ano
Conforme dados da B3, fluxo de capital externo no mercado brasileiro está negativo em R$ 242,979 milhões no ano.
Smart Fit (SMFT3) entra na dieta dos investidores institucionais e é a ação preferida do varejo, diz a XP
Lojas Renner e C&A também tiveram destaque entre as escolhas, com vestuário de baixa e média renda registrando algum otimismo em relação ao primeiro trimestre
Ação da Azul (AZUL4) cai mais de 30% em 2 dias e fecha semana a R$ 1,95; saiba o que mexe com a aérea
No radar do mercado está o resultado da oferta pública de ações preferenciais (follow-on) da companhia, mais um avanço no processo de reestruturação financeira
Se errei, não erro mais: Google volta com o conversor de real para outras moedas e adiciona recursos de segurança para ter mais precisão nas cotações
A ferramenta do Google ficou quatro meses fora do ar, depois de episódios nos quais o conversor mostrou a cotação do real bastante superior à realidade
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
E agora, Trump? A cutucada da China que pode reacender a guerra comercial
Em meio à sinalização do presidente norte-americano de que uma trégua está próxima, é Pequim que estica as cordas do conflito tarifário dessa vez
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo
Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles
Por que o ouro se tornou o porto seguro preferido dos investidores ante a liquidação dos títulos do Tesouro americano e do dólar?
Perda de credibilidade dos ativos americanos e proteção contra a inflação levam o ouro a se destacar neste início de ano
Fim da linha para o dólar? Moeda ainda tem muito a cair, diz economista-chefe do Goldman Sachs
Desvalorização pode vir da relutância dos investidores em se exporem a investimentos dos EUA diante da guerra comercial com a China e das incertezas tarifárias, segundo Jan Hatzius
Lucro líquido da Usiminas (USIM5) sobe 9 vezes no 1T25; então por que as ações chegaram a cair 6% hoje?
Empresa entregou bons resultados, com receita maior, margens melhores e lucro alto, mas a dívida disparou 46% e não agradou investidores que veem juros altos como um detrator para os resultados futuros
CCR agora é Motiva (MOTV3): empresa troca de nome e de ticker na bolsa e anuncia pagamento de R$ 320 milhões em dividendos
Novo código e nome passam a valer na B3 a partir de 2 de maio