Duelo de gigantes rouba a cena no G20
Guerra comercial entre EUA e China concentra atenção do mercado financeiro global, que espera algum progresso nas negociações ou nenhuma escalada da tensão
O mês de junho chega ao fim com o mercado financeiro querendo saber o que esperar para a segunda metade de 2019. Já que a definição sobre a reforma da Previdência na Câmara ficou adiada para o próximo trimestre, que começa na semana que vem, a expectativa dos investidores recai, agora, em torno da guerra comercial entre Estados Unidos e China.
Os negócios globais devem optar pela cautela, já que o encontro entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping acontece amanhã à tarde (11h30 no horário de Brasília) e os investidores só vão repercutir o desfecho na próxima segunda-feira. Em geral, os mercados estão esperando algum progresso nas negociações ou nenhuma escalada da tensão.
Mas o sentimento em torno do G20 alterna altos e baixos. Ora prevalece um otimismo cauteloso, com apostas de que Trump e Xi devem alcançar um acordo no Japão e encerrar a disputa tarifária. Ou, no mínimo, terem um encontro produtivo. Ora se sobrepõe um pessimismo moderado, com a lembrança de que a guerra vai além da questão do comércio.
Como já dito aqui, o conflito entre as duas maiores economias do mundo está longe de ser apenas sobre a troca de bens e serviços e os saldos da balança comercial. Recentemente, a Trade War ganhou contornos de uma Tech War, em uma briga de gigantes pela hegemonia da tecnologia 5G, com a Huawei no centro da disputa.
Temas como influência geopolítica, hegemonia global e soberania nacional também se misturam ao duelo. Os EUA sabem que estão enfrentando um grande rival estratégico, ao passo que os chineses têm consciência do preço que se paga quando se fica de joelhos para potências estrangeiras.
Ainda mais diante de um líder tão volúvel quanto Trump. Parte do receio de Pequim em negociar com Washington é que, uma vez acertado o acordo, o presidente norte-americano mude de ideia e desfaça qualquer compromisso ou faça novas exigências para garantir os termos alcançados. Por isso, a retirada das tarifas já existentes é condição sine qua non.
Leia Também
Jogador influente
Porém, há outra maneira de se ver esse batalha. Afinal, um dos jogadores é o Federal Reserve, que já se mostrou pronto para agir, caso os riscos ao crescimento econômico dos EUA aumentem, por causa da guerra comercial. E se o Fed decidir contra-atacar, a disputa será entre os investidores pelos ativos mais arriscados - e de maior retorno.
Assim, mesmo se as negociações fracassarem - ou forem retomadas em um ritmo mais lento - a esperada ação coordenada dos principais bancos centrais globais, formando uma onda de afrouxamento global, pode ser construtiva para os mercados no segundo semestre, reduzindo o impacto da desaceleração econômica.
Com isso, o investidor chega com um pé atrás antes do encontro entre Trump e Xi em Osaka, durante a cúpula do G20. À espera do próximo capítulo da guerra comercial, as principais bolsas asiáticas encerraram em queda, com as perdas lideradas por Xangai (-0,60%). As praças europeias não têm uma direção firme, enquanto Nova York sobe.
Ainda assim, no último dia de negociação do mês e do trimestre, as ações globais acumulam valorização expressiva. Nos demais mercados, o rendimento (yield) dos títulos norte-americanos de 10 anos (T-note) estão levemente acima de 2%, ao passo que o dólar perde terreno para as moedas rivais. Já o petróleo recua, enquanto o ouro avança.
Previdência adiada
Outra queda de braço que o mercado financeiro acompanha está em Brasília. Os investidores receberam mal a notícia de que a leitura do novo relatório da reforma da Previdência ficou para a semana que vem, adiando a votação na comissão especial e colocando em xeque a aprovação na Câmara antes do recesso parlamentar.
Contudo, os principais atores da negociação entre governo e Congresso atuaram para manter as expectativas elevadas, acenando com a possibilidade de apreciação da matéria antes do dia 18 de julho. Os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, além do ministro da Economia, Paulo Guedes, pareciam agir em conjunto.
Ainda existe resistência dentro do Centrão e também por parte dos governadores sobre pontos delicados da proposta. Mas a data limite de negociação para tentar chegar a um denominador comum é a próxima terça-feira, quando deve, então, ser lido o voto complementar do relator, Samuel Moreira, com ajustes no parecer.
A ideia, segundo Maia, é resolver a etapa da reforma na comissão especial da Câmara na semana que vem, abrindo caminho para a votação da matéria, em dois turnos, no plenário da Casa na semana seguinte. Com isso, os deputados passariam as duas últimas semanas de trabalho debatendo (e votando) a proposta de novas regras para aposentadoria.
Mais um dia de agenda cheia
A agenda econômica mantém a tônica dos últimos dias e segue carregada nesta sexta-feira. No Brasil, destaque para a taxa de desemprego (9h), que deve registrar a segunda queda consecutiva, mas seguir acima de 12% no dado atualizado até maio, com mais de 13 milhões de pessoas desocupadas.
Antes, sai o índice de confiança do empresário no setor de serviços em junho (8h) e, depois, é a vez dos dados do Banco Central sobre as contas públicas. Já nos EUA, merecem atenção os dados sobre a renda pessoal e os gastos com consumo em maio (9h30), além da leitura final deste mês da confiança do consumidor norte-americano (11h).
