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Olivia Bulla
Olivia Bulla
Olívia Bulla é jornalista, formada pela PUC Minas, e especialista em mercado financeiro e Economia, com mais de 10 anos de experiência e longa passagem pela Agência Estado/Broadcast. É mestre em Comunicação pela ECA-USP e tem conhecimento avançado em mandarim (chinês simplificado).
A Bula do Mercado

Política dita rumo dos mercados

Acordo entre EUA e México na questão da imigração embala o mercado financeiro no exterior, mas ruídos políticos podem frustrar ativos locais

Olivia Bulla
Olivia Bulla
10 de junho de 2019
5:41 - atualizado às 9:27
No Brasil, presidente Bolsonaro tenta pressionar o Congresso, mas vazamento atinge poder Judiciário

A estratégia “morde e assopra” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, funcionou com o México e um acordo sobre a imigração ilegal na fronteira firmado entre os dois países suspende “indefinidamente” a sobretaxa aos produtos mexicanos, embalando o mercado internacional nesta segunda-feira. O foco agora se volta para as negociações comerciais com a China, após o inesperado ganho das exportações chinesas em maio.

No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro tenta uma tática semelhante à de Trump, ao dizer que, por culpa da oposição, pode suspender o pagamento a idosos e deficientes de baixa renda a partir deste mês, se não for aprovado o crédito extra ao governo. Enquanto isso, a Operação Lava Jato sofreu um duro ataque (leia mais abaixo), que pode dar fôlego à greve geral convocada para o dia 14.

O caso promete agitar o ambiente político esta semana, elevando a tensão entre os Três Poderes. Só o ameaça de Bolsonaro já joga pressão no Legislativo, tocando na “menina dos olhos” do Congresso, com a clara intenção de apressar a votação para liberar recursos emergenciais da ordem de R$ 250 bilhões. Segundo o presidente, sem a aprovação do projeto de lei, o chamado BPC seria suspenso já no próximo dia 25.

Nos meses seguintes, faltarão recursos para aposentadorias, Bolsa Família, Plano Safra - que pode nem ser anunciado. A justificativa para a suspensão desses serviços é que o governo não pode descumprir a chamada “regra de ouro”, que impede o Executivo de emitir dívidas para pagar despesas correntes, sob o risco de cometer crime de responsabilidade - o que pode culminar em um processo de impeachment.

A expectativa é de que a matéria seja votada até sexta-feira, com os parlamentares viabilizando a aprovação. A questão é que o BPC é um dos pontos mais polêmicos no texto do governo para a reforma da Previdência e deve sofrer alterações na proposta a ser apresentada pelo relator, Samuel Moreira. Outros pontos que devem passar por mudanças envolvem as regras da aposentadoria rural, o pagamento do abono salarial e as regras de transição.

Com isso, ficou para quinta-feira a apresentação à comissão especial do parecer do relator. Inicialmente, a expectativa era de que o documento fosse apresentado amanhã, após reunião com governadores, quando os representantes das 27 unidades da federação devem defender a manutenção dos servidores estaduais e municipais no texto a ser apreciado no plenário da Câmara - mas muitos deputados são contra.

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Vaza Jato

Mas é de outro poder, do Judiciário, que pode vir um teste do bom humor nos ativos locais. Reportagens publicadas pelo jornalista Glenn Greenwald - que ficou conhecido por ajudar Edward Snowden a revelar informações secretas obtidas pela Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) - pode instalar uma crise em um mês festivo que parecia tranquilo.

Segundo o site The Intercept, o ex-juiz federal e atual ministro da Justiça, Sergio Moro, interferiu nas investigações da Lava Jato. Ao longo de dois anos de conversas, com mensagens trocadas pelo aplicativo Telegram, Moro, cujo codinome era “russo”, sugeriu trocar a ordem das fases, deu conselhos e pistas informais, além de antecipar decisões.

A Constituição determina que não haja vínculos entre o juiz e as partes em um processo. No Congresso e na Corte Suprema (STF) devem haver manifestações a favor e contra Moro, enquanto Bolsonaro terá de ser cuidadoso com suas declarações. As reportagens, que estão apenas começando, elevam a temperatura em Brasília.

Com isso, o noticiário político deve continuar ditando o rumo dos mercados domésticos no curto prazo. Os ruídos políticos persistem, podendo frustrar a confiança dos investidores, que levou à valorização do Ibovespa e do real pela terceira semana seguida no início deste mês, ao passo que os juros futuros retiraram prêmios, com apostas de cortes na Selic.

É crescente a percepção de que o Banco Central deve renovar o piso histórico do juro básico logo após a aprovação da Previdência e se a economia seguir fraca. O resultado abaixo do esperado da inflação oficial ao consumidor (IPCA) em maio ampliou essa chance, precificando ao menos uma queda na Selic neste ano, provavelmente em setembro.

Caso esse cenário seja acompanhado também de redução nas estimativas para o IPCA em 2020, o mercado financeiro pode caminhar para um segundo - quiçá terceiro - corte antes do fim de 2019, já que muitas instituições financeiras preveem a Selic em 5,75% neste ano. No relatório Focus, porém, a previsão está estável em 6,50% há 17 semanas.

Doutrina Trump

Já o ambiente externo também tem se mostrado favorável aos ativos de risco, com o mercado financeiro ampliando as chances de queda dos juros norte-americanos (Fed Funds). Após os fracos dados oficiais sobre o emprego nos EUA (payroll) em maio, divulgados na última sexta-feira, os investidores estão cada vez mais convencidos de que o ciclo de cortes por parte do Federal Reserve começa ainda neste ano.

A curva implícita de juros futuros nos EUA embute quase 70% de possibilidade de queda nos juros do país em julho, para o intervalo de 2% a 2,25%, dos atuais 2,25% a 2,50%. Mas há quem diga que ainda é preciso avaliar se o payroll do mês passado não foi apenas um ponto fora da curva. Afinal, é difícil a economia norte-americana continuar criando quase 200 mil vagas ao mês, tendo em vista a quantidade de pessoas empregadas.

Em maio, foram geradas 75 mil postos de trabalho, bem abaixo da previsão de 185 mil, mas a taxa de desemprego ficou estável em 3,6%, no menor nível em 49 anos, mostrando que a população desocupada não está pressionando a força de trabalho. Além disso, espanta que o crescimento dos salários segue ao ritmo de 3%, em base anual, mas sem gerar pressão inflacionária.

Ainda assim, os números podem mesmo denotar um achatamento forte do emprego nos EUA, abrindo espaço para o Fed agir. A expectativa de que a economia norte-americana entre em rota de desaceleração e, eventualmente, em recessão - por causa da guerra comercial com a China - permitiria até três reduções nos juros dos EUA até o início de 2020.

Mas ao menos com o México, o resultado das negociações comerciais foi satisfatório, mostrando a influência da América sobre os vizinhos latinos. Trump suspendeu os planos de impor tarifas aos produtos mexicanos, após o presidente AMLO concordar em “tomar medidas fortes” para conter o fluxo de imigrantes da América Central aos EUA.

Em reação, o peso mexicano saltou ao maior nível em quase um ano em relação ao dólar, ao passo que os índices futuros das bolsas de Nova York avançam, juntamente com o sinal positivo vindo das praças europeias e asiáticas (e região), apesar de feriados na Alemanha e na Austrália.

Após o resultado positivo com o México, os investidores alimentam esperanças de que também haverá um acordo comercial entre EUA e China. Mas a disputa entre as duas maiores economias do mundo é bem diferente, com contornos geopolíticos. Segundo o secretário do Tesouro norte-americano, Stven Mnuchin, o “principal progresso” deve acontecer no encontro entre Trump e o líder chinês, Xi Jinping, no G20, no Japão.

Os dados da balança comercial chinesa em maio, que contrariaram a previsão, mantêm a tensão elevada. Enquanto as exportações subiram 1,1%, em base anual, as importações cederam 8,5%. Em ambos os casos, a previsão era de recuo de 4,0%. Com isso, o superávit comercial da China somou US$ 41,65 bilhões no mês passado, acima da estimativa de US$ 23,65 bilhões. Há relatos de que exportadores chineses estão evitando o impacto das tarifas de Trump com rótulos falsos dos produtos como “feitos no Vietnã”.

De volta aos mercados, os títulos dos EUA recuam, acompanhados do ouro e do iene, em meio à menor busca por proteção. A moeda japonesa é prejudicada pelas declarações do presidente do BC do Japão (BoJ), que pode lançar mais estímulos, se necessário. Já o petróleo avança, com o barril do tipo WTI cotado no maior valor em mais de uma semana.

Dados de atividade e inflação recheiam agenda

Dados de atividade no Brasil e no mundo recheiam a agenda desta semana, podendo lançar luz sobre o ritmo da economia global na virada do primeiro para o segundo trimestre deste ano. Por aqui, os destaques ficam com as vendas no varejo, na quarta-feira, e com o desempenho do setor de serviços, no dia seguinte - ambos em abril.

Com isso, o índice de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br) referente ao mesmo mês deve ser conhecido na sexta-feira, juntamente com o primeiro IGP de junho, o IGP-10. Hoje, a autoridade monetária publica, às 8h25, a pesquisa semanal junto ao mercado financeiro (8h25). Amanhã, sai a estimativa atualizada da safra agrícola em 2019.

Já no exterior, a China anuncia, amanhã à noite, os dados de maio da inflação ao produtor (PPI) e ao consumidor (CPI). Na noite de quinta-feira, é a vez dos resultados da indústria e do varejo o mês passado. Nos EUA, o PPI sai amanhã e o CPI, na quarta-feira. Na sexta-feira, serão conhecidos os dados da produção industrial e do comércio varejista.

No mesmo dia, sai também a leitura preliminar deste mês do índice de Michigan sobre a confiança do consumidor norte-americano. Na Europa, serão conhecidos dados de atividade no Reino Unido já nesta segunda-feira. Na quinta-feira, é a vez do desempenho da indústria na zona do euro em abril.

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