Guerra Comercial e Previdência norteiam mercados
Negociações comerciais entre EUA e China e tramitação da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados são os principais vetores do mercado financeiro

A guerra comercial e a reforma da Previdência continuam sendo os principais vetores do mercado financeiro no curto prazo, deixando os investidores reféns do noticiário sobre esses dois temas. O término de mais uma rodada de negociações de alto nível entre Estados Unidos e China, na semana passada, mantém elevadas as expectativas por um desfecho em breve, enquanto a tramitação da proposta do governo Bolsonaro de novas regras para aposentadoria pode ter novidades nesta semana.
O presidente da CCJ na Câmara, o deputado Felipe Francischini, quer antecipar o início da discussão na comissão para a próxima segunda-feira, dia 15, de modo a garantir a votação da proposta no dia 17, às vésperas do feriado da Sexta-feira da Paixão. Para tanto, o relator da reforma da Previdência, Marcelo Freitas, precisa apresentar um parecer até amanhã.
A previsão é de que o relatório tenha entre 20 e 25 páginas e seja lido na terça-feira. Apesar de o relator afirmar que o texto vai considerar as queixas da oposição, deve haver pedido de vista dos deputados entre quarta e quinta-feira. Ainda assim, a expectativa é de que a proposta seja aprovada no colegiado, seguindo para uma comissão especial.
Esforço coletivo
É nesta segunda etapa que os deputados podem propor alterações no conteúdo do texto, antes de submetê-lo a duas votações, no plenário da Casa. Nesse entretempo, o Executivo terá de formar uma base aliada no Legislativo para garantir a aprovação da Previdência com, pelo menos, 308 votos dos deputados.
Na reunião da semana passada entre o presidente Jair Bolsonaro e presidentes de partidos, nenhuma sigla “fechou questão”, mas reconheceram a necessidade de mudar as regras da Previdência. Segundo o presidente, trata-se de uma “causa” que une os poderes. Juntos, os partidos que foram recebidos por Bolsonaro somam menos de 200 deputados.
Resta saber como se dará esse “esforço coletivo” para ajustar os pontos da proposta, sem possíveis contrapartidas, em meio à queda na aprovação do governo. Segundo o Datafolha, Bolsonaro registrou a pior avaliação após três meses de mandato entre os presidentes eleitos pela primeira vez desde a redemocratização em 1985.
Leia Também
É recorde: preço o ouro ultrapassa US$ 3.400 e já acumula alta de 30% no ano
Paras 30% dos brasileiros, o governo é ruim ou péssimo, índice semelhante ao daqueles que consideram ótimo ou bom (32%). O instituto ouviu pouco mais de 2 mil pessoas entre terça e quarta-feira passada, em 130 municípios. Porém, o presidente disse que não iria “perder tempo” comentando a pesquisa e avalia que, às vésperas de completar 100 dias de governo, “não há tanta notícia ruim” quanto a imprensa tem publicado.
Mais tempo
Já no exterior, o principal tema no radar dos mercados é a guerra comercial. Na última sexta-feira, EUA e China concluíram, sem percalços e com novos progressos, a nona rodada de negociações de alto nível, iniciada na quarta-feira. Os dois lados discutiram o texto do acordo e decidiram continuar as tratativas sobre os pontos mais delicados nesta semana.
Questões sobre transferência de tecnologia, proteção dos direitos de propriedade intelectual, medidas não-tarifárias, mecanismo de fiscalização, entre outras, seguem em aberto, inviabilizando um desfecho. Para especialistas, apesar de estarem cada vez mais perto de um acordo, falta uma abordagem prática e de cooperação entre as duas maiores economias do mundo para chegar a um consenso.
Mas, como já dito aqui antes, a relação de confiança entre Pequim e Washington foi o maior perdedor nessa disputa, que já dura cerca de um ano. Com isso, os mercados internacionais iniciam a semana com cautela, à medida que o avanço das negociações entre EUA e China em direção a um acordo continua a se arrastar.
As principais bolsas da Ásia encerraram a sessão de hoje com leves perdas, à exceção de Hong Kong, que subiu 0,4%. Tóquio e Xangai caíram. Esse sinal ligeiramente negativo contamina os índices futuros das bolsas de Nova York, penalizando a abertura do pregão na Europa, que monitora o apelo da primeira-ministra britânica, Theresa May, à opinião pública e à classe política em relação ao Brexit.
A libra sobe, às vésperas da data final para a saída do Reino Unido da União Europeia, nesta sexta-feira. Já o dólar e o bônus do título norte-americano de dez anos (T-note) estão estáveis, após o presidente norte-americano, Donald Trump, voltar a pressionar o Federal Reserve, desta vez para afrouxar a política monetária, baixando os juros. É válido lembrar que, no ano passado, Trump criticou o Fed por elevar demais a taxa nos EUA.
Nas commodities, o petróleo sobe, em meio a combates na Líbia, que aumentam o risco de interrupção na oferta. Forças leais ao líder do Exército nacional líbio, Khalifa Haftar, tentam entrar em Trípoli, em uma escalada dos combates na região. Os metais básicos também avançam.
Semana tem dados de atividade e inflação
O calendário econômico desta semana está repleto de divulgações importantes, no Brasil e no exterior. Aqui, já nesta segunda-feira sai o IGP-DI de março (8h) e, amanhã, é a vez do desempenho do varejo doméstico em fevereiro. Na quarta-feira, merece atenção o resultado de março da inflação oficial ao consumidor brasileiro (IPCA), norte-americano e chinês.
No mesmo dia, será conhecida também a ata da reunião de março do Federal Reserve, quando a autoridade monetária abandonou a previsão de duas altas na taxa de juros dos EUA neste ano. Ainda na quarta-feira, o Banco Central Europeu (BCE) anuncia a decisão de juros na zona do euro. Na quinta-feira, sai a estimativa para a safra agrícola nacional.
Já na sexta-feira, os destaques vão para a produção industrial na zona do euro, a confiança do consumidor nos EUA, a balança comercial na China e o desempenho do setor de serviços no Brasil. Também merecem atenção, no exterior, os resultados financeiros do bancos no primeiro trimestre deste ano, com o JPMorgan e Wells Fargo largando na frente.
Ainda lá fora, destaque para o encontro de primavera (no Hemisfério Norte) do Banco Mundial e do Fundo Monetário Nacional (FMI), a partir de amanhã. No Brasil, os dados domésticos de atividade em fevereiro a serem conhecidos nesta semana devem reforçar o ritmo lento da economia neste início de ano, sugerindo um desempenho fraco no primeiro trimestre.
Tal percepção tem levado o mercado financeiro a revisar para baixo a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2019, para abaixo de 2%. O relatório Focus do Banco Central hoje (8h25) deve trazer novas previsões, com o cenário comportado para a alta dos preços e do dólar, abrindo espaço para um aumento menor na taxa básico de juros (Selic) em 2020.
Com ou sem feriado, Trump continua sendo o ‘maestro’ dos mercados: veja como ficaram o Ibovespa, o dólar e as bolsas de NY durante a semana
Possível negociação com a China pode trazer alívio para o mercado; recuperação das commodities, especialmente do petróleo, ajudaram a bolsa brasileira, mas VALE3 decepcionou
‘Indústria de entretenimento sempre foi resiliente’: Netflix não está preocupada com o impacto das tarifas de Trump; empresa reporta 1T25 forte
Plataforma de streaming quer apostar cada vez mais na publicidade para mitigar os efeitos do crescimento mais lento de assinantes
Lições da Páscoa: a ação que se valorizou mais de 100% e tem bons motivos para seguir subindo
O caso que diferencia a compra de uma ação baseada apenas em uma euforia de curto prazo das teses realmente fundamentadas em valuation e qualidade das empresas
Sobrevivendo a Trump: gestores estão mais otimistas com a Brasil e enxergam Ibovespa em 140 mil pontos no fim do ano
Em pesquisa realizada pelo BTG, gestores aparecem mais animados com o país, mesmo em cenário “perde-perde” com guerra comercial
Dólar volta a recuar com guerra comercial entre Estados Unidos e China, mas ainda é possível buscar lucros com a moeda americana; veja como
Uma oportunidade ‘garimpada’ pela EQI Investimentos pode ser caminho para diversificar o patrimônio em meio ao cenário desafiador e buscar lucros de até dólar +10% ao ano
Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta
Depois do toma lá dá cá tarifário entre EUA e China, começam a crescer as expectativas de que Xi Jinping e Donald Trump possam iniciar negociações. Resta saber qual telefone irá tocar primeiro.
Nas entrelinhas: por que a tarifa de 245% dos EUA sobre a China não assustou o mercado dessa vez
Ainda assim, as bolsas tanto em Nova York como por aqui operaram em baixa — com destaque para o Nasdaq, que recuou mais de 3% pressionado pela Nvidia
Ações da Brava Energia (BRAV3) sobem forte e lideram altas do Ibovespa — desta vez, o petróleo não é o único “culpado”
O desempenho forte acontece em uma sessão positiva para o setor de petróleo, mas a valorização da commodity no exterior não é o principal catalisador das ações BRAV3 hoje
Correr da Vale ou para a Vale? VALE3 surge entre as maiores baixas do Ibovespa após dado de produção do 1T25; saiba o que fazer com a ação agora
A mineradora divulgou queda na produção de minério de ferro entre janeiro e março deste ano e o mercado reage mal nesta quarta-feira (16); bancos e corretoras reavaliam recomendação para o papel antes do balanço
Acionistas da Petrobras (PETR4) votam hoje a eleição de novos conselheiros e pagamento de dividendos bilionários. Saiba o que está em jogo
No centro da disputa pelas oito cadeiras disponíveis no conselho de administração está o governo federal, que tenta manter as posições do chairman Pietro Mendes e da CEO, Magda Chambriard
Deu ruim para Automob (AMOB3) e LWSA (LWSA3), e bom para SmartFit (SMFT3) e Direcional (DIRR3): quem entra e quem sai do Ibovespa na 2ª prévia
Antes da carteira definitiva entrar em vigor, a B3 divulga ainda mais uma prévia, em 1º de maio. A nova composição entra em vigor em 5 de maio e permanece até o fim de agosto
Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta
Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale
Dividendos da Petrobras (PETR4) podem cair junto com o preço do petróleo; é hora de trocar as ações pelos títulos de dívida da estatal?
Dívida da empresa emitida no exterior oferece juros na faixa dos 6%, em dólar, com opções que podem ser adquiridas em contas internacionais locais
Península de saída do Atacadão: Família Diniz deixa quadro de acionistas do Carrefour (CRFB3) dias antes de votação sobre OPA
Após reduzir a fatia que detinha na varejista alimentar ao longo dos últimos meses, a Península decidiu vender de vez toda a participação restante no Atacadão
Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça
Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25
Vai dar para ir para a Argentina de novo? Peso desaba 12% ante o dólar no primeiro dia da liberação das amarras no câmbio
A suspensão parcial do cepo só foi possível depois que o governo de Javier Milei anunciou um novo acordo com o FMI no valor de US$ 20 bilhões
Bolsas perdem US$ 4 trilhões com Trump — e ninguém está a salvo
Presidente norte-americano insiste em dizer que não concedeu exceções na sexta-feira (11), quando “colocou em um balde diferente” as tarifas sobre produtos tecnológicos
Alívio na guerra comercial injeta ânimo em Wall Street e ações da Apple disparam; Ibovespa acompanha a alta
Bolsas globais reagem ao anúncio de isenção de tarifas recíprocas para smartphones, computadores e outros eletrônicos
Azul (AZUL4) busca até R$ 4 bilhões em oferta de ações e oferece “presente” para acionistas que entrarem no follow-on; ações sobem forte na B3
Com potencial de superar os R$ 4 bilhões com a oferta, a companhia aérea pretende usar recursos para melhorar estrutura de capital e quitar dívidas com credores
Smartphones e chips na berlinda de Trump: o que esperar dos mercados para hoje
Com indefinição sobre tarifas para smartphones, chips e eletrônicos, bolsas esboçam reação positiva nesta segunda-feira; veja outros destaques