Ibovespa cede mais de 1% com peso das siderúrgicas e indefinição em torno dos precatórios; dólar avança
A soma de fatores internos e externos fez com que o Ibovespa tivesse mais um dia negativo e perdesse os 114 mil pontos.

Não é só o Ibovespa que vive dias complicados desde que atingiu o seu nível recorde em meados de 2021. Com problemas vindos da China, o minério de ferro, que chegou a ultrapassar o patamar dos US$ 230 a tonelada, já recuou mais de 50% desde então.
Pela sétima vez consecutiva, a commodity fechou em forte queda no porto de Qingdao — 8,09%, a US$ 107,21 a tonelada.
A queda vertiginosa do preço do minério ocorre após o governo chinês identificar as pressões inflacionárias originadas na elevação dos preços e atuar para derrubar o nível de produção do aço no maior país consumidor da commodity no mundo, reduzindo expressivamente a demanda. Isso sem falar nos sinais de desaceleração da economia do gigante asiático.
E como o setor de mineração e siderurgia sozinhos representam cerca de 17% do Ibovespa, o desempenho negativo de companhias como Vale, CSN e Gerdau ajudaram a manter a bolsa brasileira longe do campo positivo, mesmo após Nova York mostrar alguma recuperação no meio da tarde. Além disso, os problemas financeiros da incorporadora Evergrande, uma das principais da China, também pressionam países emergentes exportadores, como o Brasil.
O Ibovespa encerrou o dia em queda de 1,10%, aos 113.794 pontos, mas não foram somente as preocupações vindas da China que mexeram com os negócios locais. Embora tenham ficado em segundo plano, as questões fiscais monitoradas pelo mercado não poderiam deixar de ser mencionadas.
O mercado está atento à leitura do parecer da PEC dos Precatórios na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara agora que os Três Poderes aparentemente voltaram a trabalhar em conjunto. Uma resposta para a questão dos precatórios é esperada para as próximas semanas e as duas saídas mais prováveis são ou o parcelamento da despesa de R$ 89 bilhões ou a retirada da obrigação do teto de gastos.
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Nesta manhã, tanto o presidente da Câmara, Arthur Lira, quanto o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, apresentaram suas visões sobre o tema. Pacheco está otimista que uma solução pode ser costurada já na próxima semana. Lira se mostrou mais conservador e disse esperar que o tema siga o tempo de tramitação normal no Congresso, a votação pode sim ocorrer já na próxima terça-feira.
Além das incertezas internas, o câmbio também repercutiu dados melhores do que o esperado da economia americana, após as vendas do varejo nos EUA subirem 0,7%, ante uma expectativa de queda de 0,43%.
Assim, o dólar à vista fechou em alta de 0,53%, aos R$ 5,2650. Já o mercado de juros operou próximo da estabilidade, mesmo com o Ministério da Economia revisando suas projeções para a inflação de 5,90% para 7,90%. Confira o fechamento dos principais vencimentos:
- Janeiro/22: de 7,03% para 7,04%
- Janeiro/23: de 8,88% para 8,87%
- Janeiro/25: de 10,06% para 10,08%
- Janeiro/27: de 10,50% para 10,49%
Confira alguns dos destaques do noticiário corporativo:
- Assaí anuncia nova parceria com aplicativo de compras online Cornershop;
- Duas gigantes do setor de saúde brigam por uma pequena operadora do interior de São Paulo;
- As falas do presidente da Câmara, Arthur Lira, seguem pesando sobre a Petrobras.
Para onde o Fed vai?
Em Wall Street, o dia foi mais uma vez de dados mistos e preocupação com a possibilidade de antecipação da retirada dos estímulos por parte do banco central americano, seguindo a tendência que temos visto ao longo das últimas duas semanas.
Embora as vendas do varejo tenham surpreendido positivamente, indicando que o impacto da variante delta pode ser menor do que o inicialmente esperado, o número semanal de pedidos de auxílio-desemprego subiu em 20 mil novos pedidos, enquanto o esperado era uma queda de aproximadamente 18 mil. Assim, as bolsas americanas tiveram mais um dia de desempenhos mistos:
- Nasdaq: +0,13 - 15.181 pontos
- S&P 500: -0,15% - 4.473 pontos
- Dow Jones: -0,18% - 34.751 pontos
Sobe e desce do Ibovespa
Depois de subir 75% em 2020 e alcançar o patamar recorde de U$ 230 a tonelada em 2021, o minério de ferro tem vivido dias difíceis diante da incerteza sobre a demanda global e a atuação do governo chinês para reduzir o valor da commodity por meio da queda da produção do aço.
Puxadas pela queda expressiva do minério de ferro na China, as siderúrgicas foram o grande destaque negativo do dia. Vale destacar ainda o desempenho de Suzano, que também ficou de olho nas perspectivas de desaceleração global, e de Méliuz, papel que tem mostrado grande volatilidade nos últimos dias. Confira as maiores quedas de hoje:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
CSNA3 | CSN ON | R$ 31,28 | -6,18% |
SUZB3 | Suzano ON | R$ 54,78 | -5,75% |
USIM5 | Usiminas PNA | R$ 14,70 | -5,41% |
CASH3 | Méliuz ON | R$ 7,37 | -4,66% |
Confira as maiores altas do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
CIEL3 | Cielo ON | R$ 2,52 | 5,44% |
HGTX3 | Cia Hering ON | R$ 38,48 | 4,79% |
ASAI3 | Assaí ON | R$ 19,19 | 3,23% |
BEEF3 | Minerva ON | R$ 9,84 | 2,50% |
DXCO3 | Dexco ON | R$ 18,84 | 2,11% |
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