Mais uma vitória para os irmãos Batista: Justiça derruba decisão que favorecia o “rei do gás” e valida compra de usinas pela Âmbar
O presidente do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região validou os contratos de usinas termelétricas da Eletrobras compradas pela Âmbar em meados de 2024 por R$ 4,7 bilhões
Ações da Petz (PETZ3) saltam quase 9% com expectativa renovada de aval do Cade para fusão com a Cobasi
No fim de semana, o noticiário foi dominado por rumores de que a aprovação do Cade para a combinação de negócios das gigantes do mercado pet está próxima de sair do papel
BTG Pactual (BPAC11) pode saltar 40% em 2025 e ainda pagar bons dividendos, diz JP Morgan — mas há outros bancos na mira dos analistas
BTG e outro gigante do setor bancário são escolhas populares entre os investidores, que hoje preferem ações com rendimentos elevados com proventos ou com menor risco de queda de lucros
Tem certeza que nada presta? Ibovespa tenta recuperação em meio a dados fortes na China, prévia do PIB e inflação nos EUA
Além da agenda de indicadores, mercado já se prepara para o início da temporada de balanços nos Estados Unidos
Agenda econômica: prévia do PIB no Brasil e Livro Bege nos EUA são destaques da semana
Os investidores ainda acompanham a divulgação do PIB da China e dados de inflação no Reino Unido e EUA
Weg (WEGE3): fábrica de bilionários da B3 segue cobiçada pelos tubarões da Faria Lima e é uma das apostas da AZ Quest em ações para 2025
Em entrevista ao Seu Dinheiro, o gestor de renda variável Welliam Wang alertou para ano turbulento na bolsa brasileira — e revela quais ações estão na carteira da gestora
Até 52% em dividendos: estas 4 ações ‘desconhecidas’ pagaram mais que a Petrobras (PETR4) em 2024; saiba se elas podem repetir a dose neste ano
Ranking da Quantum Finance destaca empresas que não aparecem tanto no noticiário financeiro; descubra como elas renderam dividendos tão expressivos aos acionistas
O tombo das bolsas ao redor do mundo: por que o dado de emprego dos EUA fez as ações caírem, o dólar disparar e o mercado de dívida renovar máxima
Enquanto os investidores se reposicionam sobre o número de corte de juros pelo Fed este ano, já tem bancão dizendo que a autoridade monetária vai olhar para outro lugar
Nos holofotes dos investidores: Brava Energia (BRAV3) avança na estratégia de desinvestimento e anuncia novos interessados nos ativos onshore
Segundo o fato relevante enviado à CVM, a companhia deve analisar as propostas “dentro do seu fluxo de governança corporativa”
Prometeu e cumpriu: Aura (AURA33) atinge guidance anual e mostra números de produção do 4T24; BDRs sobem 5% na B3
A mineradora canadense superou o guidance anual em duas das quatro minas operacionais; produção do 4T24 manteve-se estável
Investidores na dieta “low-carb”: Ações da Camil (CAML3) desabam 11% na B3 com balanço magro e derrocada de 69% do lucro líquido
O mau humor acompanha a divulgação de um resultado amargo no terceiro trimestre fiscal de 2024, com queda significativa nos indicadores de lucratividade
Não é hora de desistir das ações: Bancão revela cinco empresas que podem tirar vantagem dos tempos incertos na bolsa brasileira
Para o Bradesco BBI, essas companhias têm “alavancas de autoajuda” frequentemente subestimadas que podem ajudá-las a tirar proveito das preocupações macroeconômicas
Anatomia de uma fraude: Ibovespa aguarda IPCA e payroll nos EUA enquanto escândalo da Americanas completa 2 anos
Ibovespa acumula alta de pouco mais de 1% na primeira semana cheia de janeiro, mas resultado final dependerá dos indicadores previstos para hoje
Feliz 2025? Só para quem tiver paciência para aproveitar excelentes oportunidades na bolsa
O investidor que tem foco no longo prazo entende que estamos em uma janela rara, com ações de muita qualidade negociando por múltiplos baixíssimos
Dois anos da fraude na Americanas (AMER3): queda de 99,5% das ações, retomada do lucro e punições a executivos. O que aconteceu com a varejista e como ficam os acionistas agora?
Foi em 11 de janeiro de 2023 que o mercado se deparou pela primeira vez com as notícias de inconsistências contábeis na varejista. Veja o que mudou desde então
Mineradoras x siderúrgicas: escolha do Bradesco BBI derruba Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5) na bolsa — saiba qual é a única ação que o banco recomenda comprar agora
No dia anterior, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou um acordo entre a Gerdau e o Cade
‘Ter moeda e ativos fortes não é especulação, é legítima defesa’, diz TAG Investimentos; veja as recomendações da gestora para 2025
Em carta mensal, gestora prevê Selic terminal a 17% e forte desaceleração do crescimento econômico brasileiro e diz que as taxas de juros dos Estados Unidos seguirão definindo o destino dos ativos globais
Vai ficar só na ameaça? Ibovespa busca recuperação, mas feriado em Wall Street drena liquidez
Ibovespa tenta reaver a marca dos 120 mil pontos enquanto EUA se fecham em luto para o funeral de Jimmy Carter
WEG (WEGE3) imune ao apocalipse da bolsa? BofA corta preço-alvo de ações de transporte e bens de capital — e só três papéis escapam
A Weg foi uma das poucas ações dos setores de transporte e bens de capital a escapar da revisão negativa de preços-alvo pelo Bank of America; veja as expectativas dos analistas
A montanha-russa da bolsa: Ibovespa sob pressão, dólar em alta e Treasury na máxima — tudo o que mexeu com os mercados hoje
Aqui, o Ibovespa chegou a ter apenas seis dos 87 componentes da carteira teórica em alta; lá fora, o yield (rendimento) dos títulos do Tesouro norte-americano de 20 anos passaram de 5% pela primeira vez desde 2023