🔴 QUER INVESTIR NAS MELHORES CRIPTOMOEDAS DO MOMENTO? SAIBA COMO CLICANDO AQUI

Olivia Bulla

Olivia Bulla

Olívia Bulla é jornalista, formada pela PUC Minas, e especialista em mercado financeiro e Economia, com mais de 10 anos de experiência e longa passagem pela Agência Estado/Broadcast. É mestre em Comunicação pela ECA-USP e tem conhecimento avançado em mandarim (chinês simplificado).

A Bula do Mercado

Tsunami abala mercados

Paralisação nacional contra cortes na educação e indícios de que o senador Flávio Bolsonaro praticou lavagem de dinheiro elevam o clima de incerteza nos negócios

Olivia Bulla
Olivia Bulla
16 de maio de 2019
5:44 - atualizado às 8:18
No exterior, escalada da tensão comercial entre EUA e China mantém os mercados retraídos

O mercado financeiro doméstico está preocupado com o tsunami que atinge precocemente o governo Bolsonaro, com a paralisação nacional contra cortes na educação assustando os investidores e trazendo à memória os protestos de Junho de 2013 no país. E o clima de incerteza nos negócios locais ganhou um fenômeno a mais, em meio aos indícios de que o senador Flávio Bolsonaro praticou lavagem de dinheiro na compra e venda de imóveis.

Segundo um relatório do Ministério Público (MP), também existem elementos que indicam a prática de uma “organização criminosa” no gabinete do filho do presidente Jair Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), quando Flávio era deputado estadual. Além disso, o senador lucrou mais de R$ 3 milhões com a negociação de 19 imóveis, que teria sido comprados e vendidos para lavar dinheiro. Ele nega as acusações.

Já a primeira grande manifestação nacional enfrentada pelo presidente reuniu multidões de estudantes, professores e funcionários da educação nos 26 estados e no Distrito Federal ontem. O tom dos protestos foi similar em todas as cidades do país, com cartazes e gritos contrários a Bolsonaro e ao ministro da Educação, Abraham Weintraub. No Texas (EUA), o presidente apagou fogo com gasolina, chamando os manifestantes de “idiotas úteis”.

E o receio do mercado financeiro doméstico é de que esse movimento nacional visto ontem se transforme nas manifestações contra o aumento de R$ 0,20 na passagem de transporte público em São Paulo. A sensação é de que os protestos de ontem na capital paulista tiveram um toque das chamadas Jornadas de Junho, preenchendo os dois lados da Av. Paulista pela primeira vez desde o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Busca por proteção

Diante desse noticiário, os investidores deve buscar proteção nos ativos, abrigando-se no dólar, que pode ultrapassar novamente a barreira dos R$ 4,00, enquanto o Ibovespa pode voltar a ser negociado no limiar dos 90 mil pontos. O temor é de agravamento da situação política, minando o apoio do Congresso à reforma da Previdência. É bom lembrar que os ativos locais embutiram nos preços a aprovação das novas regras para aposentadoria.

Além desses fatores externos, a articulação política fraca do governo com o Legislativo desanima os investidores. O desempenho pífio da atividade econômica também incomoda - principalmente os players estrangeiros. O ritmo mais fraco que o esperado põe em xeque as previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019, em meio aos sinais de desaceleração apontados por diversos setores.

Leia Também

Várias instituições financeiras começaram a revisar ainda mais para baixo as estimativas para o crescimento da economia este ano, mas a maioria segue ainda acima de 1%. Aliás, os sinais de fraqueza da atividade mantêm vivas as apostas de que a taxa básica de juros pode voltar a cair em algum momento deste ano.

Mas a valorização do dólar e as projeções da inflação cada vez mais próximas do alvo perseguido pelo Banco Central para este ano e o próximo, em 4,25% e 4,00%, impedem a retomada do ciclo de queda da Selic. Até porque um novo piso histórico do juro básico tende a renovar a pressão de alta da moeda norte-americana, levando-a a níveis inéditos.

Tensão também no exterior

O ambiente externo tampouco está favorável aos ativos de risco, em meio à escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China. O mais recente movimento foi a decisão da Casa Branca de restringir algumas empresas de fazer negócios nos EUA, com o presidente norte-americano, Donald Trump, assinando uma ordem que proíbe o uso de equipamentos de telecomunicações de países considerados “adversários estrangeiros”.

O movimento teve claramente como alvo a Huawei. Para a fabricante chinesa, tal medida apenas irá colocar os EUA para trás quando a tecnologia 5G passar a ser utilizada em larga escala. A Huawei é líder disparada na próxima geração de telecomunicação móvel, que será lançada em breve e visa ampliar as facilitações tecnológicas no dia a dia das pessoas.

Em reação, os índices futuros das bolsas de Nova York amanheceram no vermelho, ao passo que as praças asiáticas tiveram uma sessão mista. Hong Kong ficou de lado, Xangai teve leve alta (+0,6%), enquanto Tóquio caiu 0,6%. As principais bolsas europeias também iniciaram o pregão em queda, apesar do afago de Trump sobre a taxação de veículos fabricados no Velho Continente, em uma estratégia que visa ter a Europa como aliada na disputa contra a China. Já o dólar cai ante o euro e o iene, enquanto o petróleo avança.

Junho ou 2020

A dificuldade de um acordo comercial entre EUA e China existe porque o governo Trump exige mudanças fundamentais na forma como a economia chinesa cresce, fazendo com que Pequim renuncie às ferramentas usadas nas últimas décadas para transformar o país na segunda economia do mundo. E tais mudanças teriam de ser via lei.

Entre outras coisas, os EUA querem que a China facilite o acesso de empresas norte-americanas ao mercado chinês; acabe com a prática de forçar as empresas estrangeiras de compartilhar tecnologia como preço para entrar na China; pare de “roubar” propriedade intelectual estrangeira e interrompa os subsídios às empresas nacionais.

Além do mais, Washington quer que Pequim faça todas essas mudanças com Trump apontando uma faca no pescoço dos chineses, criando ainda um sistema de verificação que dê aos EUA a confiança de que a China está realmente fazendo todas essas coisas. Daí, então, por quê a imprensa estatal invocou um espírito patriótico.

Em meio à escalada da guerra comercial, o presidente chinês Xi Jinping está sob forte pressão política para provar que valem a pena todos os esforços que o partido Comunista está forçando o povo chinês a suportar. A resistência a Washington trata-se de uma questão de soberania e curvar-se aos EUA seria perder a face - algo muito sério na cultura asiática.

Assim, enquanto o mercado financeiro alimenta esperanças de que EUA e China irão alcançar um acordo comercial, durante o encontro de Trump e Xi na cúpula do G-20 no Japão, no fim do mês que vem, não se pode perder de vista que um termo final pode levar mais tempo que o esperado para ser redigido.

Se não houver um progresso significativo em direção a um acordo na reunião em junho, a tendência é de que o conflito se arrasta provavelmente até depois da eleição presidencial dos EUA, em 2020. Afinal, por que a China faria duras concessões a um alguém que pode nem ser presidente por muito mais tempo?

Mas a questão principal é: se a guerra comercial persistir até lá - as eleições norte-americanas são daqui a 18 meses - quanto mais dano colateral pode ser causado na China, nos EUA e na economia mundial? É a essa pergunta que o mercado financeiro busca respostas, com reflexos nos preços dos ativos globais.

Até porque a próxima rodada de tarifas irá sobretaxar em 25% todos os produtos chineses importados pelos EUA. Esses US$ 300 bilhões restantes afetam diretamente os bens que os norte-americanos mais compram - como o iPhone. A tendência, então, é de alta nos preços ao consumidor, agravando o cenário à frente em relação ao visto até agora.

Agenda perde força

A agenda econômica desta quinta-feira perde força, em termos de divulgações relevantes. No Brasil, o calendário do dia traz apenas o primeiro IGP do mês, o IGP-10 (8h). Nos Estados Unidos, saem dados sobre o setor imobiliário e à indústria na Filadélfia, ambos às 9h30, além dos pedidos semanais de seguro-desemprego feitos no país, no mesmo horário.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
TARIFA 'HERDADA'

Batalha naval: navios da China entram na mira das tarifas americanas — mas, dessa vez, não foi Trump que idealizou o novo imposto 

18 de abril de 2025 - 16:45

As autoridades americanas chegaram à conclusão que a China foi agressiva para estabelecer dominância no setor de construção naval

PERCEPÇÃO BRASILEIRA

Guerra comercial de Trump está prejudicando a economia do Brasil? Metade dos brasileiros acredita que sim, diz pesquisa

18 de abril de 2025 - 15:37

A pesquisa também identificou a percepção dos brasileiros sobre a atuação do governo dos Estados Unidos no geral, não apenas em relação às políticas comerciais

RESUMO DA SEMANA

Com ou sem feriado, Trump continua sendo o ‘maestro’ dos mercados: veja como ficaram o Ibovespa, o dólar e as bolsas de NY durante a semana 

18 de abril de 2025 - 11:34

Possível negociação com a China pode trazer alívio para o mercado; recuperação das commodities, especialmente do petróleo, ajudaram a bolsa brasileira, mas VALE3 decepcionou

CONFIANTE COM O FUTURO

‘Indústria de entretenimento sempre foi resiliente’: Netflix não está preocupada com o impacto das tarifas de Trump; empresa reporta 1T25 forte

18 de abril de 2025 - 9:04

Plataforma de streaming quer apostar cada vez mais na publicidade para mitigar os efeitos do crescimento mais lento de assinantes

SEXTOU COM O RUY

Lições da Páscoa: a ação que se valorizou mais de 100% e tem bons motivos para seguir subindo

18 de abril de 2025 - 7:59

O caso que diferencia a compra de uma ação baseada apenas em uma euforia de curto prazo das teses realmente fundamentadas em valuation e qualidade das empresas

IR 2025

Como declarar opções de ações no imposto de renda 2025

18 de abril de 2025 - 7:03

O jeito de declarar opções é bem parecido com o de declarar ações em diversos pontos; as diferenças maiores recaem na forma de calcular o custo de aquisição e os ganhos e prejuízos

DIA 88

Show de ofensas: a pressão total de Donald Trump sobre o Fed e Jerome Powell

17 de abril de 2025 - 19:55

“Terrível”, “devagar” e “muito político” foram algumas das críticas que o presidente norte-americano fez ao chefe do banco central, que ele mesmo escolheu, em defesa do corte de juros imediato

PELA CULATRA

Mirou no que viu e acertou no que não viu: como as tarifas de Trump aceleram o plano do Putin de uma nova ordem mundial

17 de abril de 2025 - 18:27

A Rússia não está na lista de países que foram alvo das tarifas recíprocas de governo norte-americano e, embora não passe ilesa pela efeitos da guerra comercial, pode se dar bem com ela

ALÍVIO

Sobrevivendo a Trump: gestores estão mais otimistas com a Brasil e enxergam Ibovespa em 140 mil pontos no fim do ano

17 de abril de 2025 - 17:03

Em pesquisa realizada pelo BTG, gestores aparecem mais animados com o país, mesmo em cenário “perde-perde” com guerra comercial

VIRANDO A CASACA

Mudou de lado? CEO da Nvidia (NVDC34), queridinha da IA, faz visita rara à China após restrições dos EUA a chips

17 de abril de 2025 - 14:56

A mensagem do executivo é simples: a China, maior potência asiática, é um mercado “muito importante” para a empresa, mesmo sob crescente pressão norte-americana

conteúdo EQI

Dólar volta a recuar com guerra comercial entre Estados Unidos e China, mas ainda é possível buscar lucros com a moeda americana; veja como

17 de abril de 2025 - 10:00

Uma oportunidade ‘garimpada’ pela EQI Investimentos pode ser caminho para diversificar o patrimônio em meio ao cenário desafiador e buscar lucros de até dólar +10% ao ano

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta

17 de abril de 2025 - 8:36

Depois do toma lá dá cá tarifário entre EUA e China, começam a crescer as expectativas de que Xi Jinping e Donald Trump possam iniciar negociações. Resta saber qual telefone irá tocar primeiro.

IR 2025

Como declarar ETF no imposto de renda 2025, seja de ações, criptomoedas ou renda fixa

17 de abril de 2025 - 7:03

Os fundos de índice, conhecidos como ETFs, têm cotas negociadas em bolsa, e podem ser de renda fixa ou renda variável. Veja como informá-los na declaração em cada caso

DRAGÃO À ESPREITA

É hora de aproveitar a sangria dos mercados para investir na China? Guerra tarifária contra os EUA é um risco, mas torneira de estímulos de Xi pode ir longe 

17 de abril de 2025 - 6:12

Parceria entre a B3 e bolsas da China pode estreitar o laço entre os investidores do dois países e permitir uma exposição direta às empresas chinesas que nem os EUA conseguem oferecer; veja quais são as opções para os investidores brasileiros investirem hoje no Gigante Asiático

DIA 87

Status: em um relacionamento tóxico com Donald Trump

16 de abril de 2025 - 19:46

Governador da Califórnia entra com ação contra as tarifas do republicano, mas essa disputa vai muito além do comércio

SE A MODA PEGA…

Taxa das blusinhas versão Trump: Shein e Temu vão subir preços ainda este mês para compensar tarifaço

16 de abril de 2025 - 17:50

Por enquanto, apenas os consumidores norte-americanos devem sentir no bolso os efeitos da guerra comercial com a China já na próxima semana — Shein e Temu batem recordes de vendas, impulsionadas mais pelo medo do aumento do que por otimismo

APERTEM OS CINTOS

Por essa nem o Fed esperava: Powell diz pela primeira vez o que pode acontecer com os EUA após tarifas de Trump

16 de abril de 2025 - 17:34

O presidente do banco central norte-americano reconheceu que foi pego de surpresa com o tarifaço do republicano e admitiu que ninguém sabe lidar com uma guerra comercial desse calibre

WINTER IS COMING

O frio voltou? Coinbase acende alerta de ‘bear market’ no setor de criptomoedas

16 de abril de 2025 - 15:40

Com queda nos investimentos de risco, enfraquecimento dos indicadores e ativos abaixo da média de 200 dias, a Coinbase aponta sinais de queda no mercado

AO VENCEDOR, AS BATATAS

Guerra comercial EUA e China: BTG aponta agro brasileiro como potencial vencedor da disputa e tem uma ação preferida; saiba qual é

16 de abril de 2025 - 15:05

A troca de socos entre China e EUA força o país asiático, um dos principais importadores agrícolas, a correr atrás de um fornecedor alternativo, e o Brasil é o substituto mais capacitado

GATO ESCALDADO?

Nas entrelinhas: por que a tarifa de 245% dos EUA sobre a China não assustou o mercado dessa vez

16 de abril de 2025 - 14:10

Ainda assim, as bolsas tanto em Nova York como por aqui operaram em baixa — com destaque para o Nasdaq, que recuou mais de 3% pressionado pela Nvidia

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar