Mercado mantém expectativa com guerra comercial
Investidores começam a acreditar que há luz no fim do túnel da guerra comercial e apostam em acordo limitado entre EUA e China

O mercado financeiro renova o otimismo em relação às negociações comerciais entre Estados Unidos e China, que caminham para o segundo dia em Washington. Os investidores se apoiam nas declarações de Donald Trump, de que o primeiro dia de reunião foi “muito bem”, e aumentam a esperança de que haja um acordo limitado. E esse sentimento sustenta os ativos de risco em alta no exterior nesta manhã.
É grande a expectativa pelo encontro hoje entre o presidente norte-americano e o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, logo após o término das negociações. Os investidores começam a acreditar que há luz no fim do túnel da guerra comercial e apostam que haverá progresso suficiente nas negociações, capaz de fazer Trump adiar o aumento tarifário em US$ 250 bilhões em importações chinesas, previsto para a próxima semana.
À espera de novidades, o sinal positivo prevalece nos índices futuros das bolsas de Nova York, após uma sessão de fortes ganhos na Ásia. Hong Kong liderou a alta, com +2,2%, após os manifestantes recuaram nas ações de vandalismo antes de mais um fim de semana de protestos. Tóquio subiu 1,2%, ao passo que Xangai avançou 0,9% e Shenzhen teve +0,3%. Na Europa, as principais bolsas da região também abriram no azul - exceto Londres, que ainda tem dúvidas sobre um acordo para o Brexit no Halloween.
Mas o destaque fica mesmo com o petróleo. Os preços do barril da commodity dispararam e sobem ao redor de 2%, após relatos de uma explosão de petroleiros iranianos no Mar Vermelho, o que aumenta a possibilidade de conflito no Oriente Médio, ameaçando a oferta global de petróleo. Ainda entre as commodities, o ouro sobe, cotado na faixa de US$ 1,5 mil por onça-troy, ao passo que o minério de ferro caiu.
Apesar do sinal positivo que prevalece nesta manhã, os investidores devem redobrar a cautela ao longo do dia, com os ativos globais oscilando ao sabor do noticiário em torno da guerra comercial. A sexta-feira também é véspera de fim de semana prolongado nos EUA, com o feriado pelo Dia de Colombo na próxima segunda-feira esvaziando a liquidez dos negócios, apesar de Wall Street abrir normalmente.
Além disso, não sabe qual será o desfecho das tratativas entre EUA e China. E quanto mais dúvidas surgirem, mais os nervos dos investidores devem ficar estremecidos, já que a manutenção das tarifas atuais é um grande fardo à economia global. E a continuidade das sobretaxas - ou quiçá ampliação - tende a continuar exercendo pressão negativa sobre o crescimento mundial. Sem fim à vista para a desaceleração, o risco de recessão é real.
Leia Também
Agenda segue cheia
O calendário econômico do dia segue carregado hoje. Por aqui, o destaque fica com o desempenho do setor de serviços em agosto (9h), que pode refletir a desaceleração nos preços, apontada pela inflação oficial ao consumidor brasileiro (IPCA). Os números também devem calibrar as previsões sobre a atividade econômica, medida pelo IBC-Br, no período.
Já no exterior, saem os preços de importação e de exportação nos EUA em setembro (9h30), a versão preliminar deste mês sobre a confiança do consumidor norte-americano (11h), medida pela Universidade de Michigan, e o orçamento do Tesouro do país no mês passado (15h).
Com ou sem feriado, Trump continua sendo o ‘maestro’ dos mercados: veja como ficaram o Ibovespa, o dólar e as bolsas de NY durante a semana
Possível negociação com a China pode trazer alívio para o mercado; recuperação das commodities, especialmente do petróleo, ajudaram a bolsa brasileira, mas VALE3 decepcionou
‘Indústria de entretenimento sempre foi resiliente’: Netflix não está preocupada com o impacto das tarifas de Trump; empresa reporta 1T25 forte
Plataforma de streaming quer apostar cada vez mais na publicidade para mitigar os efeitos do crescimento mais lento de assinantes
Lições da Páscoa: a ação que se valorizou mais de 100% e tem bons motivos para seguir subindo
O caso que diferencia a compra de uma ação baseada apenas em uma euforia de curto prazo das teses realmente fundamentadas em valuation e qualidade das empresas
Como declarar opções de ações no imposto de renda 2025
O jeito de declarar opções é bem parecido com o de declarar ações em diversos pontos; as diferenças maiores recaem na forma de calcular o custo de aquisição e os ganhos e prejuízos
Show de ofensas: a pressão total de Donald Trump sobre o Fed e Jerome Powell
“Terrível”, “devagar” e “muito político” foram algumas das críticas que o presidente norte-americano fez ao chefe do banco central, que ele mesmo escolheu, em defesa do corte de juros imediato
Mirou no que viu e acertou no que não viu: como as tarifas de Trump aceleram o plano do Putin de uma nova ordem mundial
A Rússia não está na lista de países que foram alvo das tarifas recíprocas de governo norte-americano e, embora não passe ilesa pela efeitos da guerra comercial, pode se dar bem com ela
Sobrevivendo a Trump: gestores estão mais otimistas com a Brasil e enxergam Ibovespa em 140 mil pontos no fim do ano
Em pesquisa realizada pelo BTG, gestores aparecem mais animados com o país, mesmo em cenário “perde-perde” com guerra comercial
Mudou de lado? CEO da Nvidia (NVDC34), queridinha da IA, faz visita rara à China após restrições dos EUA a chips
A mensagem do executivo é simples: a China, maior potência asiática, é um mercado “muito importante” para a empresa, mesmo sob crescente pressão norte-americana
Dólar volta a recuar com guerra comercial entre Estados Unidos e China, mas ainda é possível buscar lucros com a moeda americana; veja como
Uma oportunidade ‘garimpada’ pela EQI Investimentos pode ser caminho para diversificar o patrimônio em meio ao cenário desafiador e buscar lucros de até dólar +10% ao ano
Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta
Depois do toma lá dá cá tarifário entre EUA e China, começam a crescer as expectativas de que Xi Jinping e Donald Trump possam iniciar negociações. Resta saber qual telefone irá tocar primeiro.
Como declarar ETF no imposto de renda 2025, seja de ações, criptomoedas ou renda fixa
Os fundos de índice, conhecidos como ETFs, têm cotas negociadas em bolsa, e podem ser de renda fixa ou renda variável. Veja como informá-los na declaração em cada caso
É hora de aproveitar a sangria dos mercados para investir na China? Guerra tarifária contra os EUA é um risco, mas torneira de estímulos de Xi pode ir longe
Parceria entre a B3 e bolsas da China pode estreitar o laço entre os investidores do dois países e permitir uma exposição direta às empresas chinesas que nem os EUA conseguem oferecer; veja quais são as opções para os investidores brasileiros investirem hoje no Gigante Asiático
Status: em um relacionamento tóxico com Donald Trump
Governador da Califórnia entra com ação contra as tarifas do republicano, mas essa disputa vai muito além do comércio
Taxa das blusinhas versão Trump: Shein e Temu vão subir preços ainda este mês para compensar tarifaço
Por enquanto, apenas os consumidores norte-americanos devem sentir no bolso os efeitos da guerra comercial com a China já na próxima semana — Shein e Temu batem recordes de vendas, impulsionadas mais pelo medo do aumento do que por otimismo
Por essa nem o Fed esperava: Powell diz pela primeira vez o que pode acontecer com os EUA após tarifas de Trump
O presidente do banco central norte-americano reconheceu que foi pego de surpresa com o tarifaço do republicano e admitiu que ninguém sabe lidar com uma guerra comercial desse calibre
O frio voltou? Coinbase acende alerta de ‘bear market’ no setor de criptomoedas
Com queda nos investimentos de risco, enfraquecimento dos indicadores e ativos abaixo da média de 200 dias, a Coinbase aponta sinais de queda no mercado
Guerra comercial EUA e China: BTG aponta agro brasileiro como potencial vencedor da disputa e tem uma ação preferida; saiba qual é
A troca de socos entre China e EUA força o país asiático, um dos principais importadores agrícolas, a correr atrás de um fornecedor alternativo, e o Brasil é o substituto mais capacitado
Nas entrelinhas: por que a tarifa de 245% dos EUA sobre a China não assustou o mercado dessa vez
Ainda assim, as bolsas tanto em Nova York como por aqui operaram em baixa — com destaque para o Nasdaq, que recuou mais de 3% pressionado pela Nvidia
EUA aprovam bolsa de valores focada em sustentabilidade, que pode começar a operar em 2026
A Green Impact Exchange pretende operar em um mercado estimado em US$ 35 trilhões
Ações da Brava Energia (BRAV3) sobem forte e lideram altas do Ibovespa — desta vez, o petróleo não é o único “culpado”
O desempenho forte acontece em uma sessão positiva para o setor de petróleo, mas a valorização da commodity no exterior não é o principal catalisador das ações BRAV3 hoje