🔴 WEGE3, IGTI11, SANB11 E OUTRAS 6 EMPRESAS DIVULGAM RESULTADOS DO 1T25 ESTA SEMANA – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

Olivia Bulla

Olivia Bulla

Olívia Bulla é jornalista, formada pela PUC Minas, e especialista em mercado financeiro e Economia, com mais de 10 anos de experiência e longa passagem pela Agência Estado/Broadcast. É mestre em Comunicação pela ECA-USP e tem conhecimento avançado em mandarim (chinês simplificado).

A Bula do Mercado

Mercado clama por corte de juros

Investidores apostam em cortes nos juros dos EUA e do Brasil, diante das preocupações com a guerra comercial e do otimismo com aprovação da reforma da Previdência

Olivia Bulla
Olivia Bulla
4 de junho de 2019
5:34 - atualizado às 18:39
Aprovação da MP do pente-fino no INSS amplia onda de notícias políticas favoráveis

O mercado financeiro está necessitado de um corte de juros por parte dos bancos centrais dos Estados Unidos e do Brasil, para injetar liquidez nos negócios e gerar estímulos adicionais à economia. O colapso comercial entre Estados Unidos e China, com a tensão entre os dois países sendo um “novo normal”, e o otimismo com o cenário político em Brasília, alimentando esperança de aprovação da reforma da Previdência, dão motivos de sobra para a queda dos Fed Funds e da Selic neste ano.

Por isso, as atenções do dia se voltam para o discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, pouco antes das 11h. Será importante observar na fala de “Jay” se o próximo passo da autoridade monetária na condução da taxa de juros será de queda, como prevê o mercado financeiro, diante do impacto da guerra comercial na economia dos EUA.

Ontem, o presidente da unidade de Saint Louis do Fed, James Bullard, foi o primeiro a sinalizar que um corte na taxa de juros do país pode acontecer “em breve”, dado o risco crescente ao crescimento econômico e também a fraca inflação. O problema é que Bullard parece se esquecer que o impacto nos EUA da tensão comercial é inflacionário.

Mesmo assim, a curva implícita dos EUA indica a chance de ao menos um corte nos juros norte-americanos ainda neste ano, mas apostas mais ousadas embutem a possibilidade de duas ou até três reduções até dezembro. Esse movimento refletiu dados mais fracos de atividade no país neste trimestre, indicando uma forte desaceleração ante o início de 2019.

Ao mesmo tempo, as chances de corte nos juros dos EUA também refletem a inversão da curva, após o rendimento (yield) do título norte-americano de 10 anos (T-note) ficar abaixo de 2,10%. Mas fica a dúvida se esse retorno menor pago por um dos ativos mais seguros no mundo não estaria indicando, primeiro, um movimento de aversão ao risco por causa da escalada comercial - antes de antecipar a ameaça de recessão na economia dos EUA.

Corta ou não corta?

Além do Fed, os sinais de fraqueza da atividade no Brasil, com a retomada econômica em um ritmo mais lento que o esperado, combinados com a queda nas expectativas de inflação fortalecem as apostas de corte na taxa básica de juros ainda em 2019. A curva a termo embute chances de duas quedas na Selic, nas duas últimas reuniões do Copom neste ano.

Leia Também

Mas o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, manteve ontem o tom duro (“hawkish”) na fala, eliminando qualquer possibilidade de novas quedas. Segundo ele, o juro básico já está em um nível muito baixo e se a política monetária tem falhado em estimular a economia real, a solução não é afrouxar mais - apenas não subir a taxa tão logo.

Mas o ambiente político mais promissor sustenta o cenário de cortes na Selic, com os investidores avaliando que os riscos crescentes de o país entrar novamente em recessão elevaram o senso de urgência pelas reformas, favorecendo uma melhor coordenação entre os poderes. Há, então, o otimismo na aprovação de uma reforma da Previdência eficaz.

Porém, mesmo que regras duras para aposentadoria sejam aprovadas, o BC deve manter a cautela até decidir se vai (ou não) cortar a Selic. Afinal, já tem sido bradado aos quatro ventos que só a nova Previdência não irá colocar o Brasil no caminho do crescimento sustentável - ainda mais se o texto aprovado for visto pelo mercado como insuficiente.

Por outro lado, se passar algo acima de R$ 700 bilhões de economia fiscal em dez anos, há espaço para ajustar os ativos locais. Mas o fôlego de alta da Bolsa brasileira, bem como o terreno para queda dos juros e do dólar, vai depender da agenda de reformas do governo - que, segundo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, até agora não foi apresentada.

No Senado, a aprovação da Medida Provisória (MP) que autoriza um pente-fino nos benefícios da Previdência Social (INSS) foi aprovada horas antes de caducar. Em troca, porém, o governo negociou com a oposição mudanças no texto da reforma da Previdência que tramita na Câmara, ampliando o prazo de adaptação dos trabalhadores rurais.

Dia positivo

Enquanto Wall Street e os negócios locais mantêm a expectativa por cortes nos juros norte-americano e brasileiro, o Banco Central da Austrália (RBA) não gerou suspense e corte a taxa básica pela primeira vez em quase três anos, em 0,25 ponto percentual (pp), a 1,25%. Alguns economistas esperavam queda maior, de 0,50pp, mas só em 2020.

Segundo o RBA, a decisão de reduzir o custo do empréstimo no país visa ofuscar os efeitos da tensão global no comércio e da desaceleração econômica na China. Em reação, a Bolsa de Sydney encerrou o dia com alta de 0,2%, ao passo que o dólar australiano ganha terreno em relação ao xará norte-americano.

Já na Ásia, as principais bolsas da região encerraram o dia em queda, em meio à preocupação dos investidores com a guerra comercial. Xangai liderou as perdas, caindo quase 1%, enquanto Hong Kong cedeu 0,5% e Tóquio ficou de lado (-0,01%). No Ocidente, os índices futuros das bolsas de Nova York sobem, mas a Europa não tem direção definida.

Mas a troca de farpas entre EUA e China continuou, com autoridades norte-americanas afirmando que Pequim não está dizendo a verdade em relação ao recente fracasso nas negociações comerciais, culpando os chineses pelo retrocesso em promessas feitas, paralisando as conversas entre as partes.

Nos demais mercados, o petróleo segue em queda, enquanto o dólar mede forças em relação às moedas rivais, com a T-note ainda abaixo de 2,10%. Mas o movimento do dia nos ativos globais vai depender do tom da fala de Powell, à medida que os investidores estão convencidos de que o Fed deve cortar os juros antes do fim do ano.

Além do Powell, indústria em destaque

A agenda econômica desta terça-feira traz como destaque, no Brasil, o desempenho da indústria em abril. Os dados serão conhecidos às 9h e pode lançar luz sobre o ritmo da atividade na virada para o segundo trimestre, após mostrar retração no início deste ano. As expectativas são mais otimistas, com altas de 0,5% ante março e +1,00% em base anual.

No exterior, além do discurso do Powell, saem as encomendas às fábricas nos EUA em abril (11h). Logo cedo, a zona do euro informa a leitura preliminar de maio sobre a inflação ao consumidor (CPI) e a taxa de desemprego na região da moeda única em abril. No fim do dia, serão conhecidos dados de atividade no setor de serviços no Japão e na China.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA

29 de abril de 2025 - 8:25

Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo

Insights Assimétricos

Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide

29 de abril de 2025 - 6:06

Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente

28 de abril de 2025 - 20:00

Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.

DIA 99

Trump vai jogar a toalha?

28 de abril de 2025 - 19:45

Um novo temor começa a se espalhar pela Europa e a Casa Branca dá sinais de que a conversa de corredor pode ter fundamento

EFEITOS DA GUERRA COMERCIAL

Acabou para a China? A previsão que coloca a segunda maior economia do mundo em alerta

28 de abril de 2025 - 18:45

Xi Jinping resolveu adotar uma postura de esperar para ver os efeitos das trocas de tarifas lideradas pelos EUA, mas o risco dessa abordagem é real, segundo Gavekal Dragonomics

PESQUISA

Desaprovação a Lula cai para 50,1%, mas é o suficiente para vencer Bolsonaro ou Tarcísio? Atlas Intel responde

28 de abril de 2025 - 18:13

Os dados de abril são os primeiros da série temporal que mostra uma reversão na tendência de alta na desaprovação e queda na aprovação que vinha sendo registrada desde abril de 2024

JOGANDO UM CHARME

Haddad prepara investida para atrair investimentos em data centers no Brasil; confira as propostas

28 de abril de 2025 - 16:15

Parte crucial do processamento de dados, data centers são infraestruturas que concentram toda a tecnologia de computação em nuvem e o ministro da Fazenda quer colocar o Brasil no radar das empresas de tecnologias

CRIPTO HOJE

Bitcoin (BTC) rompe os US$ 95 mil e fundos de criptomoedas têm a melhor semana do ano — mas a tempestade pode não ter passado

28 de abril de 2025 - 15:26

Dados da CoinShares mostram que produtos de investimento em criptoativos registraram entradas de US$ 3,4 bilhões na última semana, mas o mercado chega à esta segunda-feira (28) pressionado pela volatilidade e à espera de novos dados econômicos

VOO BAIXO

Azul (AZUL4) chega a cair mais de 10% (de novo) e lidera perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (28)

28 de abril de 2025 - 14:43

O movimento de baixa ganhou força após a divulgação, na última semana, de uma oferta pública primária

GUERRA DOS CHIPS

Huawei planeja lançar novo processador de inteligência artificial para bater de frente com Nvidia (NVDC34)

28 de abril de 2025 - 13:33

Segundo o Wall Street Journal, a Huawei vai começar os testes do seu processador de inteligência artificial mais potente, o Ascend 910D, para substituir produtos de ponta da Nvidia no mercado chinês

DIAS 97 E 98

Próximo de completar 100 dias de volta à Casa Branca, Trump tem um olho no conclave e outro na popularidade

28 de abril de 2025 - 9:49

Donald Trump se aproxima do centésimo dia de seu atual mandato como presidente com taxa de reprovação em alta e interesse na sucessão do papa Francisco

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços

28 de abril de 2025 - 8:06

Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana

BEST SELLER E MUST READ

7 livros ainda não editados em português e por que ler já, de Murakami a Laurie Woolever

28 de abril de 2025 - 8:04

De bastidores políticos à memórias confessionais, selecionamos títulos ainda sem tradução que valem a leitura

GUERRA COMERCIAL

Sem alarde: Discretamente, China isenta tarifas de certos tipos de chips feitos nos EUA

26 de abril de 2025 - 10:17

China isentou tarifas de alguns semicondutores produzidos pela indústria norte-americana para tentar proteger suas empresas de tecnologia.

DIA 96

O preço de Trump na Casa Branca: US$ 50

25 de abril de 2025 - 20:18

A polêmica do terceiro mandato do republicano voltou a tomar conta da imprensa internacional depois que ele colocou um souvenir à venda em sua loja a internet

Conteúdo Empiricus

Ibovespa: Dois gatilhos podem impulsionar alta da bolsa brasileira no segundo semestre; veja quais são

25 de abril de 2025 - 14:58

Se nos primeiros quatro meses do ano o Ibovespa tem atravessado a turbulência dos mercados globais em alta, o segundo semestre pode ser ainda melhor, na visão estrategista-chefe da Empiricus

AGORA TEM FONTE

Se errei, não erro mais: Google volta com o conversor de real para outras moedas e adiciona recursos de segurança para ter mais precisão nas cotações

25 de abril de 2025 - 14:00

A ferramenta do Google ficou quatro meses fora do ar, depois de episódios nos quais o conversor mostrou a cotação do real bastante superior à realidade

DEPOIS DO BALANÇO DO 1T25

Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%

25 de abril de 2025 - 13:14

Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale

25 de abril de 2025 - 8:23

Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal

DIA 95

E agora, Trump? A cutucada da China que pode reacender a guerra comercial

24 de abril de 2025 - 19:42

Em meio à sinalização do presidente norte-americano de que uma trégua está próxima, é Pequim que estica as cordas do conflito tarifário dessa vez

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar