🔴 QUER INVESTIR NAS MELHORES CRIPTOMOEDAS DO MOMENTO? SAIBA COMO CLICANDO AQUI

Olivia Bulla

Olivia Bulla

Olívia Bulla é jornalista, formada pela PUC Minas, e especialista em mercado financeiro e Economia, com mais de 10 anos de experiência e longa passagem pela Agência Estado/Broadcast. É mestre em Comunicação pela ECA-USP e tem conhecimento avançado em mandarim (chinês simplificado).

A Bula do Mercado

Mercado olha para o exterior

Incertezas econômicas e pressão sobre emergentes levam Ibovespa abaixo dos 100 mil pontos e dólar acima de R$ 4,00, deslocando foco local para o exterior

Olivia Bulla
Olivia Bulla
21 de agosto de 2019
5:38 - atualizado às 6:22
A ver, então, como o mercado irá reagir à injeção de dinheiro vivo pelo BC a partir de hoje

Depois de passar o primeiro semestre mais atento a questões internas, como a reforma da Previdência, o mercado financeiro doméstico se deu conta que a queda do Ibovespa para abaixo dos 100 mil pontos e a alta do dólar para além de R$ 4,00 são explicados por movimentos globais, diante das incertezas econômicas. Por isso, hoje, os investidores ficarão mais atentos ao exterior.

Afinal, esta quarta-feira é dia de divulgação da ata da reunião do Federal Reserve (15h) no mês passado, quando a taxa de juros nos Estados Unidos sofreu um “ajuste de meio de ciclo” e caiu 0,25 ponto. Os investidores devem buscar no documento os motivos que levaram ao “corte preventivo”, bem como pistas sobre o que poderia justificar quedas adicionais. Mas a expectativa maior está na fala do presidente Jerome Powell em Jackson Hole, na sexta-feira, quando pode manter o tom de ajuste ou prometer mais cortes, em meio a pressão e críticas de Donald Trump.

Por ora, o mercado financeiro confia em uma ação coordenada dos principais bancos centrais para atenuar os riscos à economia global vindos da guerra comercial entre Estados Unidos e China. Para os investidores, se os BCs lançarem mão de uma nova rodada de estímulos monetários, cortando os juros e injetando liquidez, o colapso dos negócios (e da atividade) pode ser evitado.

Contudo, integrantes do Fed - entre eles, o próprio Powell - têm mostrado reticências quanto à necessidade de adotar mais estímulos, diante da robustez da economia norte-americana, que segue crescendo, sem gerar inflação e com um mercado de trabalho sólido. Ou seja, os investidores esperam que Powell sinalize que o Fed está prestes a embarcar em uma onda revigorada de afrouxamento monetário, mas os dados dos EUA simplesmente não justificam a necessidade de um ciclo agressivo de flexibilização.

Vaivém

Diante desse cenário errático, os investidores acabam elevando a volatilidade nos mercados. Afinal, uma hora parece haver trégua entre as duas maiores economias do mundo, em outra, a tensão aumenta. Da mesma forma, em um momento espera-se que o Fed reduza os juros norte-americanos, mas, depois, surgem dúvidas. Há ainda as incertezas sobre a desaceleração global.

Essa indefinição faz o mercado alternar momentos, sem saber que rumo tomar. A sessão hoje na Ásia, por exemplo, foi mista, com as bolsas chinesas devolvendo parte da alta, mas flutuaram no campo positivo, enquanto Tóquio caiu. Nas praças emergentes, Cingapura, Malásia e Indonésia tiveram perdas, enquanto na Oceania, a Bolsa de Sydney recuou 1%.

Leia Também

Já no Ocidente, os índices futuros das bolsas de Nova York exibem ganhos, sinalizando uma sessão de recuperação para o dia, após a queda de ontem em Wall Street, que interrompeu uma sequência de alta do S&P 500. Na Europa, além das questões externas, as bolsas também estão atentas à situação na Itália.

Após a renúncia do primeiro-ministro, Giuseppe Conte, ontem, a expectativa é de que o presidente italiano, Sergio Mattarella, decida realizar novas eleições no país. A Bolsa de Milão subia mais de 1%, logo cedo, liderando os ganhos no velho continente. Nos demais mercados, o petróleo avança, antes dos dados semanais dos estoques nos EUA (11h30). O dólar, por sua vez, tem poucas variações, enquanto o ouro cai.

Local sob pressão

A blindagem do mercado doméstico das incertezas externas perdeu resistência. Agora, o temor dos investidores de que o Fed não chancele o tão esperado corte de juros na próxima reunião, em setembro, combinado com a crise na vizinha Argentina reduz o apetite pelo risco em países emergentes, sendo que os ativos brasileiros são um prato cheio para essas saídas.

