🔴 QUER INVESTIR NAS MELHORES CRIPTOMOEDAS DO MOMENTO? SAIBA COMO CLICANDO AQUI

Olivia Bulla

Olivia Bulla

Olívia Bulla é jornalista, formada pela PUC Minas, e especialista em mercado financeiro e Economia, com mais de 10 anos de experiência e longa passagem pela Agência Estado/Broadcast. É mestre em Comunicação pela ECA-USP e tem conhecimento avançado em mandarim (chinês simplificado).

A Bula do Mercado

Ata do Copom e reforma da Previdência entram no radar

Guerra comercial continua fazendo estrago entre os ativos de risco no exterior, mas mercados domésticos também estão atentos a questões internas

Olivia Bulla
Olivia Bulla
6 de agosto de 2019
5:32 - atualizado às 6:14
No exterior, mercados ensaiam melhora após o comportamento mais tranquilo do yuan

O mercado internacional continua sofrendo com os efeitos da escalada da guerra comercial, depois que a China resolveu entrar na briga contra os Estados Unidos (leia mais abaixo). Mas as atenções locais se voltam para Brasília, onde a Câmara retoma as discussões sobre a reforma da Previdência, a partir das 13h. A votação deve ser concluída ainda nesta semana.

A ampla margem para aprovação obtida na primeira rodada (379 votos a favor, contra um mínimo necessário de 308), em julho, reduz as chances de surpresas desagradáveis no segundo turno. Ainda mais após a articulação com os líderes partidários. A expectativa é de que o texto passe com folga entre os deputados, sendo, então, encaminhado ao Senado.

Ainda assim, os investidores estarão atentos a eventuais alterações de última hora na proposta a ser aprovada em plenário. O temor é de que haja redução na economia a ser gerada aos cofres públicos, em torno de R$ 900 bilhões em dez anos. O maior risco recai no novo cálculo da pensão por morte, que estabelece corte para 60% do valor recebido.

A oposição tenta retirar do texto essa regra aprovada no primeiro turno, o que traria um impacto fiscal de R$ 130 bilhões a menos no regime geral. Mas o governo quer manter a íntegra da PEC já votada. Já no Senado, espera-se a reinclusão dos estados e municípios no texto, o que pode acontecer durante as sessões nas comissões.

Próximas cenas

A expectativa é de que a questão sobre as novas regras para aposentadoria seja encerrada no Congresso até o mês que vem, abrindo caminho para a discussão de novas pautas, como a reforma tributária e o pacto federativo. Mas ainda não se sabe se as recentes polêmicas envolvendo o presidente Jair Bolsonaro, que reinou sozinho no noticiário durante o recesso parlamentar, irá prejudicar a tramitação da agenda econômica no Legislativo.

Já no front puramente macro, merece atenção a ata da reunião de julho do Comitê de Política (Copom), principal destaque da agenda econômica do dia. O documento será divulgado logo cedo (8h) e pode lançar luz sobre o tamanho do ciclo de cortes na taxa básica de juros, após a queda de 0,50 ponto porcentual na semana passada.

Leia Também

As estimativas situam a Selic entre 5,25% e 4,75% no fim do ano, o que indica queda adicional de até 1,25 pp até dezembro. Mas ainda não se sabe se há espaço para um ajuste dessa magnitude, em meio à piora da cena externa. Com isso, a ata pode vir com validade vencida, caso não esteja atualizada quanto à recente deterioração da guerra comercial.

Já no exterior, o calendário do dia traz como destaque apenas o relatório Jolts sobre as vagas de emprego disponíveis nos EUA (11h). Aliás, a fraca agenda econômica e a ausência de outros drivers deixa o mercado global refém da disputa entre as duas maiores economias do mundo, que entrou em uma nova fase neste mês.

Duelo de gigantes

Depois que a China resolveu responder à ameaça tarifária de Donald Trump, intensificando a guerra comercial com os EUA, os investidores elevaram a preocupação quanto a um conflito prolongado e os impactos na economia global. A retaliação de Pequim ontem levou o Tesouro norte-americano a rotular o país, simbolicamente, como “manipulador de moeda”, pela primeira vez desde 1994, abrindo espaço para novas sanções contra a China.

Trata-se de apenas mais uma carta na mesa na disputa entre os dois países, com os potenciais efeitos desse “selo” sendo apenas uma sombra na guerra já em curso. Relatos na imprensa chinesa dão conta de que o presidente Xi Jinping irá rejeitar qualquer acordo que mantenha tarifas punitivas aos produtos do país ou force Pequim a fazer concessões em questões-chave.

Há também um sentimento crescente de desconfiança por parte da China em Trump, tornando improvável um acordo antes da eleição presidencial nos EUA, em 2020. Afinal, muitos dos eleitores do republicano vem criticando a tarifação contra a China, sendo que a suspensão da compra de produtos agrícolas pode prejudicar Trump em regiões estratégicas para sua reeleição. Trata-se de apenas uma arma que Pequim tem em mãos.

A desvalorização do renminbi era uma das principais respostas já esperadas à tensão comercial e deixar a moeda local se enfraquecer em relação ao dólar, rompendo a barreira dos 7 yuans por dólar pela primeira vez desde 2008, sugere que Pequim não irá se curvar ao “truque” comercial. Assim, a China parece estar se preparando para o pior na guerra, desistindo da postura diplomática branda e abandonando as esperanças de um acordo.

Mercados ensaiam melhora

Em contrapartida, a Casa Branca irá se unir ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para eliminar as injustas vantagens competitivas criadas pela China por meio da desvalorização do renminbi. Logo após esse anúncio, ontem à noite, os índices futuros das bolsas de Nova York passaram a apontar perdas de mais de 1%, hora depois de Wall Street amargar a pior sessão do ano.

Nesta manhã, porém, os índices futuros passaram a ensaiar ganhos, em uma tentativa de recuperação das fortes perdas da véspera. Na Ásia, as principais bolsas da região também reduziram as quedas mais acentuadas registradas durante a sessão e fecharam com perdas moderadas. Xangai liderou o movimento, com -1,6%. As bolsas europeias também tentam se firmar no campo positivo, após uma abertura no vermelho. Já o petróleo avança.

O movimento de melhora nos mercados reflete, em parte, a decisão do Banco Central chinês (PBoC) de fixar uma taxa de referência do yuan mais alta que o esperado, um dia após a autoridade monetária ter permitido um valor acima de 6,90 pela primeira vez desde dezembro. Nas negociações offshore, o dólar valia 7,0562 yuans. A moeda norte-americana, aliás, tenta recuperar terreno em relação aos rivais.

Esse movimento no exterior pode aliviar a pressão no mercado doméstico, um dia após o Ibovespa atingir o menor nível desde o fim de junho, perdendo momentaneamente a marca dos 100 mil pontos. O mesmo alívio deve ser visto nos negócios com dólar, que encerrou a sessão de ontem acima de R$ 3,95, no maior valor desde o fim de maio, respingando nos juros futuros. Hoje, deve haver um pullback. A conferir.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
RESUMO DA SEMANA

Com ou sem feriado, Trump continua sendo o ‘maestro’ dos mercados: veja como ficaram o Ibovespa, o dólar e as bolsas de NY durante a semana 

18 de abril de 2025 - 11:34

Possível negociação com a China pode trazer alívio para o mercado; recuperação das commodities, especialmente do petróleo, ajudaram a bolsa brasileira, mas VALE3 decepcionou

CONFIANTE COM O FUTURO

‘Indústria de entretenimento sempre foi resiliente’: Netflix não está preocupada com o impacto das tarifas de Trump; empresa reporta 1T25 forte

18 de abril de 2025 - 9:04

Plataforma de streaming quer apostar cada vez mais na publicidade para mitigar os efeitos do crescimento mais lento de assinantes

SEXTOU COM O RUY

Lições da Páscoa: a ação que se valorizou mais de 100% e tem bons motivos para seguir subindo

18 de abril de 2025 - 7:59

O caso que diferencia a compra de uma ação baseada apenas em uma euforia de curto prazo das teses realmente fundamentadas em valuation e qualidade das empresas

IR 2025

Como declarar opções de ações no imposto de renda 2025

18 de abril de 2025 - 7:03

O jeito de declarar opções é bem parecido com o de declarar ações em diversos pontos; as diferenças maiores recaem na forma de calcular o custo de aquisição e os ganhos e prejuízos

DIA 88

Show de ofensas: a pressão total de Donald Trump sobre o Fed e Jerome Powell

17 de abril de 2025 - 19:55

“Terrível”, “devagar” e “muito político” foram algumas das críticas que o presidente norte-americano fez ao chefe do banco central, que ele mesmo escolheu, em defesa do corte de juros imediato

PELA CULATRA

Mirou no que viu e acertou no que não viu: como as tarifas de Trump aceleram o plano do Putin de uma nova ordem mundial

17 de abril de 2025 - 18:27

A Rússia não está na lista de países que foram alvo das tarifas recíprocas de governo norte-americano e, embora não passe ilesa pela efeitos da guerra comercial, pode se dar bem com ela

ALÍVIO

Sobrevivendo a Trump: gestores estão mais otimistas com a Brasil e enxergam Ibovespa em 140 mil pontos no fim do ano

17 de abril de 2025 - 17:03

Em pesquisa realizada pelo BTG, gestores aparecem mais animados com o país, mesmo em cenário “perde-perde” com guerra comercial

VIRANDO A CASACA

Mudou de lado? CEO da Nvidia (NVDC34), queridinha da IA, faz visita rara à China após restrições dos EUA a chips

17 de abril de 2025 - 14:56

A mensagem do executivo é simples: a China, maior potência asiática, é um mercado “muito importante” para a empresa, mesmo sob crescente pressão norte-americana

conteúdo EQI

Dólar volta a recuar com guerra comercial entre Estados Unidos e China, mas ainda é possível buscar lucros com a moeda americana; veja como

17 de abril de 2025 - 10:00

Uma oportunidade ‘garimpada’ pela EQI Investimentos pode ser caminho para diversificar o patrimônio em meio ao cenário desafiador e buscar lucros de até dólar +10% ao ano

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta

17 de abril de 2025 - 8:36

Depois do toma lá dá cá tarifário entre EUA e China, começam a crescer as expectativas de que Xi Jinping e Donald Trump possam iniciar negociações. Resta saber qual telefone irá tocar primeiro.

IR 2025

Como declarar ETF no imposto de renda 2025, seja de ações, criptomoedas ou renda fixa

17 de abril de 2025 - 7:03

Os fundos de índice, conhecidos como ETFs, têm cotas negociadas em bolsa, e podem ser de renda fixa ou renda variável. Veja como informá-los na declaração em cada caso

DRAGÃO À ESPREITA

É hora de aproveitar a sangria dos mercados para investir na China? Guerra tarifária contra os EUA é um risco, mas torneira de estímulos de Xi pode ir longe 

17 de abril de 2025 - 6:12

Parceria entre a B3 e bolsas da China pode estreitar o laço entre os investidores do dois países e permitir uma exposição direta às empresas chinesas que nem os EUA conseguem oferecer; veja quais são as opções para os investidores brasileiros investirem hoje no Gigante Asiático

DIA 87

Status: em um relacionamento tóxico com Donald Trump

16 de abril de 2025 - 19:46

Governador da Califórnia entra com ação contra as tarifas do republicano, mas essa disputa vai muito além do comércio

SE A MODA PEGA…

Taxa das blusinhas versão Trump: Shein e Temu vão subir preços ainda este mês para compensar tarifaço

16 de abril de 2025 - 17:50

Por enquanto, apenas os consumidores norte-americanos devem sentir no bolso os efeitos da guerra comercial com a China já na próxima semana — Shein e Temu batem recordes de vendas, impulsionadas mais pelo medo do aumento do que por otimismo

APERTEM OS CINTOS

Por essa nem o Fed esperava: Powell diz pela primeira vez o que pode acontecer com os EUA após tarifas de Trump

16 de abril de 2025 - 17:34

O presidente do banco central norte-americano reconheceu que foi pego de surpresa com o tarifaço do republicano e admitiu que ninguém sabe lidar com uma guerra comercial desse calibre

WINTER IS COMING

O frio voltou? Coinbase acende alerta de ‘bear market’ no setor de criptomoedas

16 de abril de 2025 - 15:40

Com queda nos investimentos de risco, enfraquecimento dos indicadores e ativos abaixo da média de 200 dias, a Coinbase aponta sinais de queda no mercado

AO VENCEDOR, AS BATATAS

Guerra comercial EUA e China: BTG aponta agro brasileiro como potencial vencedor da disputa e tem uma ação preferida; saiba qual é

16 de abril de 2025 - 15:05

A troca de socos entre China e EUA força o país asiático, um dos principais importadores agrícolas, a correr atrás de um fornecedor alternativo, e o Brasil é o substituto mais capacitado

GATO ESCALDADO?

Nas entrelinhas: por que a tarifa de 245% dos EUA sobre a China não assustou o mercado dessa vez

16 de abril de 2025 - 14:10

Ainda assim, as bolsas tanto em Nova York como por aqui operaram em baixa — com destaque para o Nasdaq, que recuou mais de 3% pressionado pela Nvidia

MOMENTO DESAFIADOR

EUA aprovam bolsa de valores focada em sustentabilidade, que pode começar a operar em 2026

16 de abril de 2025 - 13:14

A Green Impact Exchange pretende operar em um mercado estimado em US$ 35 trilhões

DESTAQUES DA BOLSA

Ações da Brava Energia (BRAV3) sobem forte e lideram altas do Ibovespa — desta vez, o petróleo não é o único “culpado”

16 de abril de 2025 - 12:40

O desempenho forte acontece em uma sessão positiva para o setor de petróleo, mas a valorização da commodity no exterior não é o principal catalisador das ações BRAV3 hoje

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar