Mercado ecoa guerra comercial e decisão do STF
Incertezas sobre acordo comercial entre EUA e China neste mês e receio de polarização política com Lula livre continuam pesando nos mercados

A semana começa com um feriado nos Estados Unidos (Dia dos Veteranos), o que enxuga a liquidez dos negócios pelo mundo, apesar de Nova York funcionar normalmente hoje, e termina com uma pausa no Brasil, na sexta-feira. Entre uma data e outra, os investidores mantêm as atenções no noticiário em torno da guerra comercial e da decisão do STF.
A soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última sexta-feira deve manter a apreensão nos negócios locais, diante do receio de polarização e radicalização política no país. A promessa do líder petista de reorganizar a esquerda e a oposição ao governo Bolsonaro pode prejudicar o andamento da agenda de reformas no Congresso.
Isso em um momento de fragilidade política do presidente Jair Bolsonaro dentro do próprio partido. Assim, os investidores devem elevar a postura defensiva em relação aos ativos brasileiros, reduzindo a exposição ao risco, pressionando o dólar para além de R$ 4,10 e recompondo prêmios nos juros futuros. Já o Ibovespa pode ampliar a realização de lucros.
Esse movimento tende a encontrar ressonância no exterior. Lá fora, os investidores aguardam novidades sobre o progresso nas negociações comerciais, após a falta de consenso entre Estados Unidos e China sobre a remoção das tarifas existentes, simultaneamente e proporcionalmente, para alcançar a fase 1 do acordo ainda neste mês.
Os índices futuros em Wall Street amanheceram em queda firme, pressionando a abertura do pregão europeu, após uma sessão de duras perdas na Ásia, onde Hong Kong foi o destaque negativo, caindo quase de 3%. A escalada da violência na ex-colônia britânica, que adentra no sexto mês de protestos pró-democracia, penalizou os negócios.
Além disso, o presidente do EUA, Donald Trump, derrubou as especulações de reversão de tarifas, dizendo que ainda não concordou em removê-las, mas afirmou que Pequim está mais interessado em um acordo comercial do que Washington. Em reação, Xangai recuou 1,8%, refletindo também o salto da inflação ao consumidor chinês (CPI), que atingiu o maior nível em oito anos em outubro, a 3,8%. Já os preços ao produtor (PPI) caíram pelo quarto mês consecutivo, em -1,6%.
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Nos demais mercados, o dólar perde força em relação às moedas europeias, mas ganha terreno das moedas de países emergentes, enquanto o iene cai. O yuan chinês voltou a ser cotado acima de 7 yuans, após passar três dias abaixo dessa marca. Já o ouro avança, diante da maior procura por ativos seguros, e o petróleo recua.
Duplo par de um
Em tempos de guerra comercial, a China continua mostrando sua força econômica. O Dia do Solteiro (双十一, “duplo par de um”, na tradução livre) é celebrado nesta segunda-feira no país. A data, criada por estudantes nos anos 90 como uma alternativa ao Dia dos Namorados, é marcada por megadescontos e supera as vendas online das tradicionais Black Friday e Cyber Monday nos EUA.
No ano passado, a gigante do comércio eletrônico Alibaba quebrou o recorde de vendas, somando mais de US$ 30 bilhões em um único dia, mostrando que os consumidores chineses adotaram totalmente a internet como opção de compras, ultrapassando o varejo em geral. O volume também tem uma fatia relevante de compras feitas no exterior.
Nos dados parciais, o Alibaba informou que vendeu US$ 27 bilhões entre meia-noite e meio-dia do dia 11/11, caminhando para quebrar o recorde do ano passado. A rival JD.com, vendeu quase US$ 24 bilhões nas compras online até as 9h da manhã (hora local). Os números são importantes para medir disposição do consumidor chinês em gastar.
Agenda fraca hoje traz atividade em destaque na semana
A semana começa com as tradicionais publicações do dia no Brasil, a saber, a Pesquisa Focus (8h25) e os dados semanais da balança comercial (15h). Também será conhecida a primeira prévia deste mês do IGP-M (8h). No exterior, o feriado nos EUA hoje esvazia a agenda de indicadores econômicos do dia.
Nos próximos dias, destaque para dados de atividade. Por aqui, saem números do setor de serviços e das vendas no varejo, enquanto EUA e China informam o desempenho do varejo e da indústria em outubro. Saem também dados preliminares do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre deste ano na zona do euro e no Brasil (IBC-Br).
Entre os eventos de relevo, destaque para a 11ª Cúpula dos países que compõem os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que acontece em Brasília nos dias 13 e 14 de novembro. A ver se o presidente Bolsonaro irá tirar proveito da oportunidade de interação mais intensa com a segunda maior economia do mundo.
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