Os dados atualizados do Banco Central sobre o fluxo cambial (14h30) até meados deste mês devem refletir a retirada de recursos estrangeiros do país - evidenciada, principalmente, pelo saldo negativo de capital externo na Bolsa brasileira (mercado secundário), que já supera R$ 20 bilhões, com os investidores locais e institucionais abrindo a porta para os “gringos”.

Esse players locais se apoiavam no andamento da proposta de novas regras para aposentadoria para sustentar um rali do Ibovespa, relegando a importância do investidor estrangeiro. A diminuição do prêmio de risco na curva de juros futuros também ajudou no movimento. O dólar, porém, sempre mostrou-se mais sensível ao exterior.

Ou seja, enquanto os fundos e gestores nacionais, além dos investidores pessoa física, se beneficiaram de um primeiro semestre de otimismo local e global; agora, o mercado doméstico sofre com os efeitos contrários desse sentimento mundo afora, potencializado aqui pela ausência de um gatilho local capaz de blindar os negócios - já que a Previdência saiu de cena - e pelo frágil desempenho da economia brasileira, que pode ter voltado à recessão.

Aos poucos, então, os investidores vão percebendo que a indicação do BC de renovar o piso histórico da Selic até dezembro, após o corte de 0,50 ponto (pp) no mês passado, é porque os sinais dados pela atividade são cada vez mais preocupantes. E isso é um “banho de água fria” nas expectativas de lucros mais forte das empresas.

Cabe, portanto, uma correção nos preços. E esse movimento pode ser exacerbado pela intensidade do fluxo negativo nos emergentes, com os ativos brasileiros sofrendo mais por causa da liquidez maior, em meio ao receio de recessão global por causa da disputa entre EUA e China. Aliás, os sinais emitidos pela inversão da curva de juros não podem ser ignorados...

Dólar a R$ 4,00

A redução de posição em ativos emergentes, por causa do ambiente de maior aversão ao risco, levou a uma desvalorização do real que incitou uma atuação ousada do Banco Central. De hoje até a quinta-feira da semana que vem (dia 29), a autoridade monetária irá oferecer dólares da reserva internacional, no total de US$ 3,8 bilhões.

A operação será feita via leilões diários no mercado à vista, que serão realizados de forma simultânea à oferta, no mesmo montante, de swaps cambiais reversos. O anúncio do BC foi feito na noite da quarta-feira passada, mas desde a última sexta-feira o dólar encerrou o pregão cotado acima de R$ 4,00, refletindo, entre outras coisas, a saída de recursos externos do país e a perspectiva de cortes adicionais na Selic.

De qualquer forma, o movimento no mercado doméstico ontem mostrou que não é interessante montar uma posição defensiva (hedge) com a moeda norte-americana nesses níveis. Tanto que os investidores optaram por reduzir a exposição ao risco em ações e taxas, ao invés de comprar dólar. A ver, então, como o mercado irá reagir à injeção de dinheiro vivo pelo BC a partir de hoje.

Caso o Fed e os principais bancos centrais - inclusive o brasileiro - continuem emitindo sinais suaves (“dovish”) para atenuar os impactos da guerra comercial nos ativos globais e nas perspectivas econômicas, o movimento de busca por segurança (fly to quality) pode se dissipar. Do contrário, o desmonte contra emergentes pode seguir seu curso. A conferir.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
IR 2025

Como declarar opções de ações no imposto de renda 2025

18 de abril de 2025 - 7:03

O jeito de declarar opções é bem parecido com o de declarar ações em diversos pontos; as diferenças maiores recaem na forma de calcular o custo de aquisição e os ganhos e prejuízos

DIA 88

Show de ofensas: a pressão total de Donald Trump sobre o Fed e Jerome Powell

17 de abril de 2025 - 19:55

“Terrível”, “devagar” e “muito político” foram algumas das críticas que o presidente norte-americano fez ao chefe do banco central, que ele mesmo escolheu, em defesa do corte de juros imediato

ALÍVIO

Sobrevivendo a Trump: gestores estão mais otimistas com a Brasil e enxergam Ibovespa em 140 mil pontos no fim do ano

17 de abril de 2025 - 17:03

Em pesquisa realizada pelo BTG, gestores aparecem mais animados com o país, mesmo em cenário “perde-perde” com guerra comercial

conteúdo EQI

Dólar volta a recuar com guerra comercial entre Estados Unidos e China, mas ainda é possível buscar lucros com a moeda americana; veja como

17 de abril de 2025 - 10:00

Uma oportunidade ‘garimpada’ pela EQI Investimentos pode ser caminho para diversificar o patrimônio em meio ao cenário desafiador e buscar lucros de até dólar +10% ao ano

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta

17 de abril de 2025 - 8:36

Depois do toma lá dá cá tarifário entre EUA e China, começam a crescer as expectativas de que Xi Jinping e Donald Trump possam iniciar negociações. Resta saber qual telefone irá tocar primeiro.

IR 2025

Como declarar ETF no imposto de renda 2025, seja de ações, criptomoedas ou renda fixa

17 de abril de 2025 - 7:03

Os fundos de índice, conhecidos como ETFs, têm cotas negociadas em bolsa, e podem ser de renda fixa ou renda variável. Veja como informá-los na declaração em cada caso

DRAGÃO À ESPREITA

É hora de aproveitar a sangria dos mercados para investir na China? Guerra tarifária contra os EUA é um risco, mas torneira de estímulos de Xi pode ir longe 

17 de abril de 2025 - 6:12

Parceria entre a B3 e bolsas da China pode estreitar o laço entre os investidores do dois países e permitir uma exposição direta às empresas chinesas que nem os EUA conseguem oferecer; veja quais são as opções para os investidores brasileiros investirem hoje no Gigante Asiático

APERTEM OS CINTOS

Por essa nem o Fed esperava: Powell diz pela primeira vez o que pode acontecer com os EUA após tarifas de Trump

16 de abril de 2025 - 17:34

O presidente do banco central norte-americano reconheceu que foi pego de surpresa com o tarifaço do republicano e admitiu que ninguém sabe lidar com uma guerra comercial desse calibre

GATO ESCALDADO?

Nas entrelinhas: por que a tarifa de 245% dos EUA sobre a China não assustou o mercado dessa vez

16 de abril de 2025 - 14:10

Ainda assim, as bolsas tanto em Nova York como por aqui operaram em baixa — com destaque para o Nasdaq, que recuou mais de 3% pressionado pela Nvidia

MOMENTO DESAFIADOR

EUA aprovam bolsa de valores focada em sustentabilidade, que pode começar a operar em 2026

16 de abril de 2025 - 13:14

A Green Impact Exchange pretende operar em um mercado estimado em US$ 35 trilhões

DESTAQUES DA BOLSA

Ações da Brava Energia (BRAV3) sobem forte e lideram altas do Ibovespa — desta vez, o petróleo não é o único “culpado”

16 de abril de 2025 - 12:40

O desempenho forte acontece em uma sessão positiva para o setor de petróleo, mas a valorização da commodity no exterior não é o principal catalisador das ações BRAV3 hoje

COMPRAR OU VENDER

Correr da Vale ou para a Vale? VALE3 surge entre as maiores baixas do Ibovespa após dado de produção do 1T25; saiba o que fazer com a ação agora

16 de abril de 2025 - 12:24

A mineradora divulgou queda na produção de minério de ferro entre janeiro e março deste ano e o mercado reage mal nesta quarta-feira (16); bancos e corretoras reavaliam recomendação para o papel antes do balanço

HORA DE BATER O MARTELO

Acionistas da Petrobras (PETR4) votam hoje a eleição de novos conselheiros e pagamento de dividendos bilionários. Saiba o que está em jogo

16 de abril de 2025 - 11:44

No centro da disputa pelas oito cadeiras disponíveis no conselho de administração está o governo federal, que tenta manter as posições do chairman Pietro Mendes e da CEO, Magda Chambriard

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta

16 de abril de 2025 - 8:37

Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale

IR 2025

Como declarar ações no imposto de renda 2025

16 de abril de 2025 - 7:37

Declarar ações no imposto de renda não é trivial, e não é na hora de declarar que você deve recolher o imposto sobre o investimento. Felizmente a pessoa física conta com um limite de isenção. Saiba todos os detalhes sobre como declarar a posse, compra, venda, lucros e prejuízos com ações no IR 2025

O PAÍS DA RENDA FIXA

As empresas não querem mais saber da bolsa? Puxada por debêntures, renda fixa domina o mercado com apetite por títulos isentos de IR

15 de abril de 2025 - 14:32

Com Selic elevada e incertezas no horizonte, emissões de ações vão de mal a pior, e companhias preferem captar recursos via dívida — no Brasil e no exterior; CRIs e CRAs, no entanto, veem emissões caírem

JUROS X DIVIDENDOS

Dividendos da Petrobras (PETR4) podem cair junto com o preço do petróleo; é hora de trocar as ações pelos títulos de dívida da estatal?

15 de abril de 2025 - 12:52

Dívida da empresa emitida no exterior oferece juros na faixa dos 6%, em dólar, com opções que podem ser adquiridas em contas internacionais locais

ANTES DA OPA

Península de saída do Atacadão: Família Diniz deixa quadro de acionistas do Carrefour (CRFB3) dias antes de votação sobre OPA

15 de abril de 2025 - 9:29

Após reduzir a fatia que detinha na varejista alimentar ao longo dos últimos meses, a Península decidiu vender de vez toda a participação restante no Atacadão

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça

15 de abril de 2025 - 8:14

Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Do excepcionalismo ao repúdio

14 de abril de 2025 - 19:55

Citando Michael Hartnett, o excepcionalismo norte-americano se transformou em repúdio. O antagonismo nos vocábulos tem sido uma constante: a Goldman Sachs já havia rebatizado as Magníficas Sete, chamando-as de Malévolas Sete

